Tudo passa... Ou talvez não? (p.15)

40 4 0
                                    


[Música on – Algún Día – RBD]

Chegando na janela, abro-a e fico admirando o campo que há, mais a frente. Algumas pessoas estão conversando, outras praticando esportes, alguns casais se beijando. Vejo aqueles casais me lembro dos momentos mágicos tive com Miguel, nossas conversas, nossas risadas, as brincadeiras. Meus olhos começam a ficar marejados.

Droga eu não posso chorar, fiz uma promessa para Julieta. Não vou deixar que os erros do passado retornem. Não posso.

[Música off – Algún Día – RBD]

Estava presa em meu mundo de pensamentos, alguém entra no quarto me chamando.

- Barbie... – Se aproxima de mim. – Está chorando? O que aconteceu?

- Oi Roberta. – Digo enxugando as lágrimas. – Não ocorreu nada, só estou muito emotiva hoje. Só isso. – Tento forçar um sorriso, mas foi uma tentativa frustrada.

- Ok, o que aconteceu? Eu te conheço e sei que não é nada disso. – Ela fala e me puxa para sua cama, fazendo-me sentar.

- Por que as coisas são tão difíceis? – Começo a falar e um nó se forma em minha garganta, marejando meus olhos novamente.

- Como assim, o que aconteceu? – Ela me olha diretamente nos olhos.

- Eu fiz uma promessa a Julieta, quando éramos pequenas que se ela gostassem de alguém com muita intensidade eu retiraria meu time de campo. – Suspiro. – Fiz essa promessa, porque gostávamos do mesmo menino. Aí brigamos por causa disso e aquilo me fez muito mal.

- Mas Mia, você já estão grandinhas, acho que ela entenderia.

- Não Roberta. – Respiro fundo. – É uma promessa, não quebro nenhuma que eu faço. – Meus olhos ficam marejados novamente.

- E quem é o garoto? – Ela pergunta e começa a pensar. – É o Miguel não é?

Faço que sim com a cabeça.

- Mia, ele não dá bola para ela. Quando ele te vê os olhos brilham e você não é muito diferente. – Ela pega minhas mãos e me chama para um abraço.

- Eu gosto muito dele, mas é uma promessa e elas não foram criadas, para ser quebradas. – Falo entre soluços. – Por isso eu não posso me apaixonar por ele.

- Ok, essa história é muito louca e essa promessa também. – Respira fundo tentando assimilar as coisas. – Acho que você deveria se priorizar do que priorizar essa amizade aí.

- Ok, obrigada pelo conselho. – Ironizo. – Mas enfim, o que queria me falar.

- Ahh é, quase esqueci. – Fala isso batendo na própria testa, aquilo me fez rir. – Eu e seu irmão vamos jogar bilhar. Vim te chamar para fazer par comigo, acho que ele vai jogar com o Geovanni. Aí preciso de uma parceira e sei que você sabe jogar muito bem. – Fala abrindo um sorriso. – Topa?

- Parece divertido, eu topo. Vamos acabar com meu irmão. – Esboço um sorriso.

- É assim que se fala.

Saímos do quarto e ela me abraça pelo pescoço e vamos em direção a sala de jogos.

- Nossa que demora, hein. – Fala meu irmão para mim e dá um selinho em Roberta.

- Estávamos tendo uma conversa de meninas. – Ela pisca para mim e eu sorrio, por não ter contado sobre o assunto.

- Está pronto para perder irmãozinho. – Falo em meio a um sorriso.

Ele ri e logo acrescenta. – Quem vai perder são vocês. – Ele olha aos lados procurando alguém.

- Ué, cadê aquele louco? – Continua olhando para os lados.

- Acho que alguém, abandonou você Dieguinho. – Roberta ironiza.

- Ahh cala a boca. – Fecha a cara.

Miguel, estava passando pela sala de jogos nossos olhos se encontram e eu desvio rapidamente.

- Miguel? – Diego o chama e faz um sinal para que ele se junte ao meu irmão.

- Diga. – Diz Miguel.

- Sabe jogar bilhar? – Indaga Diego e ele assente com a cabeça. – ótimo, você vai ser meu parceiro. – Lhe entrega um taco.

Estamos jogando nos divertindo muito, até esqueci a promessa, esqueci do tempo, esqueci de tudo.

- Acho que ganhamos de vocês meninos. – Mando um beijinho para meu irmão e ele me mostra a língua.

- Aff. – Diz ele.

Depois disso, Roberta e Diego saem da sala de jogos e me deixam sozinha, com Miguel que se aproxima de mim.

- Hey, tudo bem?

- Umhum e você? – Rebato.

- Estou sim. – Ele respira, parecendo que estava tomando coragem para me dizer algo. – O que aconteceu, nos últimos dias está tão distante.

- Como assim? – Pergunto.

- Sei lá, numa hora você está tranquila e na outra está afastada. Não quer falar comigo.

- Estou normal é só sua impressão. – Dou um sorriso amarelo.

- Mia, sei que não te conheço muito bem. – Fala se aproximando de mim. – Mas sinto que você está escondendo algo.

Com aquela aproximação repentina, meu coração acelera, parece que vai sair pela boca, desvio meus olhos por um segundo e vejo Julieta nos encarando, então me desvencilho dele e digo:

- Desculpa, tenho que ir. – Saio correndo, pela outra saída da sala de jogos.

A tarde finalmente chegou ao fim e a noite já despertara, fui jantar e evitei qualquer contato com Miguel, qualquer encarada, um mero sorriso.

Depois de minha refeição, fui tomar um banho e trocar de roupa, coloquei um pijama rosa de corações brancos, deitei-me e dormi em um sono profundo.

Você de novo?Onde histórias criam vida. Descubra agora