Segunda da sexta semana, segundo mês de 4 restantes.
Annie se sentia derrotada.
Cinco horas de viajem de carro até sua casa e quando chegou tudo o que pôde fazer foi tomar um banho, abraçar Sandra e pegar um avião para o Missouri. E agora ela era obrigada a ouvir isso.
O doutor chefe do hospital de pesquisa do Missouri olhava pra ela agora, e depois de dois dias de exames e relatos de tudo o que sentiu nos últimos dias, ele havia lhe atendido.
Depois de dois dias internada naquele lugar.
O velho barrigudo, embora muito inteligente, pedia para que ela repetisse os relatos e ela sentia o nervosismo de todos na sala. Uma enfermeira, seu pai e Deby.
— Na quinta passada, uma dor não tão forte me atingiu.
— Acima do umbigo?
— Bem…
— Você passou duas semanas sem receber qualquer tipo de tratamento e só sentiu dor uma vez?
— Eu... senti um tipo de agonia talvez no domingo ou no sábado passado...
— Ok! — ele ficou em silêncio e leu e releu o relatório a sua frente. — Annie, eu gostaria de conversar com seu pai a sós.
— Mas eu gostaria de ouvir.
— Talvez não seja prudente.
— Eu já ouvi que vou morrer, o que mais pode me abalar?
— Certo! — ele assentiu. Se ajeitou na cadeira e tirou seus óculos de grau. — Você vai ficar mais uma semana no hospital.
— Duas semanas aqui? — Deby interrompeu.
— Sim! — o médico disse, seco. — Os exames que você fez desde que chegou não mostram melhoras. Tudo continua inchado e não podemos operar, mas você não sentir dores pode ser muito bom. E também, pode ser muito ruim. Você sabe que a maioria dos pacientes antes de morrer sofrem de alguma melhora, e então subitamente morrem sem mais… essa é a primeira vez que estamos testando esse tratamento e então queremos saber o que vai acontecer com o seu corpo nos mínimos detalhes.
— Por isso duas semanas… — Annie murmurou, sentindo as lágrimas virem com tudo.
— Sim Annie, os exames vão ser mais intensos e preciso ficar de olho em tudo que acontece. Seu pai e sua amiga vão poder estar com você.
Ela já não tinha mais tanto tempo, e o que tinha era gasto dentro de uma sala branca que cheirava a álcool de hospital.
— Duas semanas! — murmurou desolada.
Sábado da sexta semana.
Kevin se sentia meio nervoso.
Uma ansiedade que fazia ele suar mais que o normal. Ligou para a doutora Lu que pediu pra que ele fizesse algo prazeroso, ela pediu a Cloé que o ajudasse a ficar longe de tudo que o lembrasse o cigarro. Isqueiros, fumaça e café eram um exemplo.
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Quando Annie for
عاطفية+18 A vida conta os segundos, seja para recomeços, seja para o fim. Ela está em constantes ciclos, a morte também está presente em todos eles. E ela esteve presente na vida de Annie e Kevin de maneiras diferentes. Kevin Livens era um cara legal, só...