Esse capítulo contêm uma cena em específico bem violenta. Pessoas mais sensíveis podem se sentirem desconfortáveis.
CAPÍTULO 18
...
- Vocês ouviram sobre aquele ataque que teve à maior base armada do clã Nara? - Kou entreouviu a conversa de três clientes que almoçaram no restaurante onde trabalhava.
Depois de um ano com o ouvido atento para qualquer notícia sobre Kisa, Kou aprendeu a ouvi-las bem.
- Sim, fiquei sabendo que estavam sendo liderados pelo Guerreiro misterioso, já é o quarto massacre dele em um ano. - Comentou o outro da mesa.
- Me pergunto quem é esse Misterioso guerreiro, ele nunca falhou e tem todo o clã Shinobu, o resto dos Nakamura e alguns Nara com ele. É assustador seu poder. - Suspirou o outro com curiosidade, mas Kou sabia perfeitamente quem era essa "Guerreiro Misterioso".
Kisa estava "morto", logo ele não podia simplesmente ser visto massacrando uma base armada. Sob esse disfarce para atiçar e confundir os Nara, Kisa ganhou o apelido tão odiado por uns e idolatrado por outros.
À essa altura tudo que Kou pensava era se Kisa realmente iria seguir com o destino previsto para ele assim que nasceu. Relembrando das palavras de Inoue, Kou pôde apenas suspirar pesaroso e continuar seu trabalho. Era difícil, muito difícil, mas ele não tinha mais assuntos com Kisa.
...
Desde o dia que Kisa foi-se de verdade, havia pouco mais de um ano, não houve muitas mudanças na vida de Kou. Ele se adaptou ao lugar bem e decidiu não mover-se pois Anjing havia feito alguns amigos e se afeiçoado à vizinhança.
A rotina continuava calma e sem muitas novidades ou preocupações, Anjing e Kou haviam se tornado bastante próximos e agora o menino tinha mais facilidade de falar, embora ainda fosse bem quieto. A vida era pacata e consideravelmente contente, porém não havia um dia em que Kou não se lembrava de Kisa e se lamentava por tudo não não puderam ter.
- Pai. - Chamou Anjing tirando Kou de sua melancolia diária.
- Na porta. - Disse Anjing apenas antes de voltar a desenhar concentrado alguma coisa.
Kou se levantou da mesa onde olhava, mas não via, Anjing fazer sua lição e foi atender a porta, era uma de suas vizinhas e amiga bastante próxima de Kou e Anjing, além disso era uma guerreira exímia que Kou tinha prazer de treinar.
- Boa noite, Roddy. - Cumprimentou Kou a mulher de cabelos flamejantes.
E, embora seus cabelos ruivos já fosse chamativos, isso não era a única coisa atraente nela. Seus olhos era bastante claros e penetrantes, seu corpo era consideravelmente bonito e ela fugia da moda da época cheio de vestidos e apetrechos.
- Preciso de você, Kou! - Disse ela em tom urgente e, agora observando com mais atenção, Kou notou que ela parecia desesperada.
- O que houve? - Perguntou Kou se alarmando.
- Meu pai... Ele tem algo, alguma doença que desconheço. - Disse ela levemente ofegante por ter corrido todo o caminho. Kou não demorou para partir rapidamente no encalço dela.
A situação na casa vizinha não era o melhor cenário que podia-se imaginar, Kou também nunca havia visto algo como aquilo.
O pai de Roddy era um dos habitantes que havia ajudado Kou no seu primeiro dia naquela cidade, portanto havia certo nível de amizade, porém assim que Kou se aproximou dele lhe acalmando gentilmente a única resposta que teve foi um arremesso potente que lançou Kou seis metros no ar até ele bater as costas contra uma parede.
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Imprevisível Destino
Short Story"- Sabe, Kou, eu te amo com todo meu coração e quero estar contigo com toda minha alma, mas na próxima vez que nos encontrarmos será no campo de batalha... E eu irei cortar sua cabeça." ______ Essa história contêm relações homoafetivas, violência...