Capítulo 4

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Pov Joalin

Acordei de repente, um pouco assustada, olhei para o lado e não vi Sabina, peguei meu celular e olhei a hora, pouco mais de 10 da manhã de um sábado. Passei a mão no meu rosto, tentando clarear meus pensamentos, fui no banheiro, tomei um banho, fiz minha higiene, em seguida voltei pro quarto, vesti uma calça moletom sem calcinha, e uma camisa de algodão folgada.

Fui até o quarto de Bernard, e também não a encontrei, na sala também não estava, muito menos na cozinha. Fui até o chaveiro e vi que a chave do carro dela não estava lá. Deve ter saído pra fazer compras.

Abri a geladeira, tinha algumas vasilhas de sobras, abri atrás de ser algo bom, me surpreendi quando vi o que era.

Então foi um clarão na minha vista, merda, eu sou uma imbecil.

Corri pro quarto atrás do meu celular, encontrei no bolso da calça que eu tava ontem.

Liguei pra Sabina, chamou até cair na caixa de mensagem. Liguei de novo, de novo, de novo. Até que não consegui mais ligar, ela deve ter desligado o celular.

Merda, merda, ela não pode ter me deixado.

Digitei o número de Diarra, primeiro toque ela atendeu.

— Fala Jojo.

— Diarra, eu fiz merda.

— Huuum, tecnicamente você está sempre fazendo. O que fez especificamente dessa vez? Aí, merda, me queimei.

— Ontem eu e Sabina completamos 7 anos de casamento, eu prometi que ia voltar pra jantar com ela, só que eu acabei bebendo quando cheguei na boate, e esqueci, ela tinha preparado minha comida preferida.

— Você ultimamente não dá uma dentro com ela né Joalin?

— Literalmente, nem lembro a última vez que transamos.

— Deus garota, eu não tô falando disso. Joalin, você é uma grande idiota, eu não sei o que diabo Sabina ainda tá fazendo com você. Se fosse eu já tinha te mandado embora de casa a tempos.

Me surpreendi com as palavras de Diarra.

— Eu sei que errei, mas também não precisa falar assim.

— Vai a merda Joalin, você tá cavando seu próprio buraco a tempos. Você tem uma mulher belíssima, inteligente, extraordinária, desejada por metade dessa cidade, e que te ama, além de ser mãe do teu filho, aí invés de dar valor a isso, fica se esfregando em rabo de saia que só quer saber do seu dinheiro.

— Ei pode parar, eu nunca trai Sabina.

— Eu duvido muito disso. Você so vive bêbada, com mulheres se esfregando em você naquela boate. Tome jeito, você não é mais uma adolescente, é uma mulher, casada e com um filho que quer e precisa da sua atenção.

Fiquei em silêncio refletindo o que Diarra me falou.

— Vou desligar, Hina chegou aqui com a Sofya. Beijo, não faça besteira.

— Beijo Di, da um abraço nas meninas por mim.

Me sentei no sofá, e fiquei esperando Sabina chegar.

A tarde toda ela não voltou, o celular ainda desligado. Já passava das 18:00 da noite.

Resolvi ligar pra secretária dela.

— Oi Joalin.

— Heyoon tu sabe onde Sabina está? – Fui direta.

— Você quem deveria saber né? Não faço ideia. Am... Quer marcar hora com ela pra segunda-feira?

Senti o deboche na fala dela.

Desliguei sem a responder.

Peguei as chaves do meu carro e fui para a boate. É a única coisa que eu podia fazer no momento.

Andava em uma velocidade desnecessária pelas ruas, devo ter pegado algumas multas.

Cheguei na boate, fui direto pro bar, sentei em uma cadeira no balcão.

— Savannah um whisky com gelo e energético.

— É pra já.

Ela foi colocar a bebida e eu fiquei olhando o movimento.

— Boa noite Joalin Loukamaa... – Ouvi um sussurro no meu ouvido.

— Olá Jeniffer. – Respondi seca.

— Achei que não iria vir hoje.

Ela passou a mão pela minha camisa, e circulou meu pescoço, logo ela sentou no meu colo.

— Jeniffer da um tempo.

— Tô com saudade de você...

— Saudade do que nunca tivemos. Vai, sai daqui.

A empurrei do meu colo, todo dia isso.

— Seu wisky Loukamaa.

Savannah me entregou o copo e eu provei. Forte feito o inferno, do jeito que eu gosto.

Sai atrás de Lamar ou Krystian, o primeiro que encontrei foi Lamar em um sofá Booth, com duas mulheres sentada em seu colo.

— Podemos conversar irmão?

— Claro, vai la meninas, depois procuro vocês.

As meninas saíram, eu me sentei de frente pra ele.

— Sabina sumiu de casa. – Fui direto ao ponto.

— Vocês brigaram?

— Não, quer dizer, ela tá brava comigo eu acho, e com razão, eu prometi que iria voltar pra jantar com ela ontem e acabei esquecendo. – Falei e passei a mão em meus cabelos, soltando uma longa respiração.

— Você anda pisando demais na bola loirinha.

— Pior que era nosso aniversário de casamento.

— Agora ela tem mais razão ainda. Joalin, tu é burra em?

— Tá Lamar, já basta a Diarra me dando sermão. Acho que vou pra casa, esperar ela chegar.

— Se ela voltar né?

— Ela vai voltar, eu sei que vai.

Me levantei e fiz caminho para sair da boate. Quando tava passando pela pista fui parada por Jeniffer, ela do nada me agarrou e colou a boca na minha.

Eu a afastei rapidamente.

— Está doida?

A larguei lá na pista e fui embora.

Ao chegar em casa procurei Sabina novamente e não a encontrei, voltei para o andar de baixo, peguei uma garrafa de vodka na geladeira e abri.

Comecei a beber enquanto via uma série. Os episódios foram passando, já tinha visto uns 4, a garrafa tava quase seca.

Coloquei no chão e dormi no sofá mesmo.

Acordei apenas com um barulho na porta, acordei rapidamente pensando ser Sabina. Mas era a senhora Antônia, o que ela faz aqui? Hoje é domingo.

— Bom dia filha, tudo bem?

— Bom dia senhora Antônia, por que a senhora veio trabalhar hoje? É sua folga?

— Sabina me ligou, pediu que eu viesse hoje preparar seu almoço, e amanhã tirar o dia de folga.

— Onde ela está?

— Joalin, deixe ela pensar um pouco filha, ela vai voltar para vocês conversarem, mas presta atenção no que você tá fazendo.

Senhora Antônia falou e pegou a garrafa quase vazia no tapete.

Eu sou toda errada mesmo, não sei porque Sabina me quis. Meus olhos encheram de lágrimas, eu subi para o quarto pra tomar um banho.

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