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Ideias pra títulos já era

                           🐛

                  CAPÍTULO 22

  Fazia quanto tempo que Kou estava sentado sozinho naquele pátio vazio? Naquele silencioso acampamento de tropas? Fazia quanto tempo que Kisa havia ido embora deixando Kou para trás novamente? Fazia quanto tempo que Kou resolveu desistir? Fazia quanto tempo que ele estava vivendo por obrigação e nada mais? Por que diabos aquela merda continuava?

  Não havia respostas para isso, e Kou sequer lutava para acha-las.

  Estava quente, mesmo não sendo verão fazia calor novamente, o sol parecia querer brincar com Kou também. Os pássaros estavam silênciosos mesmo sendo manhã e a brisa sequer balançava as árvores. O dia estava tão torturante quanto a vida para Kou.

  Será que ainda havia alguém naquele lugar além de Kou? Nahki e Matsuo estavam vivos? Onde estavam? E Anjing? Como estava seu filho naquele momento? Como seria sua expressão de decepção ao saber que Kou havia falhado no que foi fazer?

  Porém, novamente, não fazia sentido achar respostas. Ele voltou a se recostar no pilar de pedra e fechar os olhos.

  Por que não conseguia mais chorar? Por que não estava doendo mais? Fazia sentido isso não importar mais? Realmente Kou teria que viver toda uma vida com esse vazio?

  Kou teve que apreciar a ironia na sua vida, havia um padrão constante de dor, perda, grande achado, dor, perda, grande achado, dor, perda... Começou a imaginar o que iria achar dessa vez até doer e perder novamente.

  O vazio nos pensamentos de Kou, essa grande dúvida sem forma na sua cabeça, Kou não podia lidar com isso. E ele não queria lidar com isso.

  E por fim ele percebeu. Era essa a resposta de todas as questões que ele tinha latente em sua cabeça.

  Ele olhou brevemente aos arredores, mas não encontrou. Ao seu levantar e caminhar pelo local ele encontrou algumas coisas úteis, mas não era o que procurava, seriam fracas demais.

  O último lugar que procurou foi as celas, lá haviam várias longas e resistentes cordas, Kou escolheu a melhor que encontrou antes de sair novamente sob aquele sol escaldante.

  Agora restava achar um bom lugar.

  A melhor estrutura era logo à frente do pátio frontal, lá havia alguns pilares e calhas grossas, seria suficiente. Ele também precisaria de algo para subir em cima, talvez uma cadeira. Ele conseguiu achar um banquinho no refeitório e a satisfação percorreu seu coração.

  Kisa queria que ele desistisse, não era? Então ele desistiria.

  Sem dificuldades armou a forca e sem hesitação colocou o colar da morte. Subiu em seu pequeno palco e respirou um pouco do bendito ar que, para Kou, só podia ser visto como maldito.

  No fim Kou já não se importava se veria Kisa em outra vida ou não, se Anjing ficaria bem ou se sentiria saudades. Pouco, ou nada, importava Nahki ou Matsuo, talvez a única coisa que Kou tivesse realmente se importado era o pedido de Osono a última vez que Kou na viu, mas logo essa preocupação sumiu, assim que o banquinho tombou tudo sumiu.

...

- Líder Kisa, o que devemos fazer com os prisioneiros? - Perguntou um dos soldado responsável por Nahki e Matsuo.

- Estabilize a condição de Matsuo e vigie Nahki vinte e quatro horas por dia, não ouçam nada que aquela cobra disser. - Mandou Kisa dispensado os homens que o deixaram sozinho naquela cabana imediatamente. O Líder Kisa não estava de bom humor.

Imprevisível DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora