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Mano... Boa sorte

Atenção: esse capítulo contêm violência (o cap mais violento q já consegui escrever) e possíveis lágrimas então... Pega um copo de água, n desidrata n mano.

🐛

CAPÍTULOS 23

- Ah, olá. Como foi...? - Sorriu Nahki que esperava do lado de fora do quarto, mas imediatamente paralisou.

- Oh não, Kou, o que você fez? - Perguntou com pesar, olhando o sangue nas mãos e nas vestes de Kou após sua tentativa atrasada de parar o sangramento de Kondo.

Kou abriu sua boca para defender-se ou explicar a situação, porém sua voz falhou, ele apenas conseguiu olhar em um pedido de socorro silencioso para Nahki.

- Você não sabe o que irá acontecer com o pequeno Anjing agora? - Nahki se aproximou com seu habitual leve sorriso, porém havia algo mais. Talvez raiva ou decepção.

- Senhor Nahki. - Alguém os chamou por trás e Nahki desviou sua atenção de Kou com certa dificuldade.

O homem, vestido como guarda da casa principal, se aproximou de Nahki e disse algo bem baixo para ele. Instantes depois outro sorriso foi armado nos lábios de Nahki e ele se voltou para Kou educadamente.

- Me perdoe, o erro foi meu. - Sorriu levemente, deixando Kou tão confuso quanto poderia ficar.

- Acho que deveria trocar essas vestes. Por que não me acompanha? - Chamou Nahki gesticulando gentilmente para Kou lhe seguir antes de andar pelo longo corredor do Palácio do Sol.

Mas Kou estava perdido dentro de si mesmo, olhou para suas mãos trêmulas, pingando vermelho e o papel dobrado manchado. Imediatamente ele lembrou-se que precisava entregá-lo à Nahki, mas ele não sabia se conseguiria formar as palavras necessárias.

- Você vem? - Perguntou Nahki a uma pequena distância de Kou, virando-se parcialmente para ele. Dessa vez Kou lhe seguiu, sentindo as pernas vacilarem.

- Há uma veste do seu tamanho no armário, estarei esperando aqui fora. - Indicou Nahki fechando as portas de correr daquele quarto tradicional luxuoso. Kou precisou de alguns instantes para entender o que deveria fazer e logo que entendeu se trocou.

Kou dobrou as vestes azuis do clã Nakamura sujas de sangue e as olhou por alguns instantes silenciosos. A dor do vazio era tão insuportável que Kou não se lembrava de ter se sentido tão mal nem quando viu Kisa pela última vez.

- Kou, está tudo bem aí dentro? - Perguntou a voz de Nahki tão distante que Kou demorou alguns segundos para entender.

- Ah, você ficou muito bem nas cores do clã Nara. - Elogiou Nahki sorrindo após analisar as novas vestes brancas e vermelhas de Kou.

- Aqui. - Fora tudo que Kou conseguiu dizer antes de estender o papel manchado de vermelho para Nahki.

- O que é? - Perguntou o garoto curioso, abrindo-o.

À medida que seus olhos corriam as letras eles se tornavam mais úmidos e não demorou muito para transbordarem. Kou se surpreendeu vendo lágrimas de alguém como Nahki.

É claro que ele havia visto algumas lágrimas de Nahki no passado, mas ele sabia que eram falsas, Nahki era um ótimo ator. Porém ali, vendo e entendendo o contexto, Kou sentiu pena, Nahki estava realmente tocado, só não era sabido se isso era algo bom ou ruim.

Mas, como tudo nos últimos tempos, isso acabou com a alma de Kou um pouco mais. Ver Nahki chorando ali na sua frente foi mais uma facada no meio do peito.

Imprevisível DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora