Por acaso

Hotel Fazenda GM

Addison PoV

Quando meu pai me ligou e me disse para recepcionar Andrew DeLuca, o filho de um grande amigo dele, eu fiquei desanimada.  Hospedar gente conhecida era sinônimo de perda de lucro, porque com certeza meu pai arrumaria uma forma de não cobrar vários serviços "em nome da amizade". Assim, eu passei os últimos dias bem rabugenta, reclamando de tudo e de todos. Como se não bastasse, o tal Andrew DeLuca ainda estava convalescente e eu teria que oferecer uma vasta lista de serviços e cuidados por recomendação médica.

Meu mau humor só começou a desaparecer quando recebi ontem uma quantia vultuosa depositada na conta do Hotel para cobrir as despesas com Andrew DeLuca, depositadas pelo próprio e pelo pai dele. Não houve desconto algum, aliás, pelo contrário, havia até um bom saldo a mais para garantir um tratamento de primeira a ele.

Curiosa, fui descobrir um pouco mais o que o trazia até o Hotel. Descobri que Andrew DeLuca era um jovem médico, de carreira ascendente, bem conceituado e disputado pelos melhores hospitais de Seattle. Sua vida corrida e sem freios o dera um belo infarto, mesmo sendo muito jovem ainda. Fiquei assustada. Não era à toa que ele precisava mesmo de cuidados para se recuperar de forma rápida e eficaz.

E eu também acabei de descobrir, neste exato momento, o quanto Andrew DeLuca é...bonito. Bonito não, lindo. Lindo não, um espetáculo da natureza. Um tsunami italiano. Uma obra prima devidamente esculpida pelas mãos divinas. Nas minhas pesquisas, eu não havia encontrado foto dele, minha internet estava péssima e eu desisti de procurar. Eu tinha apenas as informações repassadas pelo meu pai e, como eu estava sem paciência, não me dei ao trabalho de procurar por mais.

Mas agora, esse homem parado na minha frente, apertando minha mão tinha toda a minha paciência. Na verdade, ele podia ter tudo o que quisesse de mim que eu dava sem nenhum pudor. E foi pensando nisso, que percebi que eu estava apertando a mão dele forte demais.

- Addison Montgmorey, ao seu dispor.

Eu disparei a falar e a apresentar a ele e à irmã dele, Carina, as informações sobre o Hotel. Mostrei os aposentos: a varanda imensa, com redes espalhadas, o salão de jogos, a cozinha e o salão de jantar imenso e aconchegante, com duas lareiras, a sala com 3 sofás grandes, uma lareira e a TV a cabo, a biblioteca e sala com Wi-Fi, um ambiente externo com churrasqueira, as duas piscinas, uma coberta e outra ao ar livre e apresentei a ele nosso cardápio, claro, que para ele, havia um menu especial.

- Agora vou te levar aos seus aposentos, Dr. DeLuca, com certeza, o melhor quarto do nosso Hotel.

O melhor de tudo é que o quarto dele ficava um pouco isolado do resto da casa. Era o nosso melhor quarto. Grande, uma cama king size, Wi-Fi próprio, Tv a Cabo, frigobar, uma banheira grande de hidromassagem, uma suíte imensa, duas poltronas confortáveis, uma lareira e uma vista externa que dava para um deque. O quarto dele era praticamente igual ao meu e ao de minha irmã e o melhor de tudo: ficava no mesmo andar, bem próximo; só havia esses três quartos neste andar.

- É maravilhoso, senhora Montgomery - escutei Andrew DeLuca falar maravilhado.

- Oh, por favor, me chame de Addison. Eu não sou tão velha assim, né?

- Claro, me desculpe. Addison.

Nossa. Eu poderia ter um orgasmo só de ouvir o meu nome na boca desse homem. Italiano. Um italiano de primeira. Eu precisaria de muito auto-controle durante esse mês para não fazer besteira.

Ou não. Eu ia adorar fazer besteiras à moda italiana. E eu poderia também conquistar esse italiano definitivamente para mim. Só pra mim.

- Bem, Addison, meu irmão está entregue. As recomendações médicas estão nesta pasta e algumas orientações também como alimentação, atividade física e as visitas médicas que ele vai receber enquanto estiver aqui.