Capítulo 11

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Harry acertou John com um forte golpe no rosto fazendo ele cambalear para trás, pisquei algumas vezes pensando que talvez fosse uma alucinação, pelos meu cálculos Harry voltaria apenas amanhã, mas não, ele estava ali em carne e osso, senti meu estômago afundar ao ver John se recuperando e acertando um soco em Harry, eu estava em choque, eu queria me mover, gritar por ajuda mas minhas pernas não permitiram que eu fizesse isso, Harry empurrou John e dois dos capangas foram em direção dele, era muita covardia, seria 3 contra um, até que no segundo seguinte Louis passou por mim a passos largos acertando o rosto de um daqueles caras, se juntando a Harry, eram socos e mais socos sendo deferidos. Senti os braços de Mila ao meu redor enquanto ela me perguntava se eu estava bem, eu não tinha notado que ainda estava no chão até Mila me ajudar a levantar. Eram socos atrás de socos, Harry era forte e ágil e com o suporte de Louis se tornou mais fácil deferir socos contra John, me perguntei onde Harry havia aprendido lutar daquele jeito.
Eu olhei em volta e uma multidão se formava, porém ninguém fez menção de separar a briga, até Josh aparecer com 3 seguranças que separaram o grupo com muito custo.
- Encoste nela novamente e eu acabo com sua raça seu desgraçado . - Harry gritou para John que limpava o sangue que escorria pelo nariz.
- Você vai me pagar caro Styles! e você também sua vadiazinha. - John esbravejou apontando para mim e para Harry, apenas para Harry dar passos em sua direção ameaçando recomeçar a briga, mas antes que fosse possível os seguranças o impediram, dissipando a multidão em volta logo em seguida apenas para também nos expulsar do local.
Na saída corri na direção de Harry para constatar apenas o que eu já imaginara, ele estava com cortes na lateral da boca e no canto de uma de suas sobrancelhas, enquanto uma de suas mão permanecia nas costelas, contudo não era nada perto dos ferimentos que ele havia deixado em John.
- Você está bem? - Perguntei enquanto meus olhos procuravam os seus, mas seu rosto permaneceu indiferente.
- O que você acha?. - Ele me respondeu ríspido, fazendo meus estômago afundar ainda mais.
- Eu juro que não fiz por querer.
- Você veio ao show por querer, mas que porra Emma, eu pedi pra você ficar em casa, por que você não pode me ouvir - uma única vez?
- Desculpa.- Foi a única coisa que consegui sussurrar, se fosse em outra ocasião talvez eu revidasse, mas ver Harry no estado que estava, com sangue no rosto e caminhando com um pouco de dificuldade apertou meu coração, mesmo meu cérebro me lembrando que eu devia odiá-lo.
Caminhamos até o estacionamento, Josh o tempo todo calado e Mila averiguando o rosto de Louis, ela parecia preocupada visto que ele também havia levado números consideráveis de socos.
Depois que chegamos no carro de Louis, Harry e ele apenas trocaram um aceno de cabeça, Mila logo se juntou a ele no banco de carona enquanto Josh me olhou como se esperasse que eu dissesse algo, eu apenas sussurrei um "desculpa" para ele sabendo que na segunda eu teria que ter uma conversa com ele.
Procurei Harry com os olhos e ele já se encontrava entre os diversos carros ali, pressupus que ele estava com o dele, encarei pelo vidro Mila inspecionando cada centímetro do rosto de Louis que sibilava algo como "estou bem", ele ficaria bem nas mãos dela, sendo assim caminhei em passos largos até Harry que permaneceu calado, depois que chegamos até seu carro ele apenas abriu a porta do passageiro e esperou que eu entrasse, entrei ainda receosa, mas olhando seus machucados em sua face a culpa me atingiu.
- Mas que merda Emma! - Ele disse socando o volante e pisando fundo no acelerador, apenas rezei pra chegar viva em casa.
- Eu já disse que não foi por querer.
- Vai lá e fala isso pro John! Ele vai transformar a nossa vida em um inferno!
- Desculpa. - Sussurrei sentindo minhas lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto, eu odiava ser fraca, me odiava por sentir o que sinto por ele.
- Droga! Não chore Emma, por favor - ele pediu abaixando seu tom de voz.- Vamos dar um jeito, juntos.
Sua mão direita descansou em minha coxa, fazendo leves carinhos com o dedão sem tirar o olhar da estrada, os nós de seus dedos estavam machucados por conta da briga. Ainda em meio a soluços não pude deixar de perguntar.
- Você acha que ele fará algo contra minha mãe?
- Eu não sei Emma, mas vou pensar em algo.
- Você fala como se conhecesse ele bem.
- E conheço.
Meu coração falhou uma batida com sua frase.
- Harry...
- Hm?
- Por que voltou antes?
- Por que as reuniões acabaram antes.
- Não minta pra mim Harry, você pediu pra Louis me vigiar não pediu?
- Não sei do que está falando.
- Harry, por favor.
- E você queria que eu fizesse o que ? eu sabia que daria um jeito de se meter em encrenca.
- Por que não queria que eu fosse pro Show? Harry, você... - engoli em seco antes de terminar minha pergunta temendo a resposta. - você sabia que o John estaria lá?
- Emma...
- Me responda Harry. - Sussurrei já me sentindo esgotada da noite.
- Eu tenho meus contatos.
- Contatos? contatos com quem, traficantes, mafiosos?
- Não diga bobagens Emma!
- Bobagens? Eu não diria se eu ao menos soubesse com o que, ou com quem estou lidando, você não entende Harry, eu não sei nem seu nome do meio!
- Porra Emma, eu fiz isso pra lhe proteger, e te manter a salva.
- Salva de que? - Ele permaneceu calado. - Me diz, Harry! o que você sabe? de quem eu preciso ser salva?
Parando o carro no estacionamento de seu prédio ele me encarou, seus olhos verdes com expressão de cansaço, agora já tomados de um tom mais escuros, contra os meus amargurados e cansados de lutar contra tudo e contra todos.
- De mim. - Sua resposta saiu sôfrega e arrastada, levando consigo as batidas de meu coração, ritmado e machucado demais para se permitir curar.
...
Depois de entrarmos em seu apartamento ele caminhou para seu quarto na qual nos segundos que se decorreram a seguir ouvi o som do chuveiro, na qual deduzi que ele havia decidido tomar um banho. Não trocamos mais palavras depois de sua última confissão, mais uma frase confusa que eu obviamente passaria horas pensando.
Aproveitando o momento que Harry estava no banho enviei uma mensagem para minha mãe dizendo que eu talvez não voltasse pra casa, guardei o celular na bolsa e a deixei no sofá, rumando até a cozinha procurei coisas que pudessem me ajudar com seus machucados, e para minha sorte encontrei uma caixa com pomadas, comprimidos e coisas simples para dores e machucados. Agora já sentada em frente a Harry eu tentava passar a pomada em seus cortes, mas ele resmungava demais.
- Esta ardendo.
- Não dói tanto. - Eu disse tentando não me distrair, ele estava muito perto, e toda esta proximidade deixava todas as células de meu corpo em alerta.
- Ai! Emma cuidado, já disse que esta ardendo.
Passei a pomada no último machucado e a devolvi na caixa colocando a mesma de lado.
Eu e ele nos encaramos por alguns segundos, até eu finalmente quebrar o silêncio.
- Obrigada, obrigada por... sabe, por ter me defendido.
Ele juntou nossas testas e com a mão livre acariciou meu rosto.
- Eu faria mais um milhão de vezes se fosse preciso.
- Você está muito bravo comigo?
- Não, mas eu estava, muito, muito bravo com você, mas não consigo ficar bravo com você por muito tempo.
- Harry.
- hm?
- Por que eu ?
- Porque o destino nos escolheu.
Me deixando confusa com sua frase ele simplesmente tomou meus lábios para si, aprofundando o beijo e acariciando meu rosto.
- Dorme aqui comigo hoje, por favor.
Apenas acenei, eu não queria pensar muito, apenas sentir o momento, seu cheiro e seus lábios nos meu, e assim passamos a noite, com Harry me puxando para perto, como se a qualquer momento eu pudesse fugir por entre seus dedos. 

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