Desculpas (p.34)

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Depois de sair da cozinha batendo meu pé no chão, me joguei em minha cama novamente e decidi que era hora de dormir e esquecer essa fim de noite, por sorte a chuva havia se cessado, não ouvira mais trovões e nem relâmpagos deixando o céu brilhante, era apenas a chuva que caía, cobri minha cabeça e tudo ficou escuro.

No dia seguinte, acordei e dei de cara com todos à minha espera até meu pai que voltara de viagem, cumprimentei todo mundo, menos Miguel.

Aquele caipira insolente, ahhh que ódio.

- Hey querida, não vai dar oi para o Miguel. – Falou meu pai. Olhei para ele abri um sorriso extremamente falso e disse:

- Bom dia Miguel, querido. – Foi em direção a ele e dei um tapinha na sua bochecha com a ponta de meus dedos.

- Prontinho. – Disse me sentando ao lado do meu irmão, que me deu um abraço de lado.

- Mia... – Escutei meu pai falar, direcionei lhe um olhar que dizia que não fiz nada de mais, ele apenas balançou a cabeça negativamente.

Com o passar do domingo meus amigos foram para suas casas e meu pai mais um vez teve que ir viajar, ele falou que passou a tarde de domingo conosco, pois havia esqueci alguns documentos importantes e estava voltando para o Canada. Ficando só eu e Diego em casa.

- Vai desembucha, o que aconteceu? – Indagou-me ele, não entendi o que ele estava querendo. – Não se faça de desentendida, você sabe muito bem o que estou querendo dizer. – Bufei.

- Aquele caipira é um idiota. – Falei e cruzei meus braços. – Ele estava fazendo pouco caso do meu medo de tempestades. – Meu irmão assentiu.

- Mas olha, sei o que ele fez foi errado, mas ele não sabe o por que você tem medo, então dá um desconto para ele. – Olhei para meu irmão. – Ahh qual é? Ele não fez por mal.

Depois de conversarmos e ele me obrigar a pedir desculpas para Miguel, fiquei em meu quarto arrumando algumas coisas para levar para a escola essa semana, com a chegada da noite eu estava cansada, então não demorei muito para dormir.

Miguel

O tapa que ela me deu ficou dolorido, mas não é para menos, eu meio que fiz pouco caso do seu medo, sorri ao lembrar da cena de mais cedo.

- Vai me conta, o que você fez? – Perguntou-me Lupita sentando ao meu lado do sofá.

- Nada, só dei risada do medo bobo dela, francamente quem tem medo de tempestades? – Minha prima suspira profundamente e fecha os olhos.

- Você não sabe metade do que minha amiga passou, então não ri dos medos dela. – A encarei enquanto falava. – Acho melhor o senhor se remediar com ela, caso isso não ocorra por bem, vai ser por mal. Entendeu Arango? – Bati continência, o que fez ela soltar um sorriso nasalado. – Você é um bobo. – Me deu um empurrãozinho no ombro.

O outro dia raiou e eu estava pronto para mais uma semana de estudos, estava pronto para me desculpar com Mia, ela deveria estar querendo comer meu fígado.

Andando pelo hall de entrada da escola, encontrei conversando com Celina, uma das muitas amigas dela.

- Mia? – Chamei e ela fingiu não me escutar. – Mia. – Falei mais uma vez, toquei em seu braço e vi que ela suspirou. – Posso falar com você? – Disse olhando-a, ela concordou e complementei. – A sós.

- Então eu vou indo, até mais Mia. – Disse Celina se despendido com beijinhos de bochecha, ela virou-se para mim, me fuzilando com aqueles olhos azuis.

- O que você quer? – Cruzou os braços na altura do peito.

- Eu quero me desculpar por sábado. – Ela arqueou as sobrancelhas, entendi como um sinal para prosseguir. – Sei que não podia ter dado risada de seus medos, eu fui um babaca.

- Sim você foi. – Disse por fim e vi um sorriso se formar em seu rosto. – Eu também te devo desculpas, então... – Ela se balançou para frente e para trás com os calcanhares. – Estamos kits? – Eu concordei com a cabeça e fui surpreendido com um abraço, ahh que delícia aquela abraço.

Julieta

Depois de brigar com a princesa Mia, eu resolvi passar o fim de semana com Joaquim em minha casa, meus pais haviam viajado e nada mais que me dez estressar com aquele gostoso em minha cama.

Com a chegada da segunda-feira, resolvi me fazer de amiga arrependida, eu não queria perder a "amizade" daquela patricinha, não quando se tem um plano de roubar o seu amado, que acredito que lá no fundo eu até que gostava dele.

Chegando no hall de entrada me deparo com uma cena que me dá náuseas, os dois pombinhos se abraçando, reviro meu olhos e espero ele se afastar dela. Quando o faz, eu coloco minha melhor feição de cachorrinho abandonado e a chamo.

- Mia! – Ela se vira para mim e vem em encontro a mim.

- Oi Julieta. – Vejo em seus olhos mágoa e remorso? Sim é remorso.

- Eu só queria me desculpar por sexta, eu fui uma idiota. – Fingi arrependimento. – Vocês se gostam dá para ver no olhar de vocês. – Ela me lançou um enorme sorriso.

- Juli, me desculpa, mas não podia negar que gosto dele. – Ela fez uma cara de choro, logo a interrompi.

- Mia, tudo bem. – A abracei repentinamente. – Eu entendo você e faria o mesmo. Então me perdoa por ter surtado aquele dia? – Ela me abraçou fortemente.

- Claro Juli, te perdoo. – Me soltou e fomos para nosso quarto.

Mia

Confesso que a atitude de Julieta me pegou de surpresa, não estava esperando por isso, achei que ela nunca mais iria olhar na minha cara.

As aulas iniciaram no período da tarde e ocorreram muito bem, assim como a segunda, o resto da semana passou como bala, também estávamos de castigo, por uma brincadeirinha de nada que fizemos com a professora Julia, aquela tirana.

Estava na sala de estudos, quando senti alguém se aproximar de mim, ergui meu olhar e dei da cara com Miguel, ele por sua vez me lançou um sorriso encantador e ele estava segurando uma flor.

Calma aí? Uma flor? Que diabos ele está fazendo?

- Mia posso falar com você? – Indagou-me e assenti positivamente, então se ajoelhou na minha frente, estalei meus olhos não sabia o que fazer. – Tem uma coisa que estou querendo te dizer já faz muito tempo, mas não havia oportunidade e me faltava coragem, mas hoje estou aqui aos seus pés, literalmente. – Soltei um sorriso anasalado da sua analogia. – Eu sempre, desde o momento em que te vi no pátio lá no começo do ano, sempre gostei de você mais como amigo e sei que também gosta de mim. – Concordei com a cabeça meio envergonhada.

- O que você está querendo dizer com isso. – Perguntei.

- Eu quero que você seja minha namorada, você aceita?  

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