Amores olimpianos

Capítulo XI

Psique me deu uma cotovelando com a intenção que eu tirasse os olhos da lousa na qual Atena escrevia sobre as principais habilidades esperadas de cada tipo de ser.

- Você escutou o que eu disse? – ela me questionou à esquerda.

- Eu estou prestando atenção na aula. – falei sem parar de copiar, estávamos tendo aula aonde fomos recebidas no primeiro dia.

- Enfim, eu tinha dito que é injusto sermos deixadas para trás. – a fala dela me fez parar de copiar e olhar diretamente para ela, eu estava um pouco confusa com a sua afirmação. – Não me olhe assim, o que eu estou dizendo é a pura verdade, Pan matou aula com o namorado, Ariadne e o outros sátiros, Kira está sentada com umas garotas que ela conheceu pelo Olimpobook, só restas nós três.

- Três é maior do que a metade de cinco, então ainda estamos com a maioria de nós unida. – sorri para ela com a minha dedução óbvia. Ela bufou, o que me fez franzir a testa. – Psique, cada uma tem a sua vida, não precisamos estar grudadas umas as outras para sermos amigas e contar com cada uma.

- Que tal irmos domingo ao shopping comprar roupas, o armário da Pers precisa de uma reforma. – Dríope entra na conversa pelo meu lado direito.

- Eu tenho encontro com Eros. – Psique fica ruborizada, eu e Dríope fechamos a cara para ela.

- Entende agora o que eu quero dizer sobre cada um ter a sua própria vida? – cruzei os braços sobre o meu peito. Psique assentiu e ficou cabisbaixa no restante da aula. Nós três estávamos saindo da sala quando o celular de Dríope recebeu uma mensagem de Hermes.

- Dríope? - parei de andar e olhei para ela, que estava com uma careta.

- Pelo visto, Zeus conseguiu com que Hércules escapasse.

- E agora? Aquelas ninfas correm perigo? E a Pers? – Psique colocou as suas mãos sobre a boca. O questionamento que ela fez passou pela minha mente, mas ao dizer em voz alta parecia que era pior. Dríope e eu nos entreolhamos.

- Hermes disse que alguém irá te escoltar até o nosso trabalho, mas acho que não tem motivos para se preocupar, afinal, você não fez nada. – ela deu um sorriso fraco.

- Eu dei a oportunidade para aquelas ninfas mostrarem quem é aquele monstro . – voltei a andar e as duas seguiram ao meu lado. Talvez nós estejamos erradas e nada aconteça, espero que Hércules seja um cão que ladra, mas não morde.

Ao sairmos do prédio da Universidade já era possível ver Thanatos encostado em um dos portões, suas asas negras não permitiam que ele se misturasse entre as pessoas.

- Aleluia que chegaram! – ele veio ao nosso encontro, eu me pergunto como ele aguenta ficar com o peito nu o tempo todo. – Vocês irão se atrasar para o trabalho.

- Oi para você também. – Dríope diz sem paciência.

- Thanatos, essa é a psique. – indiquei a minha amiga, mas Thanatos já tinha se virado e começado a caminhar. – Desculpa, acho melhor já irmos. – depositei um beijo na bochecha de Psique eu retribuiu. Segundos depois eu e Dríope andávamos lado a lado de Thanatos, mas estava sendo ruim para mim já que eu estava com uma saia lápis preto que Dríope me emprestou, o que me fez assar pelo caminho. A saia ficava linda na minha amiga, mas em mim realçava até demais o tamanho do meu quadril, pelo menos a minha blusinha branca me deixava transpirar à vontade.

- Você está bem? – Thanatos pergunta para mim ao entrarmos no bondinho, ele teve que ficar de pé no corredor para não machucar as suas asas.

- Estou, esse saltinho machuca o meu tornozelo um pouco. – sentei com a Dríope no banco na frente dele, aproveitei para tirar o saltinho preto. Se o calçado ruim para andar, para que que ele serve? A minha era o oposto de mim, com a sua elegância e delicadeza sobre o salto agulha vermelho e no vestido preto curto básico. Quem a visse assim nunca imaginaria pelo o que tem passado.