5 - Victory

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Na manhã daquele mesmo dia, uma garota batia palmas nos grandes portões da casa de Keloy Keyse. Essa garota tinha os cabelos azuis, longos que desciam pelas suas costas, os seus olhos eram amarelos e as orelhas levemente pontudas. Um corpo esbelto para uma pessoa de 12 anos. As pessoas sempre olhavam duas vezes quando Victory passava, alguns para o seu cabelo, a maioria para o seu corpo.

Dois minutos se passaram até que alguém aparecesse no portão, se fosse em uma casa qualquer ela teria se irritado pela demora, mas a julgar pelo tamanho da casa em que estava, deviam tê-la visto de algum andar e não escutado suas palmas.

A casa de Keloy Keyse tinha três andares e extensos jardins que rodeavam a casa em todos os lados, árvores antigas e mágicas cresciam por ali. Victory podia se orgulhar de saber pelo menos um pouco de botânica e aquelas árvores deviam estar ali a pelo menos duzentos anos.

— Desculpe pela demora, o sol deve estar quente, não? — o garoto que a acompanhava falou enquanto iam até a casa, ele parecia descontraído, mas ela percebia um leve toque de ansiedade.

Victory fechou a palma de sua mão com força, sentindo-se com raiva…

…..

Kori mal conseguia acreditar, ele não tinha certeza, mas ela parecia ser alguém que iria se candidatar para a família Keyse, isso era motivo de alegria.

A garota de cabelos azuis tinha os olhos mortos, muito parecidos com os de Mine. Mas por um instante pequeno, ela pareceu com raiva aos olhos de Kori.

…..

Quando entraram na casa, um homem em um avental rosa veio caminhando rápido, possivelmente tinha visto os dois no jardim. Ele enxugava as mãos em um pano de prato e sorria para ela.

— Seja bem-vindo, eh… — ele começou, mas parou no meio do caminho.

Ela agarrou a barra da saia e fez um reverência abaixando a cabeça e dobrando os joelhos.

— Victory El-Drane, a seu dispor. — sua voz era graciosa e o homem estalou os dedos.

— Uma elfa, se não estou enganado. — o homem disse. — Mas é raro ver alguém da primeira linhagem por essas bandas.

Ao mencionar essas palavras, Victory sentiu-se mais uma vez com raiva. Keloy não deixou essa passar.

— Acho que a ofendi, não fiz por mal. Perdoe-me. — ele disse, mas ela logo tentou justificar o mal entendido.

O que estou fazendo? Ela pensou, não posso deixar minhas emoções extravazarem.

— Sr. Keloy Keyse, venho aqui para entrar na sua família, mas antes, devo falar com você. — ela disse, pondo a mão sobre o peito.

— Oh! Quem é? — Molly e Gary, que entravam na cozinha e gritaram, os olhos brilhando de excitação.

— Não tratem mal a visita, seus panacas. — Keloy disse.

— Me desculpe. — disseram os dois em uníssono.

Keloy suspirou, ele parecia bastante cansado na visão de Victory.

— Queira me acompanhar. Ah, sim! Kori, Iris veio ontem aqui, ela disse algo sobre um teste que deveria ir buscar, acho bom ir  logo.

— É claro, vejo você mais tarde. — Kori disse e saiu às pressas.

Kori? Victory pensou.

…..

Quando Victory terminou de contar sobre Velum e Zactos, as duas bestas ancestrais que se dirigiam a Colomar (mais menos na hora em que Kori chegava na agência para falar sobre o teste), Keloy se levantou e partiu sem dizer uma única palavra.

Os filhos de Mägur: Despertar | Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora