O dia em que tudo começou... (p.2)

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[Música on – Otro día que va (Instrumental) - RBD]

Já no outro lado da Cidade do México – MX ...

Acordei e a casa estava em silêncio, acredito que fora o primeiro a acordar, estava na casa da minha tia Maite, desde que meus pais faleceram, há cerca de 5 meses, passa-se alguns minutos e alguém interrompe meus pensamentos, batendo na porta.

[Música off – Otro día que va (Instrumental) - RBD]

Toc, toc.

- Alfonso? Está acordado? – Dizia uma voz grossa atrás da porta, era meu tio Javier, irmão mais velho de minha mãe, que estava me chamando. Era um homem alto, cabelos pretos, lisos e seus olhos eram pretos também – Acorda rapaz, vai se atrasar para a escola.

- Sim tio. Já estou acordado - falo isso levantando de minha cama e saindo do quarto para ir no banheiro me arrumar.

Chegando ao banheiro a porta estava trancada e então eu bato. Toc, toc. E uma voz feminina sai de lá:

- Quem é? – Pergunta Mai, minha prima, filha da tia Maite com o tio Javier, filha única por sinal.

- Sou eu Miguel. – Rebato.

- Ahhh Miguelito, já saio. Só mais um minutinho – Miguelito era um apelido carinhoso que meus pais me deram, e ele coube tão bem em mim que todos os meus amigos e parentes próximos me chamam assim. Comecei a pensar em meus pais e na família que tínhamos, então sou interrompido com o abrir da porta e Maite sai de lá toda contente e bem produzida.

- Querida priminha, vai a uma festa ou a escola? – Pergunto para ela com um sorriso no rosto de deboche.

- Aiii Poncho, pare de ser tongo*, você sabe que temos que nos arrumar bem, onde eu estudo e você vai estudar a partir de hoje é uma escola bem vista por todas as pessoas do México, não podemos dar bandeira, não podemos.

A escola em que meus tios colocaram Maite e em sequência me colocaram, é a melhor e mais cara escola do México, meus tios não eram milionários, mas ganhavam muito bem para custear os nossos estudos e os caprichos de minha prima.

Então me arrumo, termino de arrumar minhas malas e vou para sala de jantar, para comer algo, pois estava totalmente sem fome.

- Bom dia tia, bom dia tio. – Falo dando um beijo na bochecha de minha tia e apertando a mão do meu tio.

Então minha tia responde:

- Bom dia querido. Dormiu bem?

Assenti com a cabeça – Dormi bem sim, tia. Obrigada por perguntar – Respondi colocando um sorriso no meu rosto.

Estávamos todos tomando café ao redor da mesa e só podia se ouvir o barulho das colherinhas de chá batendo nas xícaras. Então minha prima quebra o silêncio perguntando algo para meu tio.

- Pai?

- Sim querida – Respondeu meu tio.

- Sabe a festa do pijama que a Any faz todos os anos, na casa dela?

- Sim querida. Por quê? – Perguntou ele novamente.

- Esse ano tem como ser aqui em casa? – Ela fala olhando fixamente para o meu tio.

- Ahh querida, não sei... Quem você pensa em convidar? – Indagou meu tio.

- Então, vem a Any, a Julieta, vem a Dul (namorado do Diego), são essas. O senhor deixa? – Ela pergunta com olhos de cachorro pidão.

- Ok, só se for essas, mas quero o número do pai delas, caso ocorra alguma coisa com elas, tudo bem? – Responde meu tio.

- Oba! – Exclamou Maite. – Obrigada paizinho. – E foi correndo abraçar ele.

Minha prima, era um doce de pessoa, sempre querendo ajudar e se preocupando o próximo, quase nunca ouvia ela dizer não para as pessoas quando realmente precisavam de ajuda.

- Meninos – fala minha tia – Agilizem com o café, se não vão se atrasar, para irem a escola.

- Ok. – Eu e Mai dissemos em sincronia. E então ela solta:

- Vem daí que eu batizo. – Dando risada.

- Uiii sai fora, vem daí – Rio também com a situação.

Terminamos de tomar o café e fomos terminar de nos arrumar e arrumar nossas coisas para podermos sair de casa.

Ao longo do caminho fui pensando em o que poderia acontecer nesse ano letivo que se inicia, se o destino me traria uma surpresa ou pregaria uma peça, como fizera anteriormente.

Chegando ao colégio me deparo com uma grande estrutura, adentrando ao local pude perceber um a mesma pilastra vazada, a escada que dava acesso às salas de aulas, sala de estudos, a sala dos professores e a biblioteca, o dois corredores que davam acesso aos dormitório, a cantina e área de lazer externa da instituição, nela havia duas piscinas, uma coberta e outra não, além de campos de esportes e uma academia com vestiários. Então meu tio me chamou para a realidade chegando perto de mim e colocando a mão no meu ombro, e disse-me:

- Poncho,  vamos até a secretaria, quero lhe apresentar ao senhor diretor.

Assenti com a cabeça em forma de sim e lá fomos nós até a secretaria. Chegando lá avisto uma secretária com um blazer cinza, de óculos, de cabelo preso em um rabo de cavalo e com uma saia combinando com o blazer. Ao nos ver ela fala abrindo um sorriso.

- Senhor Perroni, bom dia! – Fala apertando a mão do meu tio.

Então ele fala:

- Olá Alice, bom dia! Gostaria de falar com o Antônio, ele está?

- Sim, ele está. Só um momento. – Ela pega o telefone e aperta em alguns números e fala: - Senhor Antônio, Carlos Arango está aqui e deseja falar com o senhor, posso mandar entrar? Certo. – Então ela desliga. – Bom já podem entrar.

Ela vai em nossa frente e abre a porta para nós. Entrando na sala do diretor, meu tio vai o cumprimentar e nos apresenta, aperto a mão do diretor e em seguida meu tio pede para eu voltar junto de Mai no hall de entrada e assim eu o faço.

Chegando lá vejo que tinha muitas meninas, do estilo patricinhas, todas cheias de "não me toque, tenho mais dinheiro que você".

Quando encontro minha prima, vou ao encontro dela e de repente esbarro em alguém, quase fazendo-a cair, mas com um movimento involuntário, minha mão segura uma pessoa me segura e então nós nos olhamos fixamente.

NOTA DE RODA PÉ:

* Tongo: Expressão paranaense para dizer que uma pessoa é sem graça, ou está indignada com algo que outra pessoa fez ou falou.

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