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I'll carry you home
Till I'm old and gray

LIZZIE —

Minha mãe, meu pai e eu estamos sentados na sala assistindo a um episódio aleatório de Grey's Anatomy, mantendo os olhos fixos na TV enquanto os médicos operam o cérebro de um menino que é campeão de soletração.

No ensino fundamental, Matt e eu fazíamos parte do clube de soletração, e éramos imbatíveis. O pensamento me faz bufar, estressada.

A esta hora, ele já deve estar no baile com Melanie e os amigos dela. Quando ele saiu de casa com o carro, algumas horas antes, eu havia prometido a mim mesma que não ficaria pensando nisso.

Estaria ocupada ajudando minha mãe em casa, e fazendo companhia ao meu pai, que ainda está deprimido com a morte da minha tia. Mas parece que simplesmente não consigo não pensar nisso.

Fico imaginando a escola, lotada, com todos olhando para Matt e Melanie chegando juntos, um casal improvável e inesperadamente bonito.

Sim. Eles ficam bonitos juntos. Sei disso porque vejo no Facebook a foto em que a mãe de Melanie os marcou. Eles estão parados, quase abraçados, em frente à gigantesca piscina da casa de Melanie, parecendo um casal de mister e miss alguma coisa.

— Lizzie. — minha mãe diz, desviando o olhar da televisão para mim pela primeira vez. — O baile já começou? — rolo os olhos com a pergunta. Sei o que ela está tentando fazer. Ela quer que eu vá ao baile, de qualquer maneira.

— Querida. — surpreendentemente, dessa vez é meu pai quem diz. — Não perca a oportunidade por orgulho. Não é uma experiência que vai se repetir em algum momento. É o último baile. A última chance.

Sei que olho para ele com os olhos arregalados.

— Não tenho um vestido. — é a primeira coisa que surge na minha cabeça.

Meus pais se entreolham.

— O que está acontecendo? — pergunto.

— Vem. Vem comigo. — minha mãe diz, puxando-me pela mão.

Ela me leva até a minúscula despensa, onde a tábua de passar roupas está em pé, encostada na parede.

Pendurado nela, está um saco plástico com um formato que posso reconhecer de longe.

— Mãe...

— Não se preocupe com o preço. — ela diz. — O que importa é o valor. Vale muito para mim. E sei que vai valer muito mais para você.

Sinto meus olhos arderem.

Ela puxa o saco, entregando-o para mim. Eu o abro imediatamente, e um vestido incrível surge logo à minha frente. É todo preto, e suponho que deva ir até o joelho, justo até a cintura, e aberto em uma saia evasê com pregas arredondadas.

Sem palavras, eu abraço minha mãe, bem apertado, depois corro para a sala e abraço meu pai da mesma maneira.


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Till I'm Old and GrayOnde histórias criam vida. Descubra agora