9 - Permissão

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Segundo os batedores que estavam encarregados de informar a localização das bestas, elas deviam chegar nos próximos três dias.

Não se via mais pessoas nas ruas de Colomar, mas as notícias chegavam a todos. As bestas ancestrais já haviam devastaram 9 cidades naquela semana, sendo 5 delas de humanos.

Muitos, sem alternativa, tiveram que se refugiar em outras cidades, raças também estavam migrando para o norte e em breve seriam tão numerosos quanto os humanos. Muitos estavam achando essas coisas um absurdo. Humanos e outras raças convivendo na mesma região nunca tinha sido uma boa ideia.

.....

As duas se preparavam para a batalha. Mine, usando uma espada de madeira não estava tão confiante na luta, afinal, sua adversária era uma nível 10.

Por outro lado, Nêmesis parecia estar séria quanto a esse treinamento. Ela havia amarrado seus cabelos em um rabo de cavalo e a olhava com cuidado.

Sem muita alternativa, Mine atacou. Seus movimentos eram rápidos, era nisso que ela estava se confiando.

Quando lançou a sua estocada, Nêmesis desviou e deu-lhe uma rasteira. Mine bateu com o queixo no chão e mordeu a língua. Ela não se lembrava que doía tanto assim.

Todos aqueles que assistiam a luta lançaram um: Ohhhhh! Eles nunca haviam visto Mine ser derrubada ou sequer ferida. Com a dignidade em jogo, ela se levantou. Sua adversária era mais rápida e potencialmente mais forte. Essa não era uma luta de verdade, mas ela não queria perder.

— Pensei que fosse a mais forte da família. — Nêmesis debochou.

— Fui pega desprevenida. — Mine anunciou.

Dessa vez, Mine estaria lutando com tudo.

.....

Kori tinha tido uma noite difícil, os pesadelos tinham voltada à tona.

Em seu sonho, ele estava de frente para uma muralha, nela, um corpo estava pendurado de cabeça para baixo, morto. Uma multidão assistia a exposição do cadáver. Um homem, na frente da muralha falava alguma coisa. Kori não podia escutar, mas seja lá o que fosse, devia ser algo ruim.

Nas portas da muralha estava a população de uma cidade, alguns choravam, outros oravam, mas todos tinham algo em comum, ele podia supor: todos estavam esperando por seu fim.

E, quando o homem terminou de falar, todos começaram a pegar fogo, os gritos eram terríveis, crianças choravam e eram derretidas pelo calor das chamas.

Foi nesse momento que ele tinha acordado, no meio da noite, e desde então não tinha conseguido mais dormir.

E se não estava ruim, logo ficou.

Ficar acordado lhe dava uma estranha sensação de se estar sozinho, e isso, era o que ele tinha mais medo. Sempre que não conseguia dormir ele se lembrava de Hasnar, de como ela o enlaçava sobre os seus braços, de como ela afagava os seus cabelos quando ele não conseguia dormir. Como ela cantava ao seu ouvido. Queria que ela estivesse ali, com ele.

Foi quando começou a chorar, as lágrimas desceram de seus olhos. Tentou pará-la, mas não conseguia ou não queria.

Toc... toc... toc...

Alguém devia ter escutado os seus soluços. Mesmo que estivesse chorando baixo, ainda era 2h da manhã.

— Já bou... — ele disse com a voz embargada. Ele limpou os olhos úmidos e se dirigiu a porta. Victory estava lá, o olhando com preocupação.

— Eu... eu escutei... você está bem? — ela deu um passo para entrar no quarto, mas Kori a interceptou. — Não posso entrar? sabe, conversar é mais fácil, as vezes desabafar tira um peso do coração.

Os filhos de Mägur: Despertar | Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora