Vinte

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Domingo, início da sétima semana   de 17 restantes.

— Vocês podem me acompanhar! — a enfermeira pediu, guiando os irmãos Livens para o pátio da enorme clínica.

Cloé foi na frente, os passos duros de quem estava irritada. Mas ia além disso, ela estava triste e decepcionada.

Annie está doente

Parecia estar acontecendo tudo de novo.

— Seu pai teve uma grande melhora! — a enfermeira sorriu, mas Kevin não quis retribuir.

Sua cabeça já começava a doer, ele não conseguia nem lembrar do quanto Cloé chorou depois do que havia dito. Se ela soubesse o quanto era difícil pra ele, pra Annie.

— Lá está ele! — Kevin parou assim que a enfermeira disse, o sol aquela manhã estava tranquilo e o pátio daquele lugar era bem bonito, tinha muitas flores e muita gente visitando os reabilitados. Então, quando encontrou seu pai, sua mente havia se acalmado; Kevin acabou sorrindo, ele não sabia há quanto tempo via Maxon Livens vivo, olhar pra ele agora era como lembrar do passado.

— Pai! — ele chamou, segurando agora uma das mãos de Cloé. Maxon, que adubava algumas flores do jardim, parou ao ouvir a voz tão famíliar.

Olhou pro filho e quase não reconheceu quem era, não era mais um menino, agora era um homem. Ao lado dele havia alguém muito parecida com sua falecida esposa, e com o coração apertado Maxon caminhou até a menininha meia loira de pele clara, algumas lágrimas derramando de seus olhos e tudo aumentou quando ele se ajoelhou e ficou cara a cara.

— Fi-filha…— um sussurro desajeitado saiu de seus lábios, os olhos dela eram iguais aos da mãe, um tom de verde misturado com o castanho. Ela havia crescido, e o olhava emocionada.

Maxon abraçou seus filhos enquanto chorava de uma maneira amável, ele se sentia tão arrependido, mas ainda não conseguia falar isso. sua voz não saia direito e aquilo o deixava envergonhado; um homem de quase quarenta anos precisava de ajuda para se comunicar com seus filhos, e hoje ele sabia que não queria mais sentir isto de novo, não queria mais sentir vergonha de si mesmo.

 sua voz não saia direito e aquilo o deixava envergonhado; um homem de quase quarenta anos precisava de ajuda para se comunicar com seus filhos, e hoje ele sabia que não queria mais sentir isto de novo, não queria mais sentir vergonha de si mesmo

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Kevin batucava os dedos contra a mesa enquanto olhava seu pai ouvir animadamente o que Cloé dizia. Ele estava feliz por ver o pai melhor, não podia negar, no entanto, havia algo lhe incomodando.

Esfregou o rosto um pouco ansioso.

— Filho! — foi a única coisa que Maxon conseguiu dizer, mas queria tanto fazer perguntas, queria tanto saber como ele estava, o que fazia e como se sustentavam? Seu coração doía cada vez mais ao pensar que havia deixado seus dois filhos a beira do nada.

— Estou bem, pai! — ele disse, segurando a mão livre de seu pai.

— Ele está tentando parar de fumar. — Cloé denunciou.

Quando Annie for Onde histórias criam vida. Descubra agora