Capítulo Dezessete - No Alçapão

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No dia seguinte, Harry me contou o que aconteceu com ele e o vulto. Disse que a cicatriz dele doeu, assim como a marca em meu braço. Deve ter sido coincidência, pensei.

— Acho que aquele vulto preto era Voldemort... — Disse Harry baixinho.

— Pode, por favor, não falar o nome dele? — Rony pediu.

— Por que seria? — Perguntei.

— Vou explicar, — começou Hermione. — O sangue de unicórnio mantém uma pessoa viva quando ela está à beira da morte.

— E o que isso tem haver com Você-Sabe-Quem?

— Tudo. Era por isso que aquele vulto estava bebendo ele. Se realmente for ele, ele está fraco. Precisa se manter vivo. Todos sabem o que aconteceu com Você-Sabe-Quem... — Ela olhou para Harry. — Mas ninguém sabe se ele realmente morreu, entende? Se for ele, precisaria de algo que o mantenha vivo até que possa encontrar aquilo que o traga de verdade a vida, que faça sua volta ser definitiva...

— A Pedra Filosofal! É claro, faz sentido! — Exclamei. — Se realmente é ele... e ele está aqui, significa que...

— Que ele está atrás de mim. — Disse Harry. — Por isso Snape queria roubar a Pedra, para dar pra ele.

— Harry, pare com essa obsessão por Severo, tudo tem limite! Você está insinuando que ele está tramando a volta de Você-Sabe-Quem. Isso é gravíssimo!

— Não defenda ele na minha frente. Sei muito bem do que eu estou falando.

— Não, não sabe! Se Você-Sabe-Quem realmente está querendo A Pedra Filosofal, duvido muito que Severo ajudaria.

— Já chega desse assunto! Temos que estudar. — Disse Hermione.

A possibilidade de Você-Sabe-Quem estar planejando voltar era suficiente pra me desconcentrar. A cicatriz de Harry doía por causa dele... ou pelo menos era o que ele achava. Olhei para meu braço e lembrei da dor que senti... e aquela voz.

— Harry, você escutou alguma voz... sabe.. quando o vulto apareceu? — Perguntei.

- Não.. você escutou?

— Não, foi só uma coisa que me veio na mente. — Menti.

De repente, me lembrei do sonho que eu tive no natal. Quirrell coberto de sangue... mas ele também nunca seria capaz de roubar alguma coisa. Era idiota demais pra isso. Tirei a ideia da minha cabeça.

Draco começou a ser mais sociável comigo. Estudamos juntos nos dias que antecediam as provas. Crabbe parecia estar sempre de mal humor, comecei a pensar a possibilidade de eles terem mudado de corpo. Goyle estava igual, e sem paciência pros surtos de raiva de Crabbe, mas seguimos a estudar de forma produtiva. Quando as provas chegaram, não foi tão difícil, na verdade elas foram bem fáceis. Herbologia me deixou mais confusa do que nunca, mas acredito ter feito uma boa prova. Me preocupei pela primeira vez por não prestar atenção nas aulas de História da Magia, não me lembrava de muita coisa. Hermione me emprestou umas anotações e as juntei com algumas das minhas para conseguir estudar.

Quando as avaliações finalmente acabaram, respirei aliviada. Estava livre e segura de que havia feito um bom trabalho. Mesmo com a mente ocupada, foi difícil não pensar muito no vulto e tudo que havia acontecido. O dia estava ensolarado e a atmosfera era a mais agradável possível. Fui à procura de Harry, Rony e Hermione e os encontrei no jardim conversando sobre a última prova.

Harry não parecia tão feliz assim. Parecia preocupado. Rony era o total oposto.

— Você deveria estar mais feliz, Harry. Temos uma semana inteira para saber se nos demos mal, não temos que nos preocupar agora. — Ele disse.

 1 | 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐖𝐇𝐎 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄  [Harry Potter]Onde histórias criam vida. Descubra agora