As voltas que o mundo dá

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Will PoV

- Andrew....eu...eu...posso explicar.

Eu não sabia se eu estava falando isso para mim mesmo ou para o Andrew. Ele estava ali, parado em frente a mim, de braços cruzados, com um olhar mortal enquanto eu, de camisa social desabotoada e restos de batom da Carina na boca, tentava explicar para ele o óbvio.

Eu fechei os olhos e balancei a cabeça.

Justo agora que eu e Andrew havíamos finalmente nos acertado isso acontece...não era pra ele descobrir isso assim.

- Eu estou esperando, Will. - ele disse com a voz forte como trovão.

Eu respirei fundo e comecei:

- Anh...bem...eu...ahn...quer dizer, a Carina...nós...

Não havia uma forma simples de dizer isso. Eu cocei a cabeça, respirei fundo, olhei para ele e então olhei para a Carina, que estava sentada no pequeno sofá da sala onde estávamos dando uns amassos. Ela estava linda, levemente despenteada, a boca borrada de batom e os olhos esperançosos olhando para mim. Que mulher era aquela...ela conseguia ser sexy, séria, sarcástica, extremamente profissional e segura, tudo isso ao mesmo tempo. Olhar para ela, assim, tão entregue a mim, era a coragem que eu precisava.

Eu voltei meus olhos para o Andrew e disse firme, de uma vez:

- A grande verdade, Andrew é que eu e sua irmã estamos juntos. Isso começou naquele dia em que nós fomos te deixar na estância do pai da Meredith. Depois que a gente viu que tinha dado tudo certo com você e que a Mer tinha visto que você não tinha culpa de nada, nós tomamos o caminho de volta para Seattle. De repente, o pneu furou no meio da estrada e, enquanto a gente esperava o seguro vir, porque eu estava sem estepe, eu e Carina ficamos conversando e trocando confidências. E foi tudo muito natural. Parecia muito fácil e simples dizer as coisas para a Carina. De repente, eu me vi beijando sua irmã e achando isso a coisa mais natural e certa do mundo. Eu já estava balançando por ela, eu tinha percebido a Carina com outros olhos depois que ela deixou escapar que gostava de mim. E foi então que eu finalmente me dei conta do quanto eu fui burro por nunca ter notado ela ali, o tempo todo.

Eu olhei para Carina que estava com os olhos marejados, olhando para mim, docemente. Sem desviar os olhos dela, eu continuei:

- Eu estou apaixonado por você, Carina. Perdidamente. E eu sei que a gente disse que ia tentar ir devagar, mas com você não dá. Eu quero ir a fundo, quero mostrar pro mundo que eu sou o homem mais sortudo por ter você do meu lado. Eu te admiro muito, você é linda, é sexy, é honrada, corajosa e segura, você é tudo e muito mais do que aparenta. Se você me aceitar ao seu lado, eu serei o homem mais feliz da face da terra.

Senti Carina então dar um pulo do pequeno sofá e se agarrar ao meu pescoço e me beijar com vontade, um beijo daqueles de tirar o fôlego. Eu a afastei delicadamente só para dizer a Andrew:

- Eu espero que me dê a sua bênção para namorar a sua irmã, cara. Eu prometo que não a farei sofrer. Eu aprendi com meus erros e aprendi especialmente com você que, quando a gente ama alguém de verdade, nós somos capazes de mover céus e terra para fazer a outra pessoa feliz.

Eu disse tudo isso de uma vez e esperei pela reação de Andrew. Ele estava de braços cruzados ainda, olhando para mim, sem piscar. Sem aguentar, Carina disse ansiosa:

- Fratellino? Per favore...

Então, Andrew disse, sério e pausadamente:

- Meu melhor amigo....e minha irmã?

Eu, Carina e Meredith encarávamos Andrew, apreensivos, e tentando entender o que se passava na cabeça dele. Foi então que a expressão brava dele se desfez e ele disse alto, com um sorriso e uma voz emocionada:

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