Já fazia 10 minutos que estávamos em silêncio, eu tinha decidido descobrir seu plano, ou seja lá o que estivesse pensando, o problema era que eu não fazia a mínima ideia de por onde começar, mas no momento a única coisa possível era perguntas.
- Harry.
- Hum. - Ele resmungou sem tirar o olhar da estrada.
- Er... o que... quantos anos você tem? - Droga, sério Emma? como sou lerda, idade? tanta coisa interessante pra mim perguntar, e eu perguntei a sua idade? a profissão de detetive é algo que vou riscar por completo da minha lista de possíveis profissões.
Harry, franziu o cenho como se perguntasse o porquê de meu interesse repentino.
- 24, por que?
Me surpreendi com sua resposta, Harry já era formado, e pelo tanto que Anne o gabou, ao que tudo indica ele já tem uma carreira brilhante em seu serviço.
- Achei que fosse mais velho.
- Eu terminei o Ensino médio cedo, acabei pulando uma série, e consequentemente entrei na faculdade com 17 anos.
Então Harry era um pequeno prodígio, eu gostaria de um dia descobrir o motivo de ter pulado uma série, talvez na minha próxima investigação eu faça isso, mas agora pretendo ir devagar para ele não desconfiar de nada. Aguardo que automaticamente ele pergunte também sobre minha idade.
- Eu sei sua idade. - Harry responde em tom sério, como se lesse minha mente, imagino se algum dia ele seria capaz de emitir um sorriso verdadeiro, ele não parece uma pessoa muito feliz, e só neste tópico acrescentei mais 3 perguntas em minha caderneta mental, ao qual tenho vontade de fazer.
- Como sabe?
Ele não responde, me ignorando por completo, por que sinto que ele sabe tanto de mim? e eu não sei nada sobre ele. Esqueço por um momento meus questionamentos ao notar que estávamos contornando a rotatória, pegando um caminho diferente da do pub.
- Para onde está me levando?.
Ele me olha de relance mas permanece calado, é impossível eu não começar a pensar em possíveis tragédias, penso que talvez hoje será meu ultimo dia, talvez ele estivesse pensando a forma mais prática de me matar ou se livrar de meu corpo, qual outra razão para ele ter desviado o caminho?.
- Para onde estamos indo Harry?. - perguntei novamente, de forma mais firme desta vez, ao contrário das minhas pernas que já estavam mais moles que uma gelatina.
- Quero te mostrar algo.
- Mas nós estamos saindo da cidade.
- Eu sei.
Quanto mais rápido Harry ia, mas nos distanciamos da cidade, as árvores e campos começaram a tomar conta do cenário, estava ficando tudo muito estranho.
- Você disse que íamos atrás do meu celular, no pub.
- Mudei de ideia.
- Eu quero ir pra casa.
Silêncio, ele não me respondeu.
- Harry! eu quero ir pra casa, agora!.
Silêncio, novamente.
- Pare o carro!Eu quero descer.
- Você não tem escolha Emma.
- Escolha de que? Estávamos conversando bem a um minuto atrás e agora eu já não fazia a mínima ideia do que ele faria comigo, então era assim que eu morreria? nas mãos daquele que a algum tempo atrás eu não sabia da existência mas que sempre foi o meu maior medo e pesadelo, seria uma morte nas mãos daquele que as pessoas afirmaram ser fruto da minha imaginação, a situação mudou tão rápido, de uma simples conversa sobre idade para o meu completo fim.

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My dream
FanfictionO que fazer quando seus olhos pesam e seus ombros sentem o cansaço de uma noite mal dormida? infelizmente no meu caso nada, isso já é rotina a anos, desde que me conheço como gente, os sonhos me perseguem de uma forma assustadora, quase todas a noit...