02. O Visitante de Carmim.

2.8K 258 369
                                    

(Capítulo publicado em 2020, editado e/ou reescrito em 2024)

...........


Eu gostaria de dizer que acordei mal no dia seguinte, mas eu nem mesmo dormi de fato. Quem conseguiria? Eu peguei um rádio assombrado em um brechó, e agora, eu devo estar sendo assombrada por um encosto. Um ser maligno que quer me matar enquanto eu durmo, ou algo assim.


Eu me levantei na cama mal, com toda certeza. Minha mão ainda estava doendo bastante por conta da porrada que eu dei no radiozinho que, por sinal, agora se encontra nos confins de um baú velho e esquecido na sala, bem longe de mim.

Eu havia levantado e era aproximadamente umas 7 da manhã, o que pra mim é um horário meio tardio pra se acordar, mas eu estou considerando essas suspensões de dois dias como minhas férias colegiais. Antes de comer e fazer qualquer coisa, eu sempre costumo tomar um banho de manhã cedo, então depois de pegar uma muda de roupas do armário, eu me dirigi ao banheiro da casa. Eu tranquei a porta, como de costume, e me despi, colocando os pijamas sob a pia. Eu liguei a torneira da banheira enquanto fui tirando os brincos e pulseiras que esqueci de tirar na noite passada, os colocando ali na mesa da pia, não muito distante das roupas. O vapor quente já estava tomando todo o banheiro, e o clima não podia estar mais agradável.  


Terminando de tirar os brincos, eu levanto meu rosto ao espelho pra conferir se não há nenhuma presilha esquecida em meu cabelo, e antes que eu possa fazer qualquer coisa, meu olhar pausa e o choque me paralisa ali mesmo.

No espelho, já completamente fosco e embaçado por conta do vapor, surge um desenho. Em tempo real, algo lentamente desenha um rosto sorridente no espelho. 


Em solto um grito, eu me afasto arisca em um salto pra trás, apavorada, encarando o espelho. Sem tirar os olhos dele, tento procurar a maçaneta às cegas. 

Uma risada suave e macabra ecoa pelo banheiro.


Completamente tomada pelo desespero mais uma vez, eu me viro rapidamente para a porta, agarrando a maçaneta. Por mais que eu a virasse, batesse, empurrasse a porta não abria de forma alguma. A tranca que eu usei momentos atrás estava completamente emperrada, ela não movia um único milímetro. O pânico me engole por completo. Eu bato na porta em batidas altas, na esperança da Erin talvez me ouvir no andar de baixo. 


"Abre, abre, ABRE!!" Eu imploro, rezando por uma falha da tranca, e sem uma resposta, eu começo a ficar agressiva com a maçaneta. "ABRE!"


"Não creio que vá conseguir abrir a porta desse modo. ~"


Uma voz áspera e cantante ecoa novamente pelo banheiro. 

Eu sinto meu coração errar uma batida, e eu evito ter qualquer reação, como se isso pudesse desencadear uma catástrofe. O silêncio toma o local por um momento, até que um suspiro é ouvido.


"Se quiser, logo posso abri-la pra você." A voz acrescenta.


Então, Nós Temos um Trato?  -  { Alastor X OC }Onde histórias criam vida. Descubra agora