O dia mal havia iniciado, e eu já estava estressada. Acordei tarde. Tomei banho e fiz minha higienes o mais rápido que eu pude. Meu cabelo, por milagre, estava comportado, mas não era nem a sombra do que deveria ser. Me vesti rápido e sai do dormitório. Sai da sala comunal da Sonserina rápido, para chegar a tempo de poder tomar café da manhã. Eu não tinha noção do quanto era difícil andar por Hogwarts até ter que fazer isso sozinha. Subi algumas escadas, dobrei alguns corredores, até que as luzes começaram a ficarem mais fortes, o que indicava que eu estava no caminho certo. Percebi que eu não era a única perdida. Assim que cheguei ao corredor principal, encontrei Harry, com os cabelos bagunçados e Rony xingando baixinho. Acenei pra eles e entrei no grande salão. O café da manhã foi rápido, não tive tempo de comer direito. As aulas começaram as 9:30 em ponto. A primeira delas foi Herbologia, com a Lufa-Lufa. Profa. Sprout era uma senhora gorducha de cabelos enrolados. Foi a aula mais entediante da semana. Não completamente, pois História da Magia era ainda mais. Prof. Binns era um fantasma. Dizem que ele era tão velho que um dia, adormeceu diante da lareira da sala dos professores e quando levantou pra dar aulas, deixou o corpo pra trás. Ele também tem uma péssima memória mas parece lembrar muito bem de apontar pra mim sempre que um Goldstein aparece na história. Profa. Minerva era extremamente severa em relação suas avaliações e sua matéria, mas Transfiguração era uma das minha favoritas até o momento. Prof. Flitwick ensinava feitiços. Ele era um bruxo miudinho que tinha que subir numa pilha de livros para poder olhar por cima da mesa. Não tinha com o que me preocupar na matéria dele. Prof. Quirrell me dava nos nervos. A sensação de que ele podia me enxergar a todo momento me desconcentrava. Era estranho. Ás vezes parecia que mal conseguia me olhar, às vezes olhava por tempo demais. Não era fã dele, mas ainda sim gostava da matéria.
A semana foi totalmente calma. Sexta-feira, teria minha primeira aula de poções com a Grifinória, o que significava que eu podia sentar com Harry e Rony. Estava no grande salão quando o correio deu ar de sua graça. A coruja de meu tio veio em minha direção, trazendo uma carta e uma caixa. Outra coruja desconhecida trouxe outra carta. A letra garranchada era reconhecível. Abri ela quase imediatamente.
Querida Kate,
Acho que é um bom momento para lhe mandar uma carta. Hogwarts é enorme não? Costumava me perder nesses corredores quando eu estudava aí. Você deve estar se perguntando quem sou eu. Queria poder te dizer, sua mãe quer que eu diga, mas não é o momento pra isso. Existem coisas que me impedem. Mas não podia deixar de manter contato com você todo esse tempo. Ia mandar uma carta junto com seu presente, mas não achei as palavras certas.Olhei para a pulseira em meu braço. Fazia sentido eu usar um presente de um desconhecido? Não, mas tinha algo sobre esses presentes (e esse desconhecido) que me dava a estranha sensação de familiaridade. Isso não faz sentido já que nunca vi esse homem. Minha mãe uma vez disse que ele era alguém especial. Quando perguntei se podia conhecer ele, ela disse que sim. Mas esse dia nunca chegou.
Não sei se você vai responder essa carta (porque quem responde cartas de um desconhecido?), mas caso queira, use a coruja que lhe enviou essa. Ela sabe onde me encontrar. Há tantas coisas que eu gostaria de te perguntar. Espero que algum dia, haja essa oportunidade. Você é muito especial pra mim. Uma pena ter que ficar tão longe assim. Bom, acho que é isso. Espero muito que você responda essa carta. - A.
Quem era "A"? Ele assinou a carta, pela primeira vez. Olhei para a coruja. Deveria responder ele ou não? Eu era alguém especial pra ele. Por quê? Encarei novamente a coruja. Que mal teria responder?
— Recebendo cartas de amor, Goldstein? — Malfoy apareceu do nada atrapalhando meus pensamentos, acompanhado dos dois garotos, que agora eu sabia se chamarem Vincent Crabble e Gregory Goyle. — Ou já arrumou confusão suficiente pra ser expulsa de Hogwarts?
— Não te interessa. — Disse guardando as cartas na mochila e pegando a coruja, me levantando.
— Aonde pensa que vai? A aula vai começar daqui a pouco! — Ele disse enquanto eu andava até a mesa vizinha.
— Já disse que não precisa se preocupar comigo, Malfoy! — Olhei pra ele fez a mesma cara de raiva de sempre.
Observei em volta à procura de Harry. Assim que o avistei, fui até ele e Ron.
— Oi Harry, Oi Rony.
— Oi Kate. — Eles responderam em uníssono.
— Vamos ter aulas juntos de novo. — Disse Harry.
— Por isso mesmo estou aqui. Vocês podem guardar um lugar pra mim? — Perguntei rápido.
— Claro mas... — Rony começou.
— Obrigado, vejo vocês lá. — Disse me dirigindo pra fora do salão.
— Onde você vai? — Harry berrou.
— Ao corujal. — Berrei de volta.
Só me restava descobrir onde ficava. Comecei a subir as escadas o mais rápido que pude. Hogwarts tinha 142 escadas, pelo que me lembro. Escadas encantadas que se movem. O corujal ficava em uma das torres. Se eu tivesse sorte, chegaria até a aula de Severo a tempo.
Não sei quantas escadas subi mais cheguei ao corujal. Era um lugar cheio de penas e com alguns fatos mortos no chão, o que fazia o lugar cheirar estranho. Localizei Akira ao lado de Edwirges, coruja de Harry. Coloquei a coruja entre elas, e Akira pareceu não gostar.
— Eu sei, eu sei. Mas não posso usar você pra enviar uma carta sendo que eu nem sei pra quem vou enviar a carta! — Disse e ela bicou minha mão com raiva. — Ai! Isso não vai adiantar nada, ok? Olha eu tenho que ir senão Severo vai me matar.
Deixei elas ali e sai correndo novamente pelos corredores. Na volta, na metade do terceiro andar a carta de Renier caiu. Peguei ela do chão, e estava quase indo quando escutei um barulho vindo do corredor. O corredor que Dumbledore disse que estava proibido. Era como um grunhido. Minha respiração travou e peguei a varinha de dentro da mochila. Esperei em silêncio para ver se ouvia mais alguma coisa. Nada. Resolvi sair correndo dali de uma vez. Cheguei ao corredor principal que estava vazio pois todos estavam nas aulas. Desci até as masmorras, onde ficava a sala de Poções e torci muito para que Snape tivesse acordado tarde demais para ser pontual.
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1 | 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐖𝐇𝐎 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄 [Harry Potter]
Fantasia[Capa em manutenção] 𝐒𝐚𝐜𝐫𝐞𝐝 𝐓𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲-𝐄𝐢𝐠𝐡𝐭 | Ser um Goldstein era um grande privilégio. Estar a vista de todos significava que todos achavam que sabiam tudo sobre você graças a jornais e fotos. Mas nem todos conheciam os segredos dos...