Prólogo

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Meus passos eram lentos, cautelosos e silenciosos. Sentia meu coração palpitar cada vez mais, eu tentava manter a arma firma em minhas mãos. Era um dia importante e ele acabaria com mortes, mas apenas uma importante: a minha ou a dele.

Chaz e Ryan seguiam logo atrás mim, éramos só nós três ali, tentando passar por dezenas de seguranças que estavam apenas nos jardins. Clary estava em uma van parada algumas ruas depois da mansão, monitorando tudo por escutas e pelas câmeras que havia invadido.

Arrastei meu corpo pela parede lateral da mansão, forçando a visão para enxergar no escuro da madrugada. Cerca de quinze seguranças estavam naquela região, todos com suas armas à mostra nas cinturas. Olhei para Chaz e Ryan, balançando a cabeça positivamente, então eles me devolveram o mesmo movimento, entendendo. Dei alguns passos para frente, atirando no segurança mais próximo, ouvindo o som abafado produzido pelo silenciador. O corpo sem vida caiu ao chão, chamando a atenção dos demais seguranças, que foram rápidos em pegarem suas armas. Porém, no mesmo instante, Chaz e Ryan começaram a atirar escondidos, também com seus silenciadores, surpreendendo os homens.

Enquanto os seguranças daquela área eram distraídos e mortos, esquivei-me para os fundos, tomando cuidando com meus passos. Escondido, disparei alguns tiros, então corri rapidamente, escondendo-me. Os homens ali foram na direção contrária, então voltei a correr, indo até a porta dos fundos e entrando rapidamente. Conseguia ouvir certa movimentação do lado de fora, no entanto nada muito alarmante.

Já conhecia muito bem a mansão por dentro, sabia onde ficava cada objeto, então o trabalho de andar por ali sem tropeçar em nada acabou sendo fácil. Sabia que do lado de dentro a quantidade de seguranças era menor, contudo continuei tomando o mesmo cuidado, mas daquela vez apressei meus passos. Eu não tinha todo o tempo do mundo para cumprir o que havia ido fazer ali.

— Estamos entrando pelos fundos, Justin — Ryan comunicou pela escuta, fazendo-me suspirar aliviado por eles terem conseguido.

— Estou subindo — respondi, começando a subir pelas escadas laterais da sala de estar, mantendo minha arma levantada.

Senti meu braço sendo puxado para trás, imediatamente me virei, batendo a arma com força na cabeça de quem quer que fosse. Segurança estúpido, se fosse esperto teria atirado no escuro e contado com a sorte.

Recompus-me e continuei subindo, tomando cuidado com minhas costas para ter certeza de que ninguém vinha. Eu sabia que um homem estaria guardando a entrada do segundo andar, então atirei em sua perna antes que ele pudesse me ver. O segurança saiu rolando pelas escadas, gritando. Fui rápido em descer novamente e atirar em sua cabeça, já sabendo que todos dentro da casa estavam acordados.

Corri para o segundo andar, abrindo a primeira porta que vi e entrando pela mesma, escondendo-me. Informei pela escuta para os garotos tomarem cuidado, então abri uma fresta da porta para tomar conhecimento da situação. Alguns dos seguranças que dormiam estavam de pé com suas armas, sem o uniforme, todos seguindo para o andar de baixo.

Quando a movimentação pelo corredor parou, saí do quarto, já podendo enxergar por conta das luzes acesas. Clary provavelmente estava monitorando as câmeras para que ninguém me visse. Eu só precisava achar o chefe, de preferência encontrá-lo sozinho e indefeso.

Ouvi passos vindos ao longe, então me escondi atrás de uma pilastra que havia no corredor. Dei uma pequena olhada, vendo um homem uniformizado checar as portas. Quando ele se virou para frente, atirei, ouvindo o som de seu corpo contra o chão de madeira.

Ele está no escritório pegando armas, seja rápido, o caminho está livre — Clary disse rápido, então comecei a correr em direção ao terceiro andar.

De frente para a porta fechada do escritório, respirei fundo antes de atirar na maçaneta e empurrá-la com força, apontando minha arma para todos os cantos.

Ouvi uma trava, então me virei para trás com a arma ainda em punho, vendo J com sua arma também levantada. Apontávamos um para outro, nenhum com intenção de ceder.

— O que acha que está fazendo, Bieber? — J perguntou, olhando-me com fúria.

— Estou vencendo — abri um sorriso vitorioso, dando dois passos para frente enquanto ele dava os mesmos passos para trás.

— Você está blefando — ele revirou os olhos.

E foi nesse momento de distração que eu me aproveitei, atirando em sua perna, fazendo-o cair no chão e largar a arma. Corri para perto de J, chutando sua arma para longe e me agachando ao seu lado.

— Acho que é o fim da linha para você — disse, passando o cano de minha arma em seu rosto enquanto ele se contorcia de dor.

Ouvi um barulho, então me virei para trás, vendo Chaz e Ryan parados na porta, ambos com sorrisos convencidos.

— O que você quer? — J gritou, tentando me acertar com os braços, mas fui rápido em desviar.

— Quero que assine esses papéis — respondi, retirando algumas folhas de dentro da minha roupa. — Você não precisa ler, até porque morreria com o sangramento antes de terminar. Só precisa saber que assinando isso aqui, tudo o que é seu será meu.

— Nem em sonho — ele rangeu os dentes, tentando se afastar, mas puxei-o pela perna machucada, ouvindo seu urro de dor.

— Você não tem opção, J. É o seu fim, acabou. Vamos acabar com isso logo e ganhar tempo.

— E o que acontece depois? Você me mata?

— Não, na verdade está escrito aqui que eu vou deixá-lo ir e não vou atrás — disse, fingindo que lia uma parte do contrato.

J pensou.

Pensou mais um pouco...

— Dê-me uma caneta — grunhiu, apertando os dentes.

Quando lhe estendi o objeto, ele o agarrou e arrancou de minha mão, então lhe mostrei onde deveria assinar.

E quando já estava feito, levantei-me com um sorriso vencedor. No mesmo instante, levantei minha arma e apontei para o homem em minha frente.

— Sabe, J, você já deveria saber que as pessoas mentem quando precisam.

Então, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, atirei em sua cabeça. 

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