Capitulo Dezoito - I'm a Creep

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Nina POV

Vancouver, Canadá – 5 Anos Antes

Joguei tudo o que conseguia encontrar pela frente dentro do guarda roupa na mala sobre a minha cama. Lagrimas de raiva iam caindo dos meus olhos enquanto eu ia colocando as peças de qualquer jeito. Meu rosto estava vermelho e inchado depois da discussão com meus pais.

Mamãe apareceu na porta com o rosto do mesmo jeito.

- Daisy... Querida, por favor. –

- Eu simplesmente não posso acreditar que vocês fizeram isso comigo. Não posso. – Chorei.

- Daisy, foi para o seu bem! – Papai exclamou, abraçando a mamãe para conforta-la.

- MEU BEM? – Exclamei, me virando para eles e largando as roupas. – Vocês sabiam que eles eram minha família, o quanto eu sentia falta deles! E ainda assim mentiram para mim. –

- Não importa se são sua família de sangue Daisy, eu chequei as atividades dos Toretto, eu investiguei cada detalhe e me lembro de tudo o que a assistente social me disse... Eles não são pessoas confiáveis! Você não estaria segura com nenhum deles! – Papai insistiu, dessa vez ele vindo na minha direção com os braços abertos, tentando apaziguar as coisas.

- BESTEIRA! – Gritei. Eu nunca tinha gritado com nenhum deles, nem mesmo ficado irritada. – Todo esse tempo sabendo o quanto eu queria vê-los outra vez, garantir que estava bem e vocês fingiam que me apoiavam, me falavam que seria melhor esperar até estar mesmo recuperada e o que eu descubro?! -

Mamãe arrumou o cabelo dourado que diferente do usual, estava totalmente desgrenhado. Só daí qualquer um podia dizer a quão nervosa ela estava.

- Que Daisy Miller não é só um nome! Que era a filha biológica de vocês. –

Falar da falecida só piorou a situação no quarto. Eu realmente queria abraçar minha mãe ao vê-la chorando daquele jeito, mas estava furiosa demais com tantas mentiras.

- Que trocaram nós duas como se não fossemos NADA! Que a minha família enterrou uma estranha achando que fosse EU! –

- Daisy... –

- NÃO ME CHAME ASSIM! –

Voltei a arrumar as roupas, ainda que tremendo.

- Eles acham que eu estou morta, MORTA! Vocês têm alguma noção do que fizeram? –

- Foi o melhor para você. – Meu pai insistiu.

- Não. – Falei. – Não foi o melhor para mim, foi o melhor para você. –

Os olhos verdes do meu pai, que sempre brilhavam de alegria e diversão lacrimejaram com agonia.

- Vocês perderam a Daisy e me usaram como estepe. –

- Não foi assim! Quando eu te vi lá, toda machucada por causa de um irresponsável...! Eu sei o que é perder uma garotinha inocente, você não merecia uma vida como aquela. – Mamãe disse, ficando na minha frente e tirando algumas roupas da mala.

- Sabe o que é perder alguém que amava... – Repeti. – E ainda assim fez meus irmãos sentirem o mesmo. –

Os dois ficaram em silencio enquanto eu fechava a mala e a empurrava na direção da saída.

- Eu sou maior de idade agora, eu POSSO ir para Los Angeles se eu quiser, e nenhum de vocês vai me impedir. – Decretei. – Eu teria aceitado tudo... – Sussurrei parada na porta. – Menos mentiras. –

The Package | Deckard ShawOnde histórias criam vida. Descubra agora