Passes card

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Depois da noite anterior eu não havia trocado mais nenhum olhar com o Igor e agradeci mentalmente por isso. Fomos embora da balada por volta de cinco horas já que não havia quase ninguém bêbado e nem que tivesse dado vexame.

- Nem de férias você vê o grupo? - Kirby fala pelo telefone
- Amada, to de férias, saí com vocês ontem E - Dei ênfase no E - acabei de acordar.
- Que tipo de férias são essas? Já são quase três da tarde, bora aproveitar.
- E o que você sugere?
- Festa.
- DE NOVO?
- Claro minha filha, não era você que queria festa todo dia?
- Era meme, eu hein.
- Mas é sério, os meninos estão comentando sobre uma festa na casa de alguém.
- E você quer ir? Não sei se tenho disposição.
- Anda logo, você tá parecendo uma velha - Ela bufa
- O garota, chegamos de uma festa quase seis da manhã, dormi só oito horas e você já quer me arrastar para outra festa?
- Sim?!
- Tá bom, vamos então. Ainda bem que eu não bebi muito ontem se não provavelmente estaria de ressaca e não daria para ir.
- Verdade, mas então, passo aí as 18.
- PRA QUE TÃO CEDO?
- Vou me arrumar aí.
- Ok, beijos.

Então era isso, outra festa. 
Confesso que imaginei minhas férias só dormindo e vendo série.

(...)

- Juro que não sei o que tenho na cabeça para estar indo para outra festa 
- Você sabia que os adolescentes hoje em dia vão para festas na sexta, no sábado e no domingo? - Kirby fala
- Eu os admiro.

Descemos do carro ao lado da casa. E que casa.

Eu estava vestida com um cropped quadriculado, calça jeans, tênis e uma jaquetinha jeans, bem básica. Kirby estava com um shorts, uma manga comprida básica e tênis. Decidimos colocar uma roupa mais quente afinal o dia estava um pouco frio.

Entramos na casa e logo consegui ver o tanto de gente que tinha ali. Não eram muitas pessoas como costumava ser nas outras festas dos meninos mas era uma boa quantidade de pessoas. 
Os meninos haviam mandado mensagens falando que estavam na área de jogos, mas como eu ia saber onde é isso?

- Ora ora, olha só quem resolveu aparecer - Ouço uma voz atrás de mim e me viro
- O que você quer?
- O que eu quero?
- É, o que faz aqui aliás? - Eu falo e Danilo ri
- É a minha casa, oras - Eu olho pra Kirby com o olho arregalado. Eu vou matar aqueles moleques.
- Ah, eu não sabia.
- Mas agora sabe, aliás, fica a vontade - Ele fala e sai andando
- Quem esse garoto pensa que é? - Eu reviro os olhos - Babaca.

Andamos por alguns cômodos procurando a tal sala e depois de quase dez minutos nós achamos. Não sei pra que uma casa tão grande.

- E aí loira, achei que não viesse - Wal fala me abraçando
- Primeiramente oi pra ninguém, segundamente não quero falar com vocês - Falo me jogando no sofá
- Qual foi? A ideia de não falar nada foi do Wal - Tchê tchê se explica e eu encaro Wal
- Ah, qual é. Se eu falasse de quem era você não viria.
- Justo. Então, oi gente - Dou um "tchau" pra todo mundo. Procuro por Mikael mas não o encontro - Cadê o Mike?
- Hummmmm, já ta assim é - Luan fala rindo e eu mostro o dedo do meio - Ele saiu tem um tempo.
- Valeu, vou lá procurar - Olho pra Kirby - Você vem?
- Não, obrigada. To fora de vela por hoje - Eu a olho com cara de confusa

Saio da área de jogos e sigo sentindo bar, ou ele estava ali ou na pista de dança.

- Sabia que estaria aqui - Falo perto de seu ouvido e ele se vira assustado
- Ah, oi! - Ele dá um beijo em minha bochecha - Tudo bem? - Eu assinto - Tá uma gata, quer dizer, você é de qualquer jeito né - Sinto minha bochecha esquentar
- O que está bebendo? - Tento disfarçar
- Se adivinhar eu te dou uma.
- Askov? - Ele abre um sorriso
- Na mosca! Quer uma?
- Hum, não. Acho que vou pra Beats hoje.
- Essa é das minhas! - Ele se vira e pede uma beats para o garçom e me entrega
- Obrigado. Aliás, o que ta fazendo aqui sozinho?
- Vim só pegar a bebida e dar uma espairecida - Eu balanço a cabeça positivamente - Quer voltar pra sala?
- Vamos? - Ele assente e pega na minha mão.

Confesso que senti todos os meus pelos do corpo se arrepiarem, foi como uma onda elétrica passando por ele.

Chegamos na sala  e já posso ver o olhar malicioso de Kirby ao ver nossas mãos e eu nego com a cabeça. 

- AE! QUEM QUER JOGAR PASSA CARTÃO? - Um garoto aleatório grita

Quase toda a sala levantou a mão o gritou, eu nem tinha percebido o tanto de gente ali até aquele momento.

- Vamos? - Kirby me pergunta e eu nego - Qual é, cade o seu espírito de férias e festas?
- Tá bom - Eu reviro os olhos
- NÓS TAMBÉM VAMOS! - Kirby grita

Nunca tinha jogado aquele jogo embora soubesse como funcionava mas nunca tive oportunidades de jogar e eu também era timida para isso.

Fizemos uma roda e ficamos em pé mesmo, ali no centro da sala. Devia ter cerca de quarenta pessoas jogando aquilo, ia demorar uma década para acabar. 
Ficamos do jeito que estavamos nos sofás, Kirby do meu lado direito e Mikael do lado esquerdo.
Já pensou bem na minha hora a plaquinha cai, eu tenho um infarto.

Vejo a plaquinha circulando do outro lado da sala e apenas duas pessoas a derrubaram, uma rolou selinho e a outra não. O papel foi circulando até chegar em mim, Kirby passou pra mim e eu peguei e fui passar para o Mikael que foi quando o papel escorregou e eu acabei dando um selinho no mesmo. Sinto meu rosto todo esquentar e fico tão envergonhada que quase nem consegui ouvir gritarem para eu sair do jogo.

Meu deus, eu só passo vergonha nessa minha vida.

(...)

The Vip StateroomOnde histórias criam vida. Descubra agora