PARTE CINCO - AVALON

759 91 101
                                    

Where we come alive - Ruelle

Nimue
O sol brilhava no ponto mais alto no céu, e o calor úmido nos acompanhava em nossa jornada. Para mim era banal mas fazia o suor de Esquilo pingar de seu rosto em suas roupas e o Monge que já não parecia bem desde o ataque a beira do lago, parecer cada vez mais a beira da morte.

Não perguntei a ele se os homens da trindade haviam o ferido, ele não me deu brechas e fiquei receosa de perguntar. Eu passei de desejar sua morte para extremamente preocupada com sua vida, e para que o pior não acontecesse aceleramos nossos passos.

Em certo ponto da caminhada ele quase caiu do cavalo. Acabou desmaiando então a partir daí Esquilo desceu do cavalo e levamos o Monge o resto do caminho desacordado.

_ Eu prefiro ele assim. Desacordado. Pelo menos não me encara com aquela carranca. _ digo a Esquilo que guia o cavalo.

_ Eu acho que ele gosta de você. Ontem enquanto nadávamos ele até me perguntou sobre você. _ Esquilo diz distraído é minhas bochechas esquentam com a informação inesperada.

_ Que tipo de perguntas?

_ Ah eu não sei. Se eu te conheço a muito tempo... Se eu achava que você o deixaria continuar com a gente... _ ele dá de ombros. 'Por que ele continuaria com a gente? Ele é o temido Monge Choroso! Mesmo contra os Palatinos ou a Trinidade ele conseguiria aliados bem melhores!'

_ E o que disse a ele?

_ Bem, não fique brava. _ ele para por um instante e o induzo a continuar. _ Eu disse que deixaria sim mas que você já tem namorado. E que parece estressadinha mas não é tanto assim.

_ Esquilo! O que uma coisa tem a ver com a outra?! E eu não sou estressadinha! _ Ele me encara presunçoso.

_ Você está brava só porque eu disse isso! E eu pedi para não ficar brava! _ respiro fundo.

_ Tudo bem... E ele disse mais alguma coisa?

_ Não muito. Ele é meio calado...

_ Não quero que se apegue muito a ele. Eu não sei se podemos confiar nele, principalmente depois que ele se curar.

_ Eu já disse, ele é um do nossos.

***


Quando finalmente avistamos Avalon notamos que teríamos de atravessar o lago para chegarmos definitivamente à ilha. Havia uma pequena canoa nas margens do lago o que facilitaria e muito nossa travessia porém, o Monge ainda estava desacordado e havia neblina por toda parte.

Nós fizemos o máximo para tentar descê-lo do cavalo com a maior delicadeza possível, mas ele é grande e pesado, Esquilo e eu o puxamos para baixo e ele caiu com tudo sobre mim.

_ O que não faço por você... _ digo para Esquilo que tenta disfarçar sua rizada. O colocamos na canoa e seguimos a tão esperada ilha misteriosa.

Havia tanta neblina no lago que mal conseguia enxergar além de um metro à minha frente.

Atravessamos a neblina chegando em terra e a ilha era simplesmente maravilhosa. Haviam flores de diversas cores e tamanhos enfeitando todo o ambiente, a grama em um tom de verde vivo que nunca havia visto antes deixava tudo ainda mais delicado. A ilha era bem pequena, dava para ver toda sua dimensão ao ficar de pé e formava um círculo perfeito. Era de uma beleza extraordinária, ela parecia reluzir ao sol dando a sensação de que estávamos no céu.

_ Wow! Aqui é muito bonito! _ diz Esquilo descendo do barco.

_ Sim, é realmente muito bonito. _ digo prendendo o barco em um tronco de madeira preso ao chão. _ Esquilo, me ajude a tirá-lo do barco.

Esquilo e eu tiramos o Monge do barco o colocando quase ao centro da ilha. Uma brisa leve passou por nós quando o corpo do Monge se chocou com a grama, mas apenas isso aconteceu. O Monge continuou onde estava e para falar a verdade parecia já estar morto.

Sua pele pálida destacava ainda mais suas marcas chorosas. Ele nem ao menos parecia respirar. Me ajoelhei ao seu lado em desespero buscando sinais de que pudesse ainda estar vivo mas era tarde de mais.

_ Não! Não! Não! Eu fiz tudo o que devia ter feito! Era para ele estar bem! _ meus olhos se enchem de lágrimas ao ver que tudo foi em vão.

_ Lancelot?! _ Esquilo também se ajoelha ao seu lado em prantos tentando acordá-lo sem sucesso algum. _ Por favor! Acorde!

_ Eu não entendo, fiz tudo o que os Ocultos me pediram! Ele não poderia morrer! _ coloco minhas mãos em seu rosto e suas marcas plangentes começam a brilhar em um tom de vermelho vibrante. A ilha que antes parecia reluzir ao sol agora brilhava ainda mais e a leve brisa virou uma corrente de ar tão forte quanto a que meus poderes já haviam causado.

_ Nimue! Olhe! _ as feridas do Monge começaram a se curar e sua pele voltar a cor normal transparecendo vitalidade. Suas marcas regridem a cor normal e ele volta a respirar acordando como que de um pesadelo. Suas mãos sobem até as minhas e seu olhar vai de encontro ao meu me trazendo uma enorme sensação de alívio.

_ Pelos Deuses! Você está vivo!

Obrigada pela leitura! Vote, comente (adoraria saber o que achou sobre o conteúdo!) indique para seus amigos Feéricos! Beijos da WayWay
SEE YOU SOON 💕

CURSED - NIMULOTOnde histórias criam vida. Descubra agora