Cap 6 - Ô Trem De Mulher Safada

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Chegando em casa, Bianca já não estava. Fiquei por um bom tempo deitada na cama pensando sobre tudo o que havia acontecido. Pensei em mandar mensagem para a Letícia, mas eu tinha um sentimento tão forte de vergonha que decidi deixar o celular de lado. 

Em algumas horas ouvi batidas na porta do quarto. 

- Entra. - disse

- Acabei de voltar da reunião, acho q encontrei o rosto perfeito pra campanha da nova linha de lingerie… - ela parou de falar ao notar minha falta de interesse - Você tá bem? - a ouvi perguntar enquanto se sentava ao meu lado na cama repousando sua mão em minha cabeça 

- Eu só tô cansada, Bia. 

- Tudo bem. Depois a gente conversa então. - depositou um beijo em meu rosto antes de sair do cômodo. 

[...]

- Ei. - ouvi a voz calma de Letícia chamando, me fazendo virar para a mesma - Sua irmã me chamou.

- Me desculpa… - disse com a voz já embargada

- Vem cá. - a loira me puxou para que eu me sentasse na cama

Letícia me envolveu em um abraço longo e terno. Afundei meu rosto em seu pescoço. Aquele cheirinho de Johnson's baby tinha um efeito tão calmante em mim.

- Me desculpa. Eu não sei o que deu em mim.

- Tudo bem, Gi. - me respondeu enquanto passava as mãos em meu cabelo - Só não faz de novo.

- Eu prometo que não. Não quero fazer nada que prejudique nossa amizade.

- É só não tentar me beijar de novo. Você é muito bonita, mas eu não quero te pegar, Gi. - disse a loira me fazendo rir

- E o pintinho? - perguntei aguardando uma de suas piadas

- Hm... Era uma vez um pintinho que não tinha cu. Um dia ele peidou e explodiu.

- Meu Deus, Letícia...

5 dias depois 

Ivy já tinha me desbloqueado. Depois de sair da casa de Rafaella e Manu, ela havia ido passar uns dias com os pais em Belo Horizonte. Conversamos sobre o ocorrido, ela me perdoou, mas decidi colocar um fim no nosso relacionamento. Eu devia honestidade à ela, não podia continuar dando esperança pra mineira. Gostava muito dela, mas não o suficiente pra engatar um namoro e sabia que era isso que ela tinha em mente. Então era melhor nos mantermos como amigas. 

Manu e Rafaella chamaram a mim e Bianca para uma noite do vinho no tapete, como a pequena chamava, na noite anterior. Eu e Rafaella nos acertamos, o clima estava mais leve. Manu e eu acabamos criando um vínculo bacana; a baixinha era bem divertida, tinha uma energia gostosa e uma língua afiada que sempre me arrancava risadas fáceis com suas respostas humoradas. 

Eu estava arrumando alguns compromissos da minha minha agenda quando Bianca entrou no meu quarto. 

- Gizelly, olha aqui. - ela disse me fazendo parar para observá-la com o celular em mãos - Lembra que eu te disse que tinha achado a modelo pra nova linha? 

- Sim. O que tem? 

- Acontece que a fotógrafa encarregada, a Marcela, não vai poder fazer as fotos amanhã. Tá com dengue, parece. E a modelo só aceita fazer esse tipo de ensaios com fotógrafas mulheres… 

- Tá bom, eu faço. - disse já entendendo o que ela queria

- Eu sabia que você não ia me deixar na mão! - falou animada me abraçando de lado - Então… amanhã às 11h no estúdio da empresa. 

- Pode deixar. 

[...] 

Havia terminado de preparar as lentes e o ambiente do estúdio quando a vi saindo do provador. Linda com aquele corpo invejável, trajando apenas um conjunto de lingerie preta. 

- Rafaella? 

- Oi, Gi. Já está tudo pronto? 

- Hm… Sim. Pode se sentar alí. - a respondi apontando para um banco encostado em uma parede de tijolos brancos enquanto tentava disfarçar meu nervosismo. 

Por que a Bia não me avisou que a modelo escolhida era a Rafa? 

Caramba, ela tá tão gostosa com essa peças… Respira, Gizelly. Seja profissional! 

Em algumas horas o ensaio tinha terminado. Me segurei durante todo o momento para não fazer nenhum comentário, nem tirar casquinha da mais alta quando ia até ela para auxiliá-la com as posições. 

Liberei a equipe de três pessoas que estavam no estúdio cuidando da iluminação e maquiagem durante o ensaio assim que Rafaella foi em direção ao camarim. Observei suas curvas se afastando e não me contive em segui-la.

Pov Rafaella

- Sabe, as modelos daqui podem levar as peças utilizadas nos ensaios. - ouvi a voz de Gizelly atrás de mim, fazendo me virar para a mesma - E ficaram muito boas em você…

- Gi, tá fazendo o que aqui? - perguntei surpresa

- Só vim saber se precisava de alguma coisa.

A mais baixa se aproximou de mim parando a centímetros do meu corpo. Passou os dedos na alça do sutiã fazendo com que meu coração acelerasse. Seus olhos castanhos brilhavam com luxúria.

- Você precisa de alguma coisa, Rafaella? - ela disse enquanto colocava a mão esquerda em meu quadril e subia a direita para meu pescoço

Senti seu corpo sendo pressionado contra o meu. Minha respiração acelerava e ela podia sentir o efeito que estava me causando. Aproximou sua boca de meu ouvido repetindo a mesma frase: Precisa de alguma coisa, Rafaella?

Sua voz rouca me fez arrepiar por inteiro.

Gizelly depositou alguns beijos quentes e úmidos por meu pescoço me fazendo soltar um leve gemido. Ela se afastou um pouco intercalando o olhar entre meus olhos e minha boca mordendo levemente seus lábios.

A puxei pela cintura colando nossas bocas dando início a um beijo cheio de desejo. Senti seu braço envolvendo meu corpo enquanto entrelaçava seus dedos em meu cabelo com a mão que antes estava em meu pescoço.

Chupei seu lábio inferior parando o beijo e a afastando de mim pela cintura.

- Agora eu preciso de privacidade pra me trocar. - eu disse recuperando o fôlego

- Tudo bem. - Gizelly me respondeu limpando a lateral de sua boca com um sorriso enquanto saía

Ô trem de mulher safada!

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