⊱Dezesseis⊰

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ℰu aceitei a proposta de Henrique.

Teria de ir ao casamento da Irmã dele e fingir ser o seu namorado para toda a sua família e amigos. Não era uma tarefa tão árdua assim. Talvez nem tivesse que falar com a família de Henrique, já que eles não toleravam homens gays. Talvez só tivesse que assistir ao casamento, provar de comidas chiques, o que não era nenhum trabalho, tendo em vista que os ricos tem um ótimo gosto culinário, feito pelos melhores chefes e entreter Henrique pelo tempo que a festa durasse. Acho que era o trabalho mais fácil que ele já tinha me dado até agora.

Faltavam poucos dias para o casamento da irmã de Henrique e nada estava me deixando mais ansioso. Só de pensar que estaria no meio de um bando de gente rica, eu ficava cada vez mais nervoso, com todos aqueles olhares me observando, querendo saber quanto exatamente eu valia. No meio dos ricos, você vale o que você tem. Quanto mais dinheiro você tem, mais amigos possui. De certa forma pensar naquilo me causava um embrulho no estômago.

Era o meu dia de folga do trabalho e eu estava sentado em frente a Tv assistindo na companhia de Davison. Eu estava comendo pão com presunto como lanche e Davison um biscoito recheado. Por mais que parecesse que eu estava assistindo ao que passava na TV, minha cabeça voava longe, nem ao menos sabia no que estava pensando, só vagueava pela imensidão da minha mente, completamente perdido, quando a campainha tocou, me tirando do meu torpor.

― Tem alguém tocando a campainha! ― disse Davison descolando as costas do sofá ao qual passou muito tempo recostado.

Levantei-me imediatamente e fui até a porta para atender quem quer que fosse. Apenas uma certeza eu tinha, não era a irmã de Davison, Dandara, afinal de contas ela nunca tocava a campainha. Quando víamos ela já estava dentro de casa de maneira que tomávamos até um susto em certas ocasiões. Uma vez eu estava sozinho e tomei um susto quando ia passando de toalha do banheiro para o meu quarto e ela estava de pé bem na sala, como se tivesse atravessado as paredes silenciosamente. Dei um sobressalto e a toalha mal amarrada caiu, deixando que ela visse o meu pênis. Foi completamente constrangedor.

A campainha era insistente e eu acelerei os meus passos gritando para quem quer que estivesse do lado de fora da casa. Ao me aproximar da porta, agarrei a maçaneta, girando-a e abrindo a porta por fim. Tomei um susto quando percebi quem estava ali, de pé na minha porta, com um sorriso largo e empolgado, enquanto eu estava com cara de sono de quem dormiu até às duas da tarde e com o hálito relaxado.

― Henrique? ― indaguei perplexo sem querer acreditar que ele estava bem ali na minha frente.

Ele sorriu.

― O que você está fazendo aqui? ― perguntei estupefato.

― Bem, você me disse que hoje era o seu dia de folga naquela mensagem, então eu decidi fazer uma surpresa e vir até aqui porque quero te levar no meu alfaiate particular, ele quem faz os meus termos sob medida!

― Você tem um alfaiate particular?

Ele fez que sim com a cabeça.

― Tenho.

― Eu achei que isso era só coisa de filme!

― Bem, achou errado. Nós ricos temos sim um alfaiate particular e hoje vou te levar no ateliê dele!

― Eu acabei de acordar e estou todo desarrumado!

― Bem, então vai lavar essa cara e se arrumar porque vou te levar para conhecer o Jean Cloud!

― Vandame?

― Não, Jean Cloud Bethencourt, meu alfaiate francês!

― Ah, tá! ― disse soltando uma risadinha nervosa.

Quem dá mais por ele?Onde histórias criam vida. Descubra agora