12 - Sonho ou realidade?

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Parte 2

Kori abriu os olhos, estava no alto de um penhasco, sentado. Era um lugar lindo e exuberante. Lá de cima, árvores e mais árvores eram vistas, o céu sem nuvens brilhava e a lua estava por ali também, tentando ter o seu momento de glória. Era o lugar mais bonito que ele já tinha ido e não queria mais sair dali.

Ele sorria diante daquelas vista maravilhosa. Kori não conseguia se lembrar de que a instantes estava deitado no chão do quarto de Mex, dando o seu último suspiro, ou assim parecia.

Ele contornou o penhasco e desceu do morro em que estava. Pelo caminho ele viu todos os tipos de animais, cervos, guaxinins e podia jurar que vira um leão, que só conhecia nos livros. Serpentes também rastejavam por ali, mas nenhum se intimidou com a sua presença. Os pássaros cantavam e as flores pareciam dançar sobre o vento forte e refrescante.

Ele logo se viu em caminho de terra por onde pegadas o levavam ao norte. Prontamente, ele a seguiu.

O caminho o levou até uma cidade, pequena e com um Pilar enorme. Muitas pessoas se encontravam plantando soja e em alguns lugares, milho. Por ali era visto crianças, elas brincavam com espantalhos e com os corvos que voavam por ali, mulheres também era vistas, ajudando no plantio. Todos pareciam felizes.

— Amigo! — Kori gritou para o homem mais próximo (que ele chamou de Komo). Komo trabalhava com uma enxada. Quando escutou a voz de Kori olhou para cima, limpando a testa suada com a manga de sua blusa. Parecia ser um homem de 40 e poucos anos, usava roupas
simples e um chapéu que cobria até mesmo os seus ombros.

— Vejo que não é daqui, como vai? — Komo perguntou.

— Bem, e é isso que quero perguntar. Que lugar é esse? — Kori olhou em volta, o Pilar não era tão grande como o que conhecia. Talvez fosse o Pilar que ficava na capital.

O homem sorriu e apontou para as poucas casas as suas costas.

— Essa é Colomar, a capital do país.

Kori mal pode acreditar. A cidade que ele conhecia era gigantesca e muito populosa.

— Espere, capital?

— Sim. — o homem disse simplesmente.

A capital devia ficar a quilômetros de distância, não ali. A não ser que...

— Em que ano estamos?

O homem levantou uma sobrancelha, mas respondeu.

— 3022. — ele disse.

Kori arregalou os olhos. Ele devia estar em 7523. Eu viajei no tempo? não, a resposta veio. Devo estar sonhando.

Mas logo uma lâmpada se acendeu em sua mente. 3022? Não é esse o ano em que os Filhos de Mägur andaram pela terra?

Ele estava vendo o que tinha acontecido. Era mais um de seus sonhos estranhos, mas esse não
mostrava o futuro e sim, o passado.

Quando ele pensou em perguntar ao homem o que estava acontecendo ali, cavalos relincharam vindo da cidade. O homem olhou para trás quando cavaleiros invadiram as plantações. Eles usavam armaduras pesadas e verdes, espadas na bainha e capacetes gálea*. As crianças estavam em pé em um canto, as mulheres que trabalhavam por ali os olhavam com apreensão.

— Filhos de Mägur. — Kori disse alto demais.

Um dos cavaleiros o olhou.

— Sim, trabalhamos para os Oito Senhores. — ele desceu do cavalo e desembainhou a espada. — Algum problema, plebeu?

— Não sou muito amigo deles. — ele sabia o que estava por vim. Alguns do que estavam por ali, inclusive Komo, olharam apreensivos para ele.

O cavaleiro atacou com a sua espada e Kori desviou quando a espada zunindo pelo seu ouvido. A lâmina cortou o chão levantando poeira. Aquilo teria me cortado ao meio,
ele pensou.

Mas a armadura pesada do cavaleiro era uma desvantagem, ele mal conseguiu levantar a sua arma novamente. Kori teria mais uma chance, ele sabia. E teve. O homem atacou mais uma vez, dessa vez na horizontal. Kori desviou para trás, mas quando a espada passou ele deu um passo para frente enchendo a cara do cavaleiro com um soco, que quebrou o crânio e o capacete do seu inimigo.

O capacete do cavaleiro voou uns vinte metros e caiu no meio da plantação, sujo de sangue. Ele estava mais forte, percebeu. O homem caiu de costas. Os outros que o acompanhavam desembainharam as suas espadas, mas sequer puderam usá-las, Kori foi mais rápido.

Em um segundo ele correu até todos os cavaleiros e os matou. Ele nunca soube como o fez, mas quando deu por si, estava olhando para os cadáveres daqueles homens, o sangue brilhando em suas mãos. Ele ofegava e sentia algo no peito.

Felicidade.

Ele foi feliz pelos próximos cinco segundos, antes de levar uma coronhada e desmaiar.

.....

Foi um sono sem sonhos, quando acordou estava em um quarto luxuoso e espaçoso, deitado em uma belíssima cama. Ele tentou se erguer, mas não conseguiu. Seu corpo todo doía, suas mãos ainda estavam banhadas em sangue e sentia um aperto no peito.

— Onde estou? — ele perguntou, enquanto algo subia pela sua garganta. Ele aprumou o corpo logo e logo em seguida, vomitou.

Sua cabeça girou e ele caiu da cama, em cima do próprio vômito.

— Ah, você está lamentável. — um homem que parecia um mordomo entrou no quarto. Usava uma máscara de esquilo sorrindo. Aquilo era perturbador. — Parecia mais decente hoje de manhã, quando o desmaiei.

O mordomo o levantou e o pôs a caminhar. Aquilo era um castelo, todo branco e com no mínimo vinte torres. Sua mente clareou e ele percebeu onde estava.

Só existia um edifício assim: o castelo do rei. Mas o castelo do rei foi antes o lar dos Filhos de Mägur, então...

Ele engoliu em seco e continuou a caminhar.

O mordomo e ele passaram por uma área aberta onde várias crianças treinavam sua magia.

— O que é isso? — ele se permitiu perguntar.

O mordomo o avaliou.

— Leo e Nadine foram mortos pouco tempo atrás. O Senhor das Trevas e a Senhora dos Mares. — ele esclareceu. — Estamos em busca de novas pessoas que possam entrar em seus
lugares.

Ele nunca havia ouvido falar dessas coisas. Novos Filhos de Mägur, isso tinha mesmo acontecido? As histórias nunca haviam tocado nesse ponto.

— Os inimigos estão se movendo cada dia mais para Colomar. — o mordomo continuo. — Se continuarem assim, o Pilar nunca vai ser destruído.

— O quê? O Pilar? — Kori gritou e todas as crianças que praticavam magia o olharam. —  Vocês querem destruir o Pilar?

— A fonte de todo o mundo. — o mordomo disse sonhador. —Sim, vamos destruí-lo e você, meu caro, vai nos ajudar.

O mordomo segurou o seu braço com força e carregou pelos corredores do castelo. Kori tentava se livrar das mãos do homem, que apertava o seu braço com uma força sobre-humana.

Foi só depois de caminharem cinco minutos que eles chegaram as portas de madeira. Ele não sabia como era o lugar que estava prestes a adentrar, mas sabia muito bem quem estava lá dentro.

Sem rodeios, o mordomo abriu a porta e eles entraram.

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Os filhos de Mägur: Despertar | Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora