Você de novo?

O dia em que tudo começou... (p.3)

[Musica on- Por Besarte – Lu] 

Antes que chegasse ao chão uma mão me segura, quando olho para frente me deparo com um rapaz de cabelos negros e olhos castanhos escuro.

Fico perdida naquela imensidão castanha. Até que um estalo me traz a realidade. Me recomponho tendo voltar a raciocinar: 

[Musica off - Por Besarte – Lu] 

 - Aii. De-desculpa, não te vi. – Falo com pequeno sorriso nos lábios. Com a maior rigidez ele me responde: 

- Hey, cuidado. Olha por onde anda garota. – Quando ele falou isso meu sorriso foi embora, meus olhos se estreitam e faço um bico com os lábios, sempre faço isso quando algo me desagrada ou as coisas não estão do jeito que eu quero. Então eu repondo: 

- Educação mandou lembranças sabia? – Falo com um tom de boche e um sorriso sínico. Ele abriu a boca para me responder, mas uma voz masculina o chamou e ele me deu as costas e foi em direção a voz e eu fui com meus amigos e meu irmão que já estava junto com eles e minha cunhada. 

 Dulce, tinha um cabelo liso, era tingido de vermelho, usava cores escuras, maquiagem forte, era completamente diferente do meu irmão, que era mais o estilo mauricinho, sempre na moda. Deve ser por isso que eles davam certo. Como diz o ditado: "Os opostos se atraem". 

 Chegando ao grupo, Maite me indaga:

 - Já vi que conheceu meu primo, Alfonso. – Fala sorrindo. 

 - Primo? Aquele grosseirão, seu primo? – Pergunto indignada.

 - Sim, ele é meu primo, porque grosseiro? O que ele fez? – Ela pergunta. 

 - Eu não tinha o  visto, acabei me esbarrando com  e pedi desculpas para ele, e o mesmo foi muito grosso comigo. – Respondi minha amiga. 

- Ahh nem esquenta, ele é assim mesmo no começo depois você vai ver que ele é bem legal. Meu pai é irmão da mãe dele. Lembra que te contei que minha tia tinha falecido? – Maite me questiona.

- Lembro sim. Não sabia que eles tinham um filho, ele é muito grosso. – Falei olhando fixamente ele, conversando com o pai de Mai. – Pelo que me falava, seus tios eram um doce de pessoas, e seu primo bem... Não é tão gentil assim.

Dulce Maria  então nos interrompe:

- Barbie, nem ligue. Ele é novo aqui, logo se acostuma com as coisas. Como a morena falou, ele perdeu os pais, teve que se mudar, nova cidade, novos costumes. É difícil ser gentil no primeiro dia que conhece alguém. É a forma de se defender. – Diz ela, relembrando quando chegou aqui na escola. Seus pais não morreram mas se separaram e sua mãe ficou com a guarda dela. Sua mãe era uma cantora muito famosa no México, o nome dela é Alma Rey.

- É pode ser, lembro-me do primeiro dia que você chegou aqui. Fui conversar com você e  me jogou uma bebida em mim, pois comentei sobre sua roupa e meu irmão ficou irado com você. – Falo e dou risada no final lembrando do episódio.

- Claro, ninguém desafora minha irmãzinha e sai ileso. – Diz ele – Mas graças a isso, eu conheci a mulher da minha vida. – Fala se voltando a minha cunhada e dá um celinho na boca dela.

Era tão lindo ver os dois juntos, pareciam um casal de novela ou de um filme romântico bem meloso.

- Any. – Julieta me chamou.

- Sim? – Perguntei.

- Seu pai liberou a festa do pijama na sua casa? – Indagou-me.

- Não. Esse ano vai ser na casa da Mai. Falando nisso, Maite seu pai liberou? – Me volto para minha amiga.

- Sim, ele liberou! – Fala entusiasmada.

- Aii que ótimo. – Falo respondendo ela.

O inspetor Estevan chama todos os alunos para o Hall de entrada, onde estava a equipe diretiva e a equipe pedagógica.

Chegando lá, o primo de Maite se junta a nós e ela entrelaça seu braço no dele. Assim que que chega perto dela eu o encaro e não demora muito para que ele me encare também, mais que depressa desvio o olhar para aparte onde os professores estavam.

Quando avisto o professor Gastão, cutuco Diego.

- Olha alí irmãozinho. O seu querido professor Gastão.

Ele me fuzila com os olhos e logo me responde.

- Aiii cala a boca Anahí. Não estraga minha manhã.

Eu dou risada da cara que ele faz e do tom de desgosto que sai da boca dele. Kkkk. Então o diretor Antônio fala:

- Bem-vindos queridos alunos e novos alunos, queridos funcionários. Daremos início mais um ano letivo e como sempre daremos as regras de nossa instituição. – Ele começa falar as regras, após alguns minutos falando ele me chama para se juntar a ele. – Agora, chamarei a capitã do grupo de dança e de líderes de torcida da escola Anahí Portillo, ela dará um recado importante, pode vir aqui. Por favor.

Esboço um sorriso e vou até onde o diretor está.

- Bom dia a todos. – Todos respondem – Bom, como alguns sabem a nossa escola participa de uma competição de dança, conhecida como "Teen Dance", essa competição ocorre a cada dois anos e a escola vencedora ganha uma gratificação em peso mexicano. Então, sem mais delongas, amanhã no intervalo do almoço com as aulas da tarde iniciarei as audições para agregar novos participantes, podendo ser menina ou menino, sabendo dançar e ter noção de espaço podem participar. Conto com vocês. – Depois disso saio e ouço gritos e palmas de entusiasmo.

Após os pronunciamentos anuais fomos designados para nossos quartos, no meu ficou: Eu, Maite, Dulce Maria e Julieta. Já o do meu irmão ficaram: Ele, Alfonso, Christian e Joaquim. Christian é o melhor amigo do meu irmão está na mesma sala que ele, mas é um completo palhaço, já Joaquim é meu amigo desde que nascemos, ele é um mês mais velho que eu, minha mãe fez faculdade com a mãe dele e meu pai e o pai dele são sócios na Portillo modas, meu irmão diz que Joaquim tem um certo sentimento por mim, mas eu não vejo nada além da amizade com ele.

Após todas nós nos instalarmos, fomos para o refeitório almoçar e depois tínhamos a tarde livre para fazermos o que quisermos. Fiquei em meu quarto arrumando minhas coisas e decorando o lado do meu quarto do meu jeito.

Com a chegada da noite, está tudo quieto, as meninas estão dormindo e eu não consigo dormir, virada de lado em minha cama, vem um flash do meu encontro com Miguel, e penso – Ahhh que cara mais sem educação. – Levanto de minha cama e vejo que estou sem água, pego minha garrafa e vou até a cozinha da cantina.

Encho-a e olho em cima do armário vejo um pote com alguns doces dos funcionários, olho para os lados e não vejo ninguém, tento pegar o pote mas não alcanço, então pego uma cadeira que estava ali por perto e subo nela. 

[Music on - Por bersate - Lu (Refrão)]

Quando consigo pegar um doce, me desiquilíbrio e quase caio ao chão, mas alguém me segurou e não pude acreditar quando vi quem era.