Capítulo 13

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Pov Sabina

Joalin estava sumida há, ao menos, 3 semanas. Desde o último episódio com Bernard, ela apenas ligava todos os dias, pedindo exclusivamente para falar com meu filho, e ao menos trocava uma ou duas palavras comigo, quando falava só perguntava se eu estava bem, e como Bernard estava se comportando.

Eu não queria que isso me atingisse, mas eu estava sentindo um aperto no peito, não sabia ser ignorada por ela, e sua presença estava me deixando com saudades. Ela não me falou onde estava, ou o que estava fazendo, apenas que estava viajando a trabalho, não me senti no direito de perguntar mais a fundo do que se tratava, afinal ela não me devia mais satisfação...

Todos os dias antes de dormir eu penso o que pode ser esse "trabalho" e eu acabo chegando a conclusão que ela deve estar cercada de mulheres em alguma boate por aí. Cheguei até mesmo a pagar a uma mulher desconhecida para ir até a boate dela averiguar se ela não estaria por lá. Comunicaram que ela estava viajando e há semanas não aparecia por lá também. Eu sei, é errado o que fiz, mas eu precisava dessa informação.

Nesse momento eu estou no fim do expediente em minha empresa, tenho me aproximado bastante de Any nesse meio tempo, a presença dela é incrivelmente agradável e o Bernard a adora.

Any estava sentada na minha frente me passando alguns dados, Sina entrou na minha sala feito uma alma me assustando.

— Distraída, Hidalgo? O que acha de irmos tomar uma cerveja pra você se acalmar? – Sina falou, sugestiva.

— Parece bom, aceita Any?

— Ah não obrigada, ainda não posso gastar tanto, preciso ajudar minha mãe.

— Qual, é Any? Sabina toma cerveja de 3,50$. Se fosse a Joalin ela iria te levar para tomar um vinho de 5 mil reais, mas a Sabina tem alma de pobre até hoje, mesmo tendo o bolso forrado.

Any começou a rir, e eu também.

— Se é assim, eu aceito, preciso acalmar minha mente um pouco também.

— Ótimo, e Heyoon Jeong? – Perguntei a Sina.

— Assim que me viu falou que já estava de saída, saiu um pouco atrapalhada com os próprios pés e derrubando as coisas. – Sina falou e fez uma careta.

— Ela tá tão na sua, amiga. – Any falou com deboche e eu comecei a rir.

— Para de zoar com minha cara, Any Gabrielly. Ela só tá um pouco indecisa ainda.

— Se você diz...

Eu terminei de colocar minhas coisas na bolsa e saí com Any e Sina.

Paramos em um barzinho qualquer de esquina e tomamos cerveja com espetinho. Como Sina diz eu realmente tenho alma de pobre, essas coisas são muito melhores que sair para qualquer restaurante sofisticado.

Sina deixou Any em sua casa e em seguida foi me deixar, olhei a hora, já era quase 21:00 da noite. Minha nossa, a dona Antônia deve estar doida pra ir pra casa.

— Saby eu não vou descer, tô cansada e vou pra casa, tudo bem?

— Sim, tudo bem, Sina. Até amanhã, cuidado com meu carro.

Entrei em casa, vi a luz da cozinha acessa e fui até lá, me assustei quando vi Joalin na pia lavando a louça, usando apenas uma calça jeans, e um sutiã preto, forcei minha garganta e enfim ela me olhou.

— Ah, oi, você demorou. – Ela enxaguou as mãos e secou em um pano.

— Joalin, o que diabos você está fazendo aqui? Eu, eu, anh... você pode se vestir por favor?

— Voltei para o Rio hoje e estava com saudade do meu filho, passei a tarde com ele. Eu e ele fizemos pizza, mas como você demorou a gente comeu e eu coloquei ele pra dormir, mas ainda tem no forno caso você queira.

Ela pegou a camisa social branca sobre a cadeira e vestiu, eu acompanhava cada detalhe de seus dedos abotoando os botões. A camisa estava um pouco amassada e a cena a minha frente estava incrivelmente sexy.

— Puta que pariu...

Joalin olhou rapidamente para mim.

— O que foi?

— Nada, agora que me dei conta que realmente demorei a chegar. Você não devia estar trabalhando?

— Essa hora? – Ela fez uma careta.

— Sim, você trabalha a noite não?

— Ahhh a boate, eu não sou mais dona dela. – Ela disse como quem não quer nada. — Que dizer, eu ainda sou dona dela, mas só até amanhã.

— Vai vender a boate?

— Quase isso, acho que preciso ir.

— Espera, onde você está morando?

— Estava com Diarra, mas comprei uma casa na barra da Tijuca, vou pegar a chave amanhã e te passo o endereço.

— Você comprou uma casa na barra da Tijuca? Uma casa ou uma mansão?

— Chame como preferir. Bom, até logo, amanhã passo aqui para levar Bernard pra escola.

— Joalin, você não está fazendo isso pensando que vou voltar com você, certo?

Ela já estava de costas pra mim e paralisou.

— Eu ainda não desisti de você, mas pra poder te reconquistar, eu sei que preciso bem mais que isso. Estou fazendo essas escolhas por mim, Sabina, eu realmente precisava mudar minha vida, e você terminar comigo foi o caminho para me mostrar isso, eu te perdi e estava perdendo meu filho, se me senti péssima por te perder, acho que eu não conseguiria me erguer se perdesse ele. – Ela falou sem se virar, com um tom de voz profundo e magoado.

Eu caminhei até ela e a virei para mim, nossos rostos estavam a centímetros e eu só queria sentir o gosto de seus lábios.

— Você bebeu novamente? – Disse ela.

— Algumas cervejas, você gostava quando eu bebia, o sexo era muito bom...

Eu aproximei mais nossos rostos, mas senti um dedo dela contra meus lábios.

— Você não quer isso, se realmente quer, ainda não é hora pra isso. Eu ainda não tenho sua confiança de volta. – Ela baixou minha cabeça e deixou um beijo na minha testa. — Eu te amo, latina. Apenas confie em mim, e me espere.

Dito isso ela saiu, e eu fiquei para trás, perdida em meus próprios pensamentos, e mais que nunca tendo a certeza que eu sou completamente apaixonada por essa mulher.

Meus sentimentos por ela estão tão bipolares. Ao mesmo tempo que eu a odeio, eu a desejo, e isso está estragando toda a barreira de força que eu criei dentro de mim.

Ela é minha fraqueza, e eu simplesmente não consigo lutar contra isso.

(.) (.)

Minha bela e adorável namorava que corrigiu o capítulo, haha ela salvou vocês, eu estava morrendo de preguiça de corrigir.

Até logo anjinhos. Atualizarei o vírus em breve, prometo.

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