PAHALIAH | jikook

XVI

"Eu perdoo você." Jimin

#Pahaliah13

Terra. Folhas. Terra. Pedras. Vento. Jungkook corria entre as espigas, tentando não perder seus chinelos no processo. Dessa vez a noite parecia tão mais fria, tudo está úmido por causa das chuvas passadas, o vento forte e barulhento só o faz sentir mais preocupação. Onde anda Jimin?

— Jimin-ah?! - gritou já rouco, quantas vezes ele berrou por seu nome? — Onde você está?

Não entende porque tantas coisas ruins acontecem ao seu redor desde que nasceu. Quando encontrou Jimin, elas pararam na frequência, contudo aumentaram na gravidade. Pior que está apaixonado, perdidamente, sem medir, sem controle, e quando algo assim surge com seu amor, ele fica apavorado. Quase cego.

Não muito longe dali, no campo de flores, escuro, apenas com a luz do luar, seus cabelos prateados brilham, seu corpo está suspenso, como se fios segurassem seu corpo no ar, uma marionete adormecida sobre as flores do campo.

Com o corpo dormente, o diabo alcançou sua mente nos sonhos e não planejava deixá-lo tão cedo.

No sonho, vestido com um paletó branco e cabelos modelados para trás, Jimin estava em um salão branco vazio, de piso reluzente e lâmpadas florescentes.

— Onde estou? Jungkook? - confuso, observou o salão tentando encontrar uma porta, mas são quatro paredes lisas sem nada. — Que lugar é esse?

Observou seu próprio corpo, vestido de branco, sapatos da mesma cor.

— Eu morri?

Franziu a boca. E foi quando sentiu algo úmido no centro do seu peito, colar sua camisa a sua pele e escorrer pelo seu abdômen. Suas mãos tatearam até ele entender que está sangrando.

Não sente dor, mas o sangue o assustou a ponto de escorregar no mesmo e cair sentado no chão, ofegante.

Não demorou muito tempo para que todo seu terno ficasse rubro e pesado, encharcado de sangue escuro e grosso, o cheiro de ferro invadia seus sensos, seu coração batia tão forte que parecia querer explodir. O medo tomava conta.

Medo. Qual foi a última vez que tive medo?

— Ah, o que é isso, eu... - olhou as mãos vermelhas de sangue e a poça ao seu redor. — Deve ser algum sonho... Só pode ser...

Bateu no próprio rosto deixando uma marca da mão suja em sua bochecha macia. Jimin ouviu passos atrás de si e quando observou sobre os ombros, lá estava Taehyung de pé a sua frente, vestindo um terno negro da mesma cor de seus cabelos, mãos nos bolsos e mocassins marrons impecáveis, agora pisando na poça de sangue.

— Taehyung-ah? Onde eu estou? - questionou aliviado por ver seu amigo. — Estou com medo.

Sorriu de canto de boca, vendo o menor com seus olhos arregalados e brilhantes para ele. Andou mais um pouco, deixando suas pegadas no chão branco até ficar a sua frente.

Aquele não parece Taehyung, alguma coisa está diferente nele. Jimin ainda não o viu humano, mas mesmo que fosse o Taehyung demônio, esse parece muito mais intimidador e assustador. Sua ires negra, a postura, tudo nele é diferente.

Ainda sentado no chão, Jimin parecia sangrar sem parar, sentia-se fraco e perdido. Taehyung abaixou a sua frente, como se ele fosse uma criança.

— Hum... - cerrou os olhos. — O fato de não se lembrar da sua angelicalidade o torna fraco e assustado. Deus não queria que fosse anjo, ele o trouxe de volta como humano mesmo, só para que aquele merdinha possa cumprir seu destino. Ele te fez humano, delicado, gentil e inocente para que Taehyung desistisse de ser meu.