Capítulo 23

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Pov Joalin

Eu não conseguia dormir de forma alguma. Me virava se um lado para o outro e nada. Fui até o banheiro, tomei banho, vesti apenas uma calça moletom cinza e um top. Liguei a TV e passei alguns minutos vendo algum programa idiota que passava de madrugada. Mas o sono não chegava.

Liguei meu notebook e fui trabalhar. Já que eu não tinha sono, liguei o útil ao agradável. Depois de uma hora estudando um processo, fiquei com fome e fui até a cozinha procurar alimento.

Notei a luz da cozinha acessa. O que a senhora Sabina Hidalgo faz acordada a essa hora?

Quase desmaiei quando entrei na cozinha e vi ela abrindo a geladeira e pegando sorvete. Sabina tava na ponta dos pés, estava descalça, usava apenas uma camisa social azul bebê, e uma calcinha que mal tampava sua bunda. Seu longo cabelo preto solto. Que Deus abençoe essa mulher.

Ela já havia me notado. Mas não falou nada. Caminhei até ela e a abracei por trás. Afundei meu rosto naquele pescoço cheiroso.

— É tão perigoso você andando pela minha casa com essas vestimentas...

— Você já me viu sem nada, não vai morrer se me ver usando uma camisa social e calcinha. Estou certa?

Ela colocou o sorvete sobre a mesa e se virou de frente pra mim.

— Está errada. É uma pena eu não poder de tocar porque você está em uma gravidez de risco.

Fiz um bico com os lábios. Sabina riu alto.

— Poxa Loukamaa Hidalgo... Que pena não é mesmo?

Revirei meus olhos pro sarcasmo dela.

A verdade é que eu não sabia como estava minha relação com Sabina. As vezes somos duas estranhas. Mas as vezes parece que nunca se separamos. No fim, eu tenho absoluta certeza que eu sou dela. E acredito que ela também ainda é minha.

A doença de Bernard acabou nos unindo novamente. As vezes parece uma aprovação de Deus. Bernard doente, Sabina com gravidez de risco. No fim eu só quero que tudo se resolva, que meu filho melhore, e que esse bebê que Sabina carrega no ventre nasça em perfeita saúde. E que minha mulher não tenha nenhuma complicação no parto. Eu confio em você Deus.

— O que você faz acordada essa hora? – Perguntei a Sabina.

Ela apenas apontou para o sorvete.

— Fiquei com desejo de tomar sorvete de chocomenta.

— Mas esse é de creme...

— Eu sei. Não tem de chocomenta. Esse deve servir.

— Tem de chocolate...

— Chocolate não é chocomenta. E você sabe que eu odeio sorvete de chocolate.

— Quer que eu vá comprar pra você?

Ela sorriu pra mim.

— Que fofinha. Mas não precisa, vou tomar esse mesmo. E você o que tá fazendo acordada?

— Hum... Não consegui dormir. Tava estudando uns processos daí fiquei com fome.

Abri a minha geladeira e tirei um presunto e mussarela. Fui até o armário peguei um pão, abri e coloquei uma fatia de cada dentro. Sabina tava tomando sorvete apenas observando o que eu fazia.

Coloquei um copo de suco e mordi o pão.

— Você não vai nem esquentar esse pão Joalin? – Ela me olhou seria.

— Tá bom assim...

— Eu não acredito que você vai comer pão com mussarela e presunto gelado. Você nunca comeu assim.

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