Amiga da escola

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Dois Meses depois, no outro lado da rua – do Bar onde Nathalie trabalhava – Havia aberto um outro bar, mais luxuoso, mais tecnológico. Devido a isso não demorou para o Bar simples e aconchegante decretar falência.
 Nathalie suspirou fundo se despedindo de todos os colegas de trabalho, abriu a porta e saiu talvez nunca mais fosse ver os Agrestes novamente, esperava no fundo do coração que fossem eternamente felizes, pois mereciam.
 Com esse pensamento abriu o guarda-chuva e saiu a andar pelas ruas de Paris, e em pequenos passos começou a imaginar como seria sua vida sem o Zhão, e com sua filha, ainda tinha lembranças do seu rostinho de boneca de porcelana, Vê-la crescer, ouvir pela primeira vem um “mamãe” vindo daqueles pequeninos lábios rosados. Acompanhar seus primeiros passinhos, ou então sentir o calor de suas mãozinhas lhe acariciando o rosto com curiosidade. 
 Era impossível conter as lagrimas ou o sorriso, imaginando aquelas cenas...
 Mas parecia que do mesmo jeito que sonhava, o pesadelo vinha na mesma intensidade. 
 Seu medo começava a invadir os pensamentos, e imaginar Zhão com aquela criança nos braços, lhe espancando e torturando até a morte, sem piedade alguma. Ver o sangue da sua filha escorrendo por seus braços, aquilo era a coisa mais horrível de se imagina.
 Respirando pesado balançou a cabeça afastando aqueles pensamentos ruins que lhe fazia quase infartar.
 ─ Calma, Nathalie! – tenta controla a própria respiração ─ Você fez o certo, vai ser melhor pra ela! – Dizia a si mesma
 ─ Nathalie??? – a voz fina e suave lhe fez erguer a cabeça olhando para a mulher a sua frente ─ Está tudo bem?
 ─ Senhora Agreste!? Sim... Sim, estou bem! – ela se recompõe, e volta a sua postura
 ─ Tem certeza? Você está pálida!
 ─ Sim, estou bem! Não se preocupe!
 ─ Bom, se diz! Eu queria falar com você, tem tempo?
 ─ Claro... Claro! Quer ir até minha casa?
 ─ Por favor!
 Emilie havia oferecido a Nathalie uma oferta de emprego, visto que o bar havia falido, porem ela e Gabriel não sabiam qual função lhe dar. Gabriel queria que ela se tornasse sua secretaria, visto que a ultima se aposentou. Emilie queria que ela fosse governanta do Adrien, visto que o garoto havia amado ficar com ela.
 Resolveram fazer um teste, no melhor papel que Nathalie sair seria o cargo dela, a morena aceitou fazer os testes, até porquê ainda tinha que bancar sua filha. Em um dia Nathalie foi assistente de Gabriel e no outro a governanta de Adrien, que grudou nela, e tudo era só brincadeira entre eles.
 No fim do dia era hora de analisar os resultados...
 ─ Ela tem vários pontos positivos do meu lado! Tirando a exceção de algumas coisas, coisas banais que ela pode aprender com o tempo. – disse Gabriel avaliando a lista das coisas que havia pedido a Nathalie ─ Sendo assim, eu ganhei, ela é minha assistente.
 ─ Eei... Espera aí, ela se saiu muito bem como governanta, o Adrien a ama e é a única pessoa que não estranha. – Gabriel desfez o sorriso vitorioso
 ─ E o que sugere?
 ─ Que ela faça os dois amanhã, aquele que ela se adaptar mais fácil leva!
 No dia seguinte, pobre Nathalie, no final do dia a exaustão foi tanta que quando pós Adrien pra dormir, dormiu junto.
 Vendo a cena tanto Emilie como Gabriel se sentiram culpados pelo teste pesado
 ─ Acho melhor perguntarmos qual ela prefere, não acha? – Emilie fala sem tirar os olhos dos dois dorminhocos
 ─ Concordo! Mas antes deixemos ela descansar já sugamos muito dela. – Gabriel se aproxima e ajeita Nathalie na cama ao lado de Adrien, pondo a coberta nos dois e apaga luz deixando ambos dormindo. 
No outro dia, Nathalie resolveu que trabalharia como assistente de Gabriel. Mas nada a impedia de também ajudar Emilie com Adrien nas horas vagas, e todos saíam ganhando. 
Emilie ficou deveras feliz. Gostava muito da Sancoeur, e, como mãe, conseguia imaginar a dor que devia estar passando com a morte de sua filha. Já que Adrien gostava dela também, isso poderia acalentar seu coração. Não se importava em ter alguém que pudesse cuidar do seu filho junto com ela. 
Já Gabriel, queria de todas as formas ajudar aquela mulher que parecia ser tão sofrida. Nathalie nunca havia entrado em detalhes sobre sua vida fora do bar. Nem sobre o pai da sua filha. Nem sobre seu passado. 
E procurando, ele também não achou muita coisa. Fora registros da escola e faculdade que fizera na China, mas só isso também. Nada de delegacias, brigas de bar, nada. Por fim desistiu. Isso realmente não importava também. 
[...]
Com o passar do tempo ela era tão indispensável quanto alguém da família. Adrien a chamava de tia, e não iam a lugar nenhum sem ela. Visitava Madeleine no hospital, já que a mesma estava à beira da morte. E quando essa a levou, Nathalie se viu absolutamente sem ninguém com quem pudesse falar sobre Marinette. 
Só a via por meio de fotos que Sabine lhe mandava esporadicamente pelo email. Crescia linda, como imaginara, e rapidamente quatorze anos se passaram. 
Infelizmente, aquele não fora o melhor ano... 
Emilie ficara doente, um tumor grave no cérebro. Nenhuma cirurgia poderia ser feita, e durante meses ela só foi piorando. Nathalie sofria por todos os quatro, naquela casa. Sofria por si mesma, ao se ver de mãos atadas, enquanto assistia sua melhor amiga definhando; sofria por Emilie, que via o próprio filho e marido serem também consumidos pela sua doença; sofria por Gabriel, a quem ainda amava, mesmo em total segredo, e compartilhava da sua dor; e também sofria por Adrien, que em seus 15 anos, não merecia passar por tamanho sofrimento sem fim. 
E com muita tristeza, a notícia de que Emilie havia morrido foi dada por Gabriel em uma manhã. Adrien ficou inconsolável, se agarrou à Nathalie e chorou o dia inteiro. Quando ele finalmente dormiu, Nathalie foi falar com Gabriel, que esteve trancado no próprio quarto e da esposa. 
Estranhou que a mulher ainda estivesse ali, mas Gabriel logo sanou suas dúvidas. 
E, mesmo que Nathalie achasse aquilo uma completa insanidade, prometeu guardar segredo e ajudá-lo no que pudesse. 
Meses depois da “morte” de Emilie, Adrien decidiu que queria estudar em um colégio de verdade. Afinal, até Nathalie concordava: a mansão se tornara muito fria e escura, sem a Sra. Agreste. E Gabriel estava totalmente recluso no próprio sofrimento, deixando de lado seu filho. 
Céus, não pôde fazer nada além de tentar convencer Gabriel, de todas as formas, que Adrien merecia o voto de confiança. Prometeu ajudar e manter tudo sob controle. E ficou feliz em ver Adrien indo pro colégio. Não era tão longe... François Dupont era um bom instituto de ensino, e também ele teria Chloé, uma velha amiga de infância por lá. 
Talvez ele também pudesse conhecer... 
Suspirou. 
Seria possível, que François fosse tão pequena e ele acabasse conhecendo Marinette? Isso a deixava ansiosa e temerosa... 
Mas Hawk Moth atacou naquele dia. Como planejado, Ladybug e Chat Noir apareceram. Obviamente, não esperava que pudesse conseguir as jóias logo de primeira, mas tampouco iria desistir... 
Quando Nathalie foi buscar Adrien na porta do colégio, percebeu que ele olhava um pouco sonhador pela janela. Nunca o tinha visto assim. 
— O que foi, Adrien? Parece aéreo.
Ele dirigiu seus belos olhos verdes (que ela tanto amava) até se encontrar com os dela, e sorriu. 
— Eu fiz uma nova amiga hoje — ele disse. — Q-quer dizer, fiz outros amigos também, mas ela... 
— Ela...? — Nathalie estreitou os olhos de brincadeira, e o viu ficar vermelho. 
— Ela é muito fofa, engraçada, e... bonita. 
Eles riram. Nathalie percebeu que ele não parou de suspirar desde então. 
— Vai me dizer o nome da sua nova amiga? — perguntou, por fim. 
— Marinette Dupain-Cheng.

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