Vinte e seis

689 86 14
                                    

Uma lembrança qualquer antes do dia 29 de março.

— A Annie já chegou? — Cloé perguntou, se sentia preocupada com sua amiga e Kevin percebeu.

— Sim, ela está bem.

— Como você sabe?

— Ela me disse, fiquei um tempo com ela.

— Jura?

— Juro.

Annie não havia contado a Kevin e nem a Miguel o que acontecera no hospital e aquilo era muito ruim.

— O papai…

— Eu vou busca-lo agora, você quer ir comigo?

— Sim!

Mais tarde naquela noite Kevin estacionava seu carro na garagem e ao seu lado estava seu pai.

— Nossa casa…

— É, a nossa casa pai! Você logo vai poder voltar!

Eles entraram em casa e Maxon ficou olhando tudo como se fosse a primeira vez.

— O jantar… você quem fez?

— Não, ele comprou! — Cloé denunciou, fazendo Kevin revirar os olhos.

— Comprei do restaurante onde o senhor trabalhava, eles mandaram abraços.

Maxon enxugou uma lágrima que descia.

— Obrigado meus filhos!

Se sentaram a mesa, mas antes que comecem Maxon fez um pedido inusitado.

— Chame a Annie para comer…

— O senhor quer conhece-la? —kevin perguntou.

— Eu já conheço, ela foi me ver. — ele não falava muito, suas frases saiam incompletas. Mas Kevin entendeu o que ele queria dizer, seu coração não parava de vibrar forte quando pensava em Annie, e saber que ela havia conhecido seu pai por vontade própria o fez mais feliz.

— Vou chamar por ela, não demoro.

Tocou a campainha dos Smor e Sandra o atendeu. Ela ficou o olhando por minutos sem perguntar o que ele desejava, Kevin soltou um pigarro e então começou.

— Boa noite, a Annie está?

— Você é maior quando olhamos de perto! — ele riu.

— E bonito, espero!

— Oh! Quem tem que dizer isso é Annie, mas você sabe que é sim.

Ele riu mais uma vez.

— Gostaria de falar com ela…

Sandra olhou sorrateira para dentro de casa e então sussurrou enquanto colocava Kevin pra dentro.

— Entre, ela está no quarto. Você pode subir a porta é a segunda no corredor.

Ele assentiu subindo rápido para o quarto. Caminhou até a segunda porta e parou em frente à ela, a madeira era pintada de azul bem claro, e ele por um momento se sentiu nervoso como um garoto.

Fechou a mão e deu duas batidas na porta, mas por um momento tudo o que ele conseguiu ouvir foi silêncio. Bateu mais uma vez e então a voz serena de Annie ecoou até ele.

— Pode entrar.

Kevin abriu a porta e se deparou com um mundo que ele com certeza daria o nome de Annie Smor, lá estava ela, encostada no parapeito da janela olhando a lua.

Quando Annie for Onde histórias criam vida. Descubra agora