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I see our kids in the park
Running around 'till its dark
And as they grow older
We'll help 'em count the stars

LIZZIE —

Encerramos o primeiro dia de ensaio em menos de meia hora. Matt é um desastre, e meu pé inchado é a maior prova disso. Faço exatamente como nos piores dias depois dos treinos na escola de balé. Enfio o pé em um balde de água quente e deixo lá por alguns minutos, depois tirando-o, secando e colocando direto na bacia de gelo.

Funciona um pouco, e a dor diminui o suficiente para que eu consiga ajudar minha mãe com a louça do nosso jantar e depois ir deitar.

— E aí? Como foi? — minha mãe pergunta, parada na soleira da porta do meu quarto. Depois de tantos anos, ainda temos o mesmo ritual.

— De todo modo, não foi tão ruim quanto eu esperava. — respondo.

Ela balança a cabeça, em discordância.

— Seu pé não acha isso, não é? — uma leve expressão de "eu avisei" surge no rosto dela, marcada entre as sobrancelhas.

— Acidentes acontecem. — dou de ombros, enfiando-me embaixo do edredom. — Boa noite, mãe.

— Boa noite, querida. — ela fecha a porta, e posso ouvir que ela demora um pouco para ir embora. Depois, ouço-a conversando na cozinha, logo ao lado do meu quarto, com meu pai, pelo telefone.

Já faz dez dias que ele está no México, desde que minha tia sofreu um infarto e ficou internada. Ele deve voltar em breve, mas sinto saudades.

Pego o celular no criado-mudo, e dou uma olhada nas aulas que terei no dia seguinte. Todo meu material está adiantado, então posso dormir em paz.

Bloqueio o celular novamente, conectando-o no carregador. Desligo a luz do abajur e me ajeito no travesseiro.

Estou exausta, mas, mesmo assim, minha cabeça está a mil.


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Till I'm Old and GrayOnde histórias criam vida. Descubra agora