4 - Má notícia

3 2 2
                                    

Sentada na poltrona do seu escritório, se encontrava Velay Vandsfurg, seus cabelos loiros longos desciam pelas costas e uma mecha sobre o ombro, seus olhos azuis iam de um para o outro.

Naquela tarde, quatro seres haviam chegado a sua casa, sendo conduzidos por Koli até o seu escritório. 3 anões e uma elfa.

Algo deve estar acontecendo. Ela pensou, batendo os dedos no braço da poltrona. A elfa a olhava por detrás de seus óculos quadrados com desaprovação, provavelmente. Talvez as histórias falassem que Velay era mais simpática.

- Bem, - Ela começou. - A que devo a honra? Não é comum ver outras raças em Colomar e ainda mais anões com elfas, o povo de vocês não tem uma rixa?

- Não mais. - A elfa respondeu, dando um passo a frente.

Era uma bela mulher, assim como todas as elfas, seus cabelos eram verdes, incomum para humanos, mas comum em outras raças.

- Me desculpem, nunca liguei muito para história. - Velay parecia ter despertado a ira dos anões. Pensando bem, talvez esse fosse o seu objetivo desde o começo.

- Acredite, Senhora, não estaríamos aqui se tivéssemos escolha. - O anão ruivo falou, parecia ser o líder. - Estamos aqui para nos juntarmos a sua família.

- Ah? Anões e elfos em minha família? Não, procurem outros, gosto dos humanos com que trabalho.

O anão deu uma risada.

- Não estamos contentes com isso, acredite. Mas veja bem, fomos obrigados. Não estranhou todos esses anões, elfos e dríades andando por aqui? Algo está acontecendo no Sul e logo estará no Norte. - Ele se aprumou na poltrona em que estava sentado. - Mais cedo ou mais tarde, não será apenas problema das outras raças.

Velay cerrou os olhos de raiva e mordeu o lábio.

- Certo. Contando que eu os admita em minha família, o que eu ganharia com isso?

- Anões são ferreiros desde que se entendem por gente, isso é sabido.

- Minha família é rica, sempre conseguimos bons equipamentos. - Velay rebateu e o anão deu mais uma risada, ele afagava a barba vermelha que descia até o seu peito.

- Não nos compare com os seus ferreiros, senhora, somos anões, trabalhamos não só com aço, somos mestres em trabalhos mágicos, e acredito que os seus ferreiros não conseguem imbuir magia em armas, conseguem?

- Ho-oh, e quanto a elfa?

- Elfos são especializados em combate mágicos e físicos. - A elfa respondeu, estufando o peito.

- De que linhagem de elfos você pertence?

- Sou da terceira linhagem, senhora.

- Temos guerreiros excepcionais aqui, espero que não seja ruim... Qual é o seu nome mesmo?

A elfa pigarreou.

- Nêmesis - Ela disse com uma reverência. - Ao seu dispor.

- Belo nome, espero que não esteja atrás de vingança, minha doce elfa. - Nêmesis levantou uma sobrancelha. - Bem, irei contratar todos vocês, mas se não se mostrarem úteis não pensarei duas vezes. Façam algo de errado e estarão na rua.

Os 4 engoliram em seco.

- Faremos o nosso melhor, minha senhora. - Os três Anões dissera em uníssono.

- Parem com essa ladainha de senhora/minha senhora, apenas me chamem de Velay. - Os quatro assentiram. - Agora, você, seu anão vermelho, desde que chegou aqui está falando de algo que está acontecendo no Sul, conte-me tudo, e é melhor não mentir.

- Nunca, senhorita Velay.

Ele limpou a garganta. Pelo visto, lá vem história, Velay pensou.

- Há alguns dias, as pessoas do Sul começaram a ter sonhos que, bem não deveriam ter. É sabido no Sul que sonhos sempre significam algo, algo que aconteceu ou algo que ainda irá acontecer. Elfos sempre sonham com o futuro, anões com o passado e dríades com o que pode estar acontecendo em outras realidades. Os elfos sonharam com um monstro, não um qualquer, mas um que aterrorizou as raças do Sul no passado, nós, anões sonhamos com o que ele fez. Velum, é o seu nome, amigo de destruição, é o significado para o seu nome na língua dos anões, mas para os elfos, ele é referido com outro nome.

- Kono-Mägur - Nêmesis disse - Servo de Mägur.

- Está me dizendo que um das bestas ancestrais acordou? - Velay perguntou.

O anão abaixou a cabeça e confirmou, ele parecia desesperado e Velay sabia bem porque.

Quando os Aventureiros Originais lutaram contra Mägur, ele acabou criando feras para lutar ao seu lado. As criaturas ancestrais eram quase invencíveis, nem mesmo os Aventureiros conseguiram os derrotar, mas quando Mägur e seus filhos se selaram em Meltranol, as criaturas entraram em um sono eterno. Se eles acordaram, Mägur deve estar perto de se reerguer.

Velay olhou rapidamente para Nêmesis, que agarrava a barra da saia verde que usava.

Havia uma divergência em alguns fatos. Muitos acreditavam que quem atacou dizimou a maior parte dos elfos foram uma dessas criaturas, mas muitos outros afirmavam que foi um dos filhos de Mägur, o Senhor das Trevas, Leo.

- Velum está vindo para o Norte e está destruindo tudo em seu caminho. Destruiu cinco das cidades dos anões e vinte e cinco assentamentos dos elfos. Os sonhos dos elfos indicam que ele está vindo para Colomar, onde Mägur está selado. Acho que ele quer destruir o Pilar.

- Se isso é verdade, temos que avisar a agência de aventureiros, há quantos dias ele está daqui? - Velay perguntou.

- E-Eu nai sei, não chegamos a vê-lo, mas deve estar a umas duas semanas daqui. - O anão disse, suando.

- Podem se alojar nos quartos que quiserem, não esqueçam de ir a agência, se registrem como aventureiros, é apenas isso.

Velay se levantou e marchou para fora da sala, se Velum estava vindo, deviam ser rápidos e começar se preparar para a chegada da criatura.

- Senhorita Velay.

- Não tenho tempo, tenho que ir a agência.

- Senhorita Velay, isso não é tudo. - Nêmesis disse.

- Não é tudo? Como assim não é tudo?

- É que... - O anão disse, seu rosto mostrava um semblante de medo.

- Desembuche logo! - Velay disse.

- Tem outra das bestas ancestrais vindo com Velum.

Eh?

Os filhos de Mägur: Despertar | Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora