(Capítulo publicado em 2021, editado e/ou reescrito em 2024)
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A sensação era de estar caindo.
De muito, muito alto.
Uma queda do maior prédio do mundo, ou talvez de um poço eterno.Mas não tinha cheiro, nem som e nem nada a ser visto. Tudo escuro, até que as vozes voltaram.
Desse vez mais tranquilas e suaves, quase aconchegantes. Eram risadas, elogios, frases e conversas de entes queridos o qual eu aprecio e sempre apreciei. Mas quanto mais fundo eu caía, mas longe as vozes soavam, até simplesmente não se ouvir mais nada.
Nisso, a luz.
Tão forte quando a primeira.
Juntamente de uma queda, que me faz soltar um alto murmúrio de dor, pois dei de costas no chão.Aí, eu me toco de que acordei. Eu abro os olhos no maior susto da minha vida, no chão, preparada para ver o que havia me ofuscado como da última vez.
Mas dessa vez, ao invés de me mostrar um mundo em cinza ou em cores, me mostra um em vermelho.
Tudo ainda está muito embaçado, e minha audição tem um estranho e irritante chiado, como se uma bomba tivesse explodido próxima de mim.
Assim que consigo olhar e ouvir de maneira decente, eu me dou conta.
Uma cidade bizarra e desconhecida está a minha volta. Prédios, casas, vozes e sons estranhos. Me levanto daquela suja calçada para olhar para o céu. Vermelho sangue com um pentagrama gigantesco. ...Quê? Eu tô num sonho lúcido?
Antes que eu pudesse me livrar dessa distração ou desgrudar do meu turbilhão de pensamentos, um homem baixinho esbarra em mim, me empurrando de modo agressivo.
"SAI DA FRENTE, PORRA!" Ele berra, não parando nem pra me xingar me olhando nos olhos.
"EI, QUE ISSO?!-" Eu grito de volta, indignada pela grosseria gratuita, mas ele me ignora e segue seu caminho.
Agora, mais focada, noto a aparência daquele homem. Ele me parecia ter uma coloração vermelha e olhos lilás, acompanhados de uma cabeça com dois chifres. Uma aparência completamente fantasiosa e absurda, como quem acabou de sair de uma feira geek de cosplay.
"...Que porra é essa..?"
...Aquilo não podia ser a realidade. Rapidamente eu belisco fortemente minha bochecha, afim de acordar. Mas isso só resulta em uma bochecha dolorida e uma grande e desesperadora decepção por não ter acordado. Nem fodendo. Nem fodendo. NEM. FODENDO.
Eu levo minhas mãos ao meu próprio rosto, e cabelo, sentindo uma certa diferença e me apavorando. Rapidamente, eu corro até uma das várias lojas da calçada, checando meu reflexo no vidro. Vejo o reflexo de uma mulher que, a princípio, eu não conheço. Pele rosada, cabelos brancos feito neve, além de um par de chifres rosados nada discretos, junto de olhos de cor semelhante.
"...Só pode ser brincadeira..." Murmurei em frente ao reflexo, que lutei a acreditar que fosse o meu.
Meus olhos vagam em volta, ligando as peças. Notando agora, há diversas placas escrito "Bem-Vindo ao Inferno" em diferentes fontes. Ótimo. Caralho, que BUCETA. É CLARO. ISSO É TUDO QUE EU PRECISAVA MESMO.
INFERNO?! É SÉRIO?
Não, TUDO BEM. Tudo bem que eu fiz uma caralhada de coisa questionável, mas desde criança eu sempre fui pra missa e essas coisas! Eu fui batizada! Eu fiz crisma! Eu...
Eu... fiz um acordo... com um demônio.
...É, ok. Esquece. De repente, não é mais tão injusto assim, haha.
Ainda perdida por conta da crise existencial, eu me sento com cuidado sob a calçada, desamparada, processando as coisas. O que eu faço agora? Como ficaram as coisas na Terra? A Tia Erin? Como sequer mesmo eu MORRI? Eu não me lembro direito.
Mas importante que isso- Onde caralhos está o Alastor?
Ele é um demônio. Ele quem é o responsável por isso, não? Ele deve saber alguma coisa, deve saber como me tirar daqui.
SIM. Sim. Me tirar daqui. Porque eu claramente vim parar aqui por um erro! Obviamente. Não faz sentido. Ele não disse exatamente que eu tinha vendido minha alma, eu não deveria estar aqui.
Até lá, o que eu posso fazer? Me acostumar?
Meus olhos vagam pelo lugar. Uma cidade quente, urbana e super movimentada. Certamente o que eu NÃO esperava do que seria o inferno. Uma cidade grande com a população composta 100% de filhos da puta. Onde exatamente se encaixa a parte do fogo ardente, sofrimento eterno...?
Porra, parando pra pensar, eu sequer tenho pra onde ir? Um lugar? Alguém? Eu nem sei onde eu poderia achar o Alastor em meio esse apocalipse. Eu não posso só- Entrar em qualquer lugar e esperar coincidentemente achar o Alastor por lá.
Como se o universo tivesse tido pena de mim e lido meus pensamentos, me é arremessado na cabeça um jornal. Quando eu quase me preparo pra arremessar ele pra onde ele veio, eu me deparo com a principal notícia. Uma foto de um imenso lugar, com um grande letreiro escrito 'Hazbin Hotel'.
'A mais nova novidade do inferno, um hotel que reabilita pecadores, aberto por ninguém menos que a princesa do inferno, Charlie Morning Star. Uma nova e desesperada alternativa para sobreviver ao extermínio anual dos exorcistas.'
...Bom, isso é certamente interessante.
E parece ser um ótimo lugar pra começar a caça.
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Então, Nós Temos um Trato? - { Alastor X OC }
Romance🗝️... Sinopse: Alexia é uma jovem adulta que recém começou sua vida como designer na faculdade da nova cidade. Ao se meter em alguns problemas, ela acabou por receber ajuda de um certo demônio. Ela só não planejava que aceitar sua assistência fosse...