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You'll never, ever, ever be alone

LIZZIE —

O baile acontece em dois dias. Nunca fiz contagem regressiva para nenhum evento ou acontecimento, mas estou fazendo agora. Faltam dois dias para o baile, e Matt está desesperado.

Desde o dia anterior, parece que ele esqueceu tudo que aprendeu nas semanas de ensaio, inclusive como não esmagar meu pé a cada passo que ele desse.

Estamos sentados juntos no chão da garagem, com a música com a qual deveríamos estar dançando tocando inutilmente.

Já faz vinte minutos que estamos parados ali, deixando a playlist de músicas românticas do Spotify tocar no modo aleatório, quando decido que é hora de voltarmos a dançar. Chegamos longe demais para ele desistir agora.

Eu me levanto e estendo a mão para ele, que hesita um pouco antes de aceitar.

A nova música já está tocando no aparelho de som conectado ao iPod antigo, que herdei de Matt quando ele ganhou um mais moderno.

Matt não precisa que eu o posicione mais, e é a única coisa que ainda está estável nos ensaios. Ele me oferece a mão, do jeito que ensaiamos para a cordialidade do momento.

Take my hand
I'll teach you to dance
I'll spin you around
Won't let you fall down

Como sempre, eu o guio em todos os passos, esperando que ele saiba conduzir a dança quando a hora certa chegar. Com Melanie.

Torço para que ele não acabe pagando mico, mas sei que fiz o que pude e ensinei a ele tudo que podia nas condições que eu tinha.

Would you let me lead?
You can step on my feet
Give it a try
It'll be alright

Matt ainda não é bom em controlar a velocidade dos passos, mas evoluiu bastante. Nos primeiros ensaios, ele dançava como se estivesse fugindo desesperadamente. E ele devia mesmo.

The room's hush hush
And now is our moment
Take it in
Feel it all
And hold it
Eyes on you
Eyes on me
We're doing this right

Conforme a música vai acelerando, consigo sentir os batimentos cardíacos de Matt acelerarem também. Ele sempre fica nervoso quando a música se torna mais rápida. Eu olho para ele para confortá-lo, mas ele não parece se acalmar nem um pouco.

Pelo contrário. Demora menos que um segundo para que eu sinta meu pé direito sendo esmagado outra vez. Pobre pé.

Eu me abaixo imediatamente para ver o estrago dessa vez, e sinto um choque contra minha cabeça.
Matt também está abaixado, parado logo à minha frente, olhando apreensivamente para o meu pé.

Os olhos dele são mais bonitos desse ângulo. Não se parecem tanto com os olhos da mãe dele, mas com ele mesmo.

Ele me encara, os lábios entreabertos de susto e preocupação, e seu rosto fica inteiramente vermelho.

Ele está tão perto que posso sentir sua respiração batendo em meu rosto da mesma maneira que meu coração batendo no peito.







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Till I'm Old and GrayOnde histórias criam vida. Descubra agora