Cap 10 - Demônia

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Pov Rafaella

Pego meu celular no bolso que vibrava.

"Gizelly: Rafa
Rafaella: Quê?
Gizelly: A gente pode conversar?
Rafaella: Sobre?
Gizelly: Rafa, por favor.
Rafaella: Gizelly, é o seguinte: você sai quase todo dia, pega Deus e o mundo, faz nem questão de ser discreta. Tanto que direto te vejo em página de fofoca. Pra então fazer todo aquele escândalo só por achar, SEM EMBASAMENTO ALGUM, que sua irmã e eu tínhamos ficado. Qual o motivo disso? Não tô te entendendo..."

Ela para de me responder, e então meu celular começa a tocar repetidas vezes. Não adiantava eu rejeitar a ligação, Gizelly continuava insistindo.

- Ai, Manu, ela não para de me ligar. Eu não tô pronta pra essa conversa agora. - disse à pequena jogada no sofá a minha frente

- Então fala isso pra ela. Eu, ein...

- Eu não quero magoar ela de novo, Manu, mas não quero me magoar também.

- Ai, Rafaella! Me dá isso aqui. - tomou o aparelho de minhas mãos e começou a digitar

- Maria Manoela! Cuidado com o que você vai falar pra ela. - digo apreensiva

- Pronto. - ela me devolve o aparelho e vejo o texto pronto para ser enviado "Gi, eu preciso de um tempo. Não vou atender agora. Depois a gente conversa." - Satisfeita? É só ser direta.

- Mas não tá muito grosseiro não?

- Envia de uma vez. Amanhã vocês conversam.

E assim o fiz, apesar do receio.

[...]

Passei a tarde assistindo filmes com minha irmã, nem vimos o sol indo embora.

Pausei o filme quando meu celular começou a apitar com mensagens de Bianca.

"Bianca: Rafa, tem como você vir aqui? A Gi bebeu todo o estoque de vodka que tinha e agora tá tendo uma crise de choro absurda. Por favor! A bichinha só quer falar com você. Por favor, vem aqui."

- Manu, eu preciso sair. - foi a única coisa que disse à pequena antes de ir à casa das Bicalho.

[...]

- O que você tem, Gi? - disse ao entrar no quarto da menor sentando em sua cama e passando a mão pelo ombro da mesma que estava encolhida virada para a parede

Ela se virou para mim com os olhos cheios de lágrimas fazendo bico. Era tão fofa aquela imagem, me fez recordar da Gizelly de anos atrás toda carente e sentimental.

- Você veio... - disse com a voz arrastada e soluçando enquanto passava seu braço ao redor de minha cintura e deitava sua cabeça em meu colo

- Eu vim, Titchela. - comecei um carinho em seus cabelos

- Eu achei que você não vinha. Você colocou ponto final.

- O quê? - eu tentava entender

- Na mensagem. Você colocou ponto final.

- Ai, Gi... - ri baixo a afastando de mim, retirando meu chinelo e me deitando ao seu lado - Vem cá. - disse para que a mesma deitasse em meu ombro

Ela assim o fez me abraçando enquanto eu fazia carinho em seu braço com uma mão e cafuné com a outra.

- Você tem um cheiro gostoso... - disse fungando em meu pescoço me fazendo arrepiar

- Gizelly! - disse dando um tapinha em seu ombro e rindo logo em seguida - Sossega. Se vier de putaria, eu vou embora...

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