Juntos, finalmente

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Meredith PoV

Eu corria.

Eu corria até ficar ofegante, quase sem ar. Eu corria sentindo o vento frio cortando minha face e fazendo eu me sentir viva, depois de dias tempestuosos. Eu corria para tentar alcançar o homem cujos olhos mostravam todo o amor que ele sentia por mim. O homem que até poucos minutos atrás eu tinha a nítida certeza que tinha me ferido mortalmente e que havia me destruído de forma definitiva. Agora, esse era o mesmo homem que me fazia sentir viva novamente, que tinha sido o responsável pelo meu renascimento tantas e tantas vezes e que me mostrava o que era ser amada e respeitada de verdade. Estava na hora de mostrar a ele que eu acreditava nele, na sua integridade, na sua honestidade e no seu caráter.

Eu corria tentando desesperadamente alcançar Andrew que já sumira do ângulo da minha visão. Mas, uma voz interna me dizia para correr porque ainda havia esperança e era isso que me motivava e me dava forças para correr como se não houvesse amanhã.

Eu vi ao longe o Andrew entrar dentro de um carro preto e, pouco antes dele fechar a porta, eu gritei:

- Andrew!! Andrew!! Andreeeeewww!

Acho que gastei todo o ar que havia nos pulmões e todos os decibéis possíveis para o alcance da minha voz. Mas valeu a pena.

Ele se levantou, espichou a cabeça para fora do carro e parou, me olhando:

- Meredith...? Mas o que...?

Ofegante, eu fiz um sinal a ele de "espera um pouco, preciso respirar" e, recuperando o fôlego, disse:

- Andrew....você...você esqueceu uma coisa.

Ele chegou mais perto de mim com a testa franzida, sem entender. Eu fui me aproximando dele ainda mais, chegando cada vez mais perto, sentindo o cheiro másculo dele me invadir.

- O quê? O que eu esqueci, Meredith? - ele perguntou com um tom de voz entre apavorado e ansioso.

Então, eu tirei do bolso a pequena caixinha que continha o anel e estendi a ele. Andrew me olhou em dor profunda, segurando as lágrimas. Então, falei:

- Você esqueceu de fazer o pedido do jeito tradicional e colocar esse anel maravilhoso em mim.

Como se estivesse segurando uma represa inteira dentro de si, Andrew soltou uma risada funda, ao mesmo tempo em que as lágrimas inundavam sua face. 

- Meu Deus...eu achei que você estava me devolvendo ele... - ele disse chorando e rindo ao mesmo tempo.

Ao vê-lo assim, tão aliviado e tão meu, eu o encorajei ainda mais com o olhar a pegar a caixinha da minha mão. Sem desviar os olhos dos meus, ele pegou a caixinha, tirou o anel,ajoelhou-se e disse, com a voz embargada de emoção:

- Meredith Grey, aceita tornar-se minha e só minha...ser a única que mexe com meu coração, a única que já fez minhas pernas bambearem, a única que me fez ver um chiqueiro de forma diferente, que me fez amar estábulos e que transformou a maçã do amor no meu doce favorito...Mer, aceita ser minha amiga, minha amante, minha mulher, minha esposa...para todo e sempre?

Eu ri e agora as lágrimas corriam livres também pelo meu rosto. Com um sorriso largo, eu disse, olhando nos olhos dele:

- Eu não vejo a hora de me tornar Meredith Grey DeLuca. Aceito hoje e aceito sempre. Meu médico Don Juan, meu petulante urbano...meu Andrew.

Andrew pegou minha mão, colocou gentilmente o anel que parecia ainda mais brilhante no meu dedo e, sem mais delongas, eu pulei nos braços dele e compartilhamos finalmente um longo beijo apaixonado, urgente e cheio de saudade. 

Por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora