Conhecendo o sogrão

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Andrew PoV

Eu estava radiante.

Esse dia tinha sido tão intenso, tão cheio de surpresas boas que eu me vi, pela primeira vez na vida, rezando e agradecendo a Deus por ter tantas bênçãos ao mesmo tempo. E olha que nunca fui uma pessoa religiosa, mas não tinha como não agradecer tudo isso quando, no mesmo dia, eu tive a mulher da minha vida de volta e, de quebra,fiquei sabendo que ia ser pai.

Quando a Meredith disse que ia buscar água, mas sentiu-se tonta, eu nem pensei no risco que seria eu sair do quarto dela e transitar pela casa e dar de cara com o pai dela. Eu simplesmente saí, pensando no bem estar dela. Só que, assim que fechei a porta do quarto, dei uma bela topada com o pai dela, um encontrão mesmo, daqueles que faz até barulho e que te faz desestruturar.

- Opaaaa! 

Foi a única coisa idiota que consegui falar quando olhei para cima e vi um homem alto e forte olhando seriamente para mim, com as mãos na cintura e cara de poucos amigos. E, de repente, escutei sua voz de trovão:

- O que você faz saindo do quarto da minha filha?

Eu engoli em seco. O que eu ia justificar? Eu estava sem camisa, só de calça jeans, descalço...adiantaria se eu dissesse que era um amigo da Meredith? Não, ele com certeza riria da minha cara e perguntaria se nós estávamos "brincando de médico". E se eu dissesse que era um ladrão? Nossa, que idiotice, um ladrão sem camisa, cheirando a sexo...só se fosse um ladrão da pureza da filha dele. Isso era ridículo. Estava na cara que eu tinha acabado de transar loucamente com a Meredith...seria melhor dizer a verdade, é isso. Quando eu ia finalmente abrir a boca para responder, a porta do quarto se abriu e a Mer apareceu com a cara mais lavada do mundo, sorrindo, toda alegrinha:

- Papai! O senhor já está acordado? Não é muito cedo?

O homem continuava de braços cruzados. Calmo, mas sério, respondeu:

- Não, se eu levar em conta que quase não dormi. Sabe, vocês dois fizeram um belo barulho durante a madrugada.

Eu não sabia onde meter a minha cara, enquanto a Meredith sorria um sorriso amarelo. Ela então, se encarregou de, finalmente, me apresentar:

- Desculpe, papai. Esse é Andrew DeLuca. Acho que não preciso te dar muitas informações, o senhor já sabe quem é.

"Como assim já sabe quem é? Meu Deus, eu tô muito ferrado..", pensei em desespero.

Meredith me cutucou discretamente e só então eu percebi que deveria estender a mão e cumprimentar o pai dela:

- Prazer, Andrew. E...desculpe, por..ahn...pelo barulho  e pelo incômodo.

Ele me olhou muito sério ainda, o semblante fechado, estendeu a mão e apertou muito forte a minha, respondendo:

- Prazer. Richard Webber.

Eu engoli em seco e continuei apertando a mão dele. Então, ele era o tão famoso Richard Webber...eu já ouvira meu pai falar muito sobre ele, eles eram realmente muito amigos, mas não se encontravam tanto devido a correria do dia a dia. Mas eu sabia que se falavam sempre. Eu nunca sonharia que um dia Richard Webber poderia ser...meu sogro. Uau. Esse mundo é mesmo um ovo.

Quebrando um pouco o clima tenso, Richard disse:

- Por que vocês não descem para tomar café comigo? Mandei preparar uma mesa e acho que vocês dois precisam se alimentar depois da maratona que os dois fizeram essa madrugada.

Eu abaixei a cabeça e vi Meredith fazer o mesmo. Acho que eu não vou sobreviver ao restante do dia e olha que ele nem tinha começado.

- Espero vocês dois daqui 10 minutos, ok? - disse Richard.

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