27. Coward

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POV Justin

Após a pequena reunião em meu escritório, coloquei Ryan, Chaz e Clary para fora da minha casa, eu estava cansado demais para ficar aguentando ladainhas sobre Daniele em meu ouvido. E, falando nela, eu estava justamente indo até seu quarto.

A fúria ainda corria em minhas veias, minha vontade era de espancá-la até a morte, porém tentava me controlar para que isso não acontecesse. Fala sério, a garota era doida ou o quê? Daniele podia ter um pouco de liberdade e já fazia merda, como eu iria confiar em deixá-la sair sozinha novamente? Em que ela estava pensando quando decidiu quebrar as regras e ir para um lugar completamente desconhecido, ainda mais sem segurança alguma?

Doida.

Essa é a palavra perfeita para descrever Daniele Allen.

Cheguei até a porta de seu quarto, vendo que a mesma estava trancada. Eu nunca entenderia o motivo para que ela trancasse a porta, sendo que ela sabia que eu tinha chave. Mas tudo bem, eu já havia desistido de entender o que se passava pela cabeça daquela mulher.

Peguei a chave em meu bolso e abri a porta rapidamente, vendo Daniele sentada em sua cama, tirando o esmalte das unhas dos pés. Quando notou minha presença, ela apenas levantou o olhar rapidamente, voltando a fazer o que estava fazendo, ignorando-me completamente.

- Você poderia estar morta - disse, quebrando o silêncio que se instalava entre nós.

- Eu sei muito bem o que aconteceu hoje, não precisa ficar lembrando toda hora - ela respondeu em tom rude, sem me olhar.

- Preciso sim, pra me certificar de que você nunca mais fará a besteira de ir para um lugar qualquer, sozinha - pronunciei o "sozinha" entre dentes.

- Até parece que você se importa. Que diferença iria fazer se eu tivesse morrido? Aposto que nem um enterro descente você faria para mim, aposto que iria me colocar em uma cova no deserto, assim como fez com todas as pessoas que entraram em seu caminho - ela parou de tirar o esmalte no mesmo instante, falando rápido, com fúria no olhar.

- Talvez você mereça isso! - rebati, entrando ainda mais no quarto, fechando a porta atrás mim com força. - O que fizemos hoje foi perigoso, se Ethan descobrir que você faz parte da equipe, ele irá atacar muito mais, porque o sobrinho é apaixonado por você. Tenho certeza que Mark só se juntou a ele para te ter. E sabe o que mais? Ethan iria descobrir que você é alguém importante, iria te pegar só pra me provocar! - aproximei-me da cama, com a respiração acelerada. - Ninguém da equipe fica pra trás, lembra-se disso? - perguntei com a respiração ofegante.

- Talvez eu não me sinta parte da equipe - ela deu de ombros, levantando-se da cama, indo em direção ao banheiro, porém eu fui rápido o suficiente para pegá-la pelo braço e pará-la.

Seu corpo se chocou com o meu, afastando-se logo em seguida. O contato visual foi mantido, até que meus olhos percorreram seu corpo, coberto apenas por um curto baby-doll. Seus seios se realçavam, quase pulando para fora, suas pernas eram lisas e brilhantes... Voltando o olhar para seu rosto, era como se eu estivesse hipnotizado por aqueles olhos azuis.

- O que eu tenho que fazer para você acreditar que também é importante? Será que não foi suficiente eu ter salvado sua vida tantas vezes? Porra, Daniele, eu poderia ter te deixado morrer, mas fui atrás de você, te trouxe pra casa - disse contra seus lábios, sentindo sua respiração acelerada se atropelar com a minha.

- Mas você continua me tratando mal, continua fazendo eu me sentir que não sirvo pra isso. Precisa ficar jogando na minha cara quando faço algo errado? Precisa falar que eu vou ter que treinar para o resto de minha vida pra conseguir fazer algo que preste? Eu sei que você está frustrado, Justin, mas não existe a necessidade de descontar em mim - ela se soltou de mim, afastando-se com raiva.

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