Capítulo 16

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Pov Sabina

Acordei com o claro do sol no quarto, olhei a hora no meu celular, era pouco mais das 07:00 de um sábado. Estranhei a cama, olhei aí redor e percebi que também não era meu quarto, ia me desesperar, mas logo me lembrei que Joalin me encontrou na entrada de um bar, eu acho que acabei dormindo assim que entrei no carro dela.

Então essa deve ser a nova casa dela, o quarto de hóspedes não é nada mal.

Me levantei e fui até o banheiro, ao entrar percebi que o quarto não era de hóspedes, é o quarto dela, todos os produtos que ela usa estão aqui. Por que ela me colocou pra dormir no quarto dela? Na cama dela? Essa casa deve ter sei lá quantos quartos.

Fiquei um pouco constrangida, mas resolvi tomar banho. Quando estava devidamente higienizada, e cheirosa, fui até o closet dela, espero que não seja abusar muito pegar uma roupa emprestada.

Vesti uma camisa social folgada, e um short de algodão. Sai do quarto, a primeira coisa que vi foi uma porta pintada de azul com o nome de Bernard. Abri lentamente e vi meu filho dormindo profundamente, preferi não ir dar um beijo nele, para ele não acordar.

Sai perdida pela enorme casa, só naquele corredor eu já devia ter passado por umas 6 portas ou mais, pra que diabos Joalin quer uma casa tão grande? Ela é realmente espaçosa, mas isso chega a ser exagerado.

Desci as escadas, e cheguei na sala de estar, bem moderna, um sofá enorme em formato de L, uma TV, e um barzinho, só as bebidas que tinha naquele espaço dava pra comprar um imóvel simples.

Segui um corredor que dava na cozinha, encontrei ela cozinhando, usava apenas uma calça branca da Adidas, uma meia e um top preto.

— Bom dia Sabina Hidalgo. – Ela falou sem se virar para mim.

— Bom dia Joalin.

— Se sente bem? – Ela falou enfim me olhando.

— Sim, estou ótima.

— Ótimo, preciso realmente conversar com você.

Ela desligou o fogão, e meu coração acelerou.

— Sobre?

— Sobre as bebidas que anda consumindo exageradamente.

— Quem é você pra me julgar por isso? – Fui mais ríspida do que realmente gostaria.

— Sou a outra mãe do nosso filho, advogada, com uma casa, emprego, e muita vontade de entrar com processo de guarda do Bernard se você não moderar a quantidade de bebida que anda consumindo.

Engoli em seco, ela não podia fazer isso, ou podia?

— Você não tem um histórico muito exemplar para me cobrar isso.

— Você me pediu para mudar e eu fiz isso, em compensação, você tá fazendo exatamente o que eu fazia.

— Você não pode tomar Bernard de mim, ele é tudo que eu tenho.

— Eu estou sendo legal em te informar.

— Você está sendo cruel Joalin. – Duas lágrimas fugiram de meus olhos.

— Sabina você passa o dia fora de casa trabalhando, depois vai beber com suas amigas.

— Você fazia exatamente isso!

— E eu paguei o preço por isso, eu te perdi e perdi ele, mas não vou permitir que deixe Bernard nas mãos de babá todos os dias, ele sente sua falta.

— Deus, parece um pesadelo, e agora a situação está invertida. – Me sentei na cadeira e encostei meu rosto na mesa.

Joalin voltou a mexer em algo do fogão e não me falou mais uma palavra sequer.

O silêncio foi quebrado apenas quando Bernard entrou na cozinha, descalço e arrastando um lençol.

— Oi filho, bom dia. – Joalin falou com ele, enquanto colocava um mingau na mamadeira.

Bernard veio todo manhoso até mim.

— Mamãe, Bernard está dodói. – Peguei ele em meus braços e me assustei com o quanto ele tava quente.

— Deus, Joalin ele tá ardendo em febre.

Ela veio imediatamente até onde estávamos, se agachou de frente para ele e passou uma mão em todo corpo dele verificando a temperatura.

— Quer levar ele no hospital? – Ela perguntou me olhando.

— Tem algum remédio pra baixar a febre? Se ele não melhorar a gente leva.

— Tem paracetamol e dipirona em gotas.

— Coloca paracetamol.

Joalin foi até o armário, eu enrolei Bernard com o lençol e o abracei.

— Filho o que você tá sentindo?

— Minha cabeça está doendo.

Os olhinhos dele estavam quebrados, e estava todo fraquinho.

Joalin trouxe o remédio e deu pra ele, minutos depois Bernard já estava dormindo em meus braços.

Joalin olhava fixamente de Bernard pra mim.

— Acha que é só uma gripe? – Ela me falou um pouco preocupada, ele nunca foi muito de adoecer. — Eu tô achando ele muito pálido Sabina, vamos logo com ele no médico.

— Ei se acalme, ele tomou remédio, e tá dormindo, vou passar o dia aqui, se ele não melhorar a gente vai.

Passei o dia todo na casa dela, a febre dele baixou, mas ele ainda continuava um pouco fraco, e não queria se alimentar.

Já era quase 20:00 da noite, coloquei Bernard pra dormir no quarto dele, e desci até a sala onde estava Joalin.

Ela tava com um álbum de fotos na mão. Eu me sentei do lado dela no sofá.

— Diarra me entregou uma câmera antiga minha, eu levei para rever as fotos, quer ver?

Peguei o álbum de sua mão, e foi impossível não sorrir a cada foto, tinha fotos aleatórias minhas, de Bernard, eu grávida, fotos de nossa lua de mel, quem visse esse álbum, perceberia que eu e ela fomos muito felizes.

— A gente viveu bastante coisa juntas não é? – Joalin falou encarando uma foto.

— São lindas memórias.

Estava novamente olhando pro álbum, senti a mão de Joalin afastando um cabelo meu e colocando atrás da orelha.

Eu a olhei, ela olhou diretamente pra minha boca, sua mão estava descansada sobre meu rosto, meu coração estava acelerado esperando ela me beijar.

Joalin se aproximou e nossos lábios se encontraram, meu corpo reagiu de imediato, eu mesma aprofundei o beijo, em alguns minutos de pegação, eu já estava sentada no colo dela, e sua mão travessa deslizava pelo meu corpo.

Meu corpo já estava pegando fogo, então eu devo ter voltado a minha consciência e pulei do seu colo.

— Eu... Anh... É melhor eu ir dormir com o Bernard. Boa noite.

Nem esperei sua resposta e sai quase correndo para escada.

— Se precisar de mim, meu quarto é de frente ao dele.

Eu não queria ter levado a frase pra segundo sentido, ela deve ter falado isso caso Bernard se sentisse mal, mas eu ia ter que me segurar para não invadir o quarto dela para dormir em seus braços.

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