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Adora on

Fiquei um bom tempo do lado da Catra, limpei seu rosto que estava sangrando um pouco, a deitei na maca, meu coração o tempo inteiro estava disparado, achava que ia morrer de ataque cardíaco ali mesmo.

Depois de meia hora ali sem se mexer direito, finalmente vi seus olhos abrindo devagar.

— Catra, finalmente você acordou. Eu estava muito preocupada — Ela parecia ainda um pouco confusa — Eu te vi desacordada no canto do pátio, estava ferida, então eu te trouxe aqui na enfermaria.

— Ah, Obrigada — Ela fala baixo, ela tenta se sentar na maca e apoiar na parede que tinha atrás dela.

Agora que ela acordou conseguir reparar mais em seu corpo, que estava com hematomas pelo braço e dava pra ver pelo lençol que suas pernas também estavam com hematomas.

— Eu limpei o seu rosto, estava sangrando um pouco, mas eu não tratei ainda, não queria ter riscos de te acordar, posso te tratar agora? — Ela assentiu. Peguei um kit de primeiros socorros que tinha na enfermaria, comecei pelos cortes em sua boca. — Se conseguir dizer, pode me falar o que aconteceu?

— Assim... é um pouco difícil com você mexendo na minha boca — Eu parei um pouco — Bem, algumas vezes isso acontece, lembra quando eu falei que só me metia em briga com quem me provocava? Então, se bem que não fui eu que comecei a briga dessa vez, fui pega de surpresa.

— E você sempre sai assim? — Falei me referindo aos hematomas

— Ah, não — Ela tenta cobrir os hematomas com as próprias mãos — Algumas vezes eu saio assim, mas é um pouco raro, e como eu disse fui pega de surpresa, não consegui fazer nada, eu estava saindo do clube de jornalismo e alguém me atacou.

— Sabe quem foi?

— Não vi muito bem, mas era uma pessoa alta e se eu não me engano a cor dos olhos eram verdes — Continuei o tratamento no canto da testa, colocando uma pomada.

— Não vai fazer nada?

— A sei lá, não estou com muita vontade de atacar de volta, sabe?

— O que aconteceu com a "Só me meto em briga com quem me provoca" — Falo imitando a voz dela

— OK, ok. Um eu não falo assim e dois, eu não estou a fim de me meter em brigas agora, principalmente com uma pessoa que eu nem sei quem é. — Olhei para as mãos dela que ainda estavam no braço e percebi que estava tremendo um pouco, e seu olhar, ela estava com medo, ela pode não querer fazer nada, mas com certeza esse cara não vai ficar parado.

— Tudo bem — Encostei em uma das suas mãos — Você só vai esquecer isso então?

— Sim e Adora se você está pensando em fazer algo, esquece ok, não se meta nisso.

— Eu não falei nada sobre eu me meter.

— É mas você é o tipo de pessoa que se mete nos problemas dos outros.

— Mas

— Adora me escuta, esse problema é meu, não seu, você começou a conversar comigo ha o que? Uma semana? Então não se atreva a se meter nisso, só uma pessoa brigando pela escola está bom.

— A Scorpia e a Entrapta sabem disso?

— Claro que sabem, e demorou um tempo pra elas entenderem que não era pra entrar em brigas, não me faça ter que aguentar a mesma coisa com você.

— Ta, tudo bem, eu não me meto. — Ela parecia se acalmar um pouco

— Mas e se eu falar com a diretora sobre o caso, ela é a mãe da — Ela me interrompe

— Adora.

— Ta bom, ta bom.

Continuo com os tratamentos, agora cuidando dos braços.

— Obrigada, de novo, por me trazer aqui, e cuidar de mim. —Eu não consigo controlar meu sorriso — É ridiculamente fácil te deixar feliz

— Me deixa!

— Não — Rimos juntas

Nos olhamos nos fundos dos olhos, naquele momento tudo parecia mais tranquilo, mesmo que ela esteja toda machucada, e eu tenha ficado desesperada preocupada com ela, estar ao lado dela me traz paz, eu gosto de estar com ela, quero protege-la, eu quero ficar mais perto dela, quero algo a mais com ela.

Cheguei mais perto de seu rosto devagar, com um leve medo dela se afastar, mas quando ela não se afasta eu a beijo, um beijo calmo e tranquilo, seus lábios tinham um leve gosto de sangue por causa do corte, mas não ligava muito pra isso, eu gostava do que sentia com isso, o meu coração que estava disparado no momento agora por um motivo bom, eu amava isso.

E era a segunda vez que eu a beijava, e eu quero que isso aconteça mais vezes.

Só um trabalho (Catradora/Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora