1.3|•Flores Silvestres•

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– Finalmente um salto significativo, nessas memorias. – Watts dizia aliviado.

– Ah, olha o que temos aqui. – Disse Eva olhando para uma grande projeção de uma casa feita de madeira.

– Aposto que viram este penhasco e pensaram que não era perigoso o bastante sem gente morando nele. – Brincou Neil.

  Ao andar mais um pouco era possível ver um lindo cenário, algumas belas árvores e flores silvestres típicas daquela região. Mais a frente, sentado em um velho banco de madeira de frente a casa, era possível encontrar vosso cliente, com as mãos no rosto e uma forte expressão de cansaço.

– Noah ligou e disse para eu vir. – Dizia sua melhor amiga. – Eu trouxe uma conserva de azeitonas. São suas favoritas, não são? – Lhe entregava um potinho de vidro, fazendo o moço soltar um leve sorriso, porém logo fechando a cara novamente. – Fiquei sabendo da Heyoon... Ela vai ficar bem?

– A doença foi diagnosticada muito tarde. Felizmente, é tratável. Mas os custos médicos... – Suspirou. – Não vamos conseguir terminar de construir essa casa, Sina. Mal vamos conseguir pagar pelo tratamento. – Disse segurando fortemente o pote de vidro entre as mãos. – É um alívio saber que ela vai ficar bem, mas... – Ele travou por uns instantes sem conseguir finalizar a frase, apenas desistindo antes de finaliza-la. – Você não imagina como esse lugar é importante para Heyoon. A notícia vai acabar com ela.

– Eu queria poder ajudar, mas Noah e eu estamos no vermelho desde a crise no mercado. – Disse desanimada, por não ter como ajudar. – O que você vai fazer agora?

– Eu vou dizer à ela que vamos conseguir. Vou dizer que temos dinheiro para as duas coisas. Não quero que ela faça nenhuma loucura. – Respondeu diretamente.

– Você não devia mentir para ela.

– Você não sabe como é Sina. – Disse finalmente tomando coragem e desviando o seu olhar do chão. – Se ela souber, não sei qual dos dois escolheria.

– E daí? Se ela decidir não se salvar pelo bem dessa casa, que seja. É a decisão dela. – Dizia a loira. – Me incomoda quando vocês, neurotipocos acham que sabem o que é melhor para os outros.

– Eu odeio quando você me chama disso, Sininho. – Disse fazendo sua amiga soltar uma risada sem graça, se recordando do velho apelido. – Você acha que ela é a única afetada por tudo isso? E quanto a mim, Sina? Depois desses anos todos, eu não posso ser um pouquinho egoísta? – Disse em um tom fraco. – Eu não quero ficar sozinho, Sina. Não vou deixá-la morrer.

– Você está sendo arrogante, Joshua.

– Eu não me importo. – Disse se levantando e saindo.

– Onde você vai?

– Vou colher algo do penhasco para ela. Vai ser algum conforto, ao menos. – Disse se virando à ela novamente.

– Não tornará o que vai fazer menos errado. – Disse por fim, soltando um longo suspiro e respirando fundo na tentativa de não se estressar com seu amigo. – O Noah me pediu para te entregar isso. Ele disse que se chama "Está Tudo Bem". – Dizia lhe entregando uma caixa.

– Mas não está. – Respondeu antes de se retirar.

  Ao sair, Josh seguia ao topo do penhasco onde se tinha uma bela vista do velho farol. Ele se sentara no banco admirando alguns barcos que passavam pelo mar ali. A brisa gelida que vinha de longe, batia em seu rosto deixando a ponta de seu nariz cada vez mais gelada,  sabendo que se permanecesse no local por muito tempo, logo adquiria um resfriado.
  Ele não estava pronto para deixa-la, sabia que esse momento chegaria, mas não sabia que seria tão cedo. Desde que começaram a namorar ele já pensava em casar, ter filhos, e ficar ao lado dela até ficarem bem velhinhos, e poderem partir juntos.

To The Moon|•Heyosh•Onde histórias criam vida. Descubra agora