1.8|•Relógio•

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  A sala de cinema estava com algumas pessoas, enquanto um filme de comédia típico dos anos 90s passava na grande tela. Josh não dava atenção ao filme, seu olhar revesava entre a porta de entrada da sala e a tela de seu smartphone.

– Psiu, olha! – Eva disse assim que encontrou o paciente sentado em um banco da sala.

– Pois é! Não acredito que ele pagou para ver esse lixo no cinema! – Sussurrou resmungando, ao ver o filme que se passava na tela.

– Não idiota... Olhe, fizemos um pulo grande! – Disse ao ver o garoto agora em sua adolescência.

– Santo macarrão fora do ponto, o moleque está sozinho no cinema! Que derrotado! – Disse ao ver que não havia alguém ao seu redor.

– Cale a boca. Você vai sozinho ao cinema o tempo todo. – Disse se levantando e observando a sala.

– É diferente. Ninguém tem um gosto tão refinado quanto o meu. – Disse se levantando junto a doutora. – Mas o mais importante, como alguém é capaz de assistir essa porcaria inteira?

  Ao perceber que o filme já estava quase na metade, percebeu que sua companheira não viria, sentindo-se como um total derrotado. Se levantou de sua poltrona seguindo em direção a saída, olhando para a sala na intenção de ter a última certeza de que ela não estava lá, se frustrando novamente e saindo de vez da sala.

– Concluo a demonstração de que este filme é péssimo em niveis físicos e metafísicos. – Disse Niel seguindo o garoto com os olhos.

– Vem, vamos embora. – Disse saindo em direção a porta da sala.

– Hein? Ah sim, o garoto. – Se levantou de sua poltrona, seguindo sua colega.

  O doutor dava a última investigada na sala vendo apenas silhuetas em tons de cinza claro. Logo que saiu de sua sala se deu de cara com o garoto sentado na entrada da sala vendo as pessoas passarem felizes e sorridentes, com grandes baldes de pipoca e copos de refrigerante.

– Opa, nem vem. Não tenho nenhuma vontade de falar com esse emo. – Disse se distanciando do garoto.

– Olha a dupla negativa, meu caro Watson. – Eva zombava de seu colega.

– Calada, polícia da gramática. – Repreendeu a companheira.

– Venha, vamos procurar pelas recordações. – Saiu andando abandonando o amigo para trás.

  O cinema era relativamente pequeno – provavelmente era o único jeito o qual o paciente conseguia se recordar. Os doutores passavam pelo corredor onde haviam mais duas salas de cinema, com alguns filmes em cartaz, porém todos com seus nomes borrados, o que fazia acreditar que ele não se recordava mais sobre os mesmos. No local haviam varias silhuetas, com inúmeras tonalidades de cinza – claro, escuro, meio termo, etc. Rosalene agora se aproximava das sombras enquanto Watts olhava os docinhos que tinham na lanchonete do local. A doutora se assustava ao perceber que assim que encostara na sombra a mesma desapareceu, repetindo o mesmo movimento com as em volta dela.

– O que está fazendo? Essa é a terceira pessoa que você remove daqui. – Niel repreendia Eva, enquanto a mesma apenas tentava ignorá-lo para descobrir qual era a tal anomalia do momento. – Eva!

– Ah, não é nada permanente. – Disse assim que tocou em outra sombra.

  Seguiu seu percurso removendo pessoa por pessoa a procura dos próximos conectores de memoria. Enquanto isso Dr. Watts se encontrava sentando em sau cadeira observando as pessoas serem removidas ao seu redor.

– Você sabe que expulsá-los assim não faz diferença nenhuma, né? – Questionou, logo em seguida dando uma leve mordida em seu sanduíche.

– Por que está reclamando então? – Eva lhe rebateu a pergunta. – Volte acomer está porcaria enquanto faço meu trabalho.

  Achar os conectores estava se tornando uma tarefa cada vez mais difícil. Precisavam de algo urgente, adinal não estavam afim de perder horas de sua missão em apenas uma memória.
  Dra. Rosalene já se encontrava aborrecida, quanto mais silhuetas sumiam, mais surgiam pela porta de entrada. Ela estava determimada a fazer algo para que as sobras parassem de – literalemnte – brotarem no lugar, mas foi se aproximando da porta que mais uma vez ele foi encontrado.

– Levar bolo? Está ai um momento Kodak. – Watts dizia ao se aproximar.

– Vejo que se identifica com seus semelhantes. – Eva zombava, logo recolhendo mais um conector.

  Quando se virou novamente, percebeu que ainda haviam mais sombras ali suspirando pesadamente. Voltara a seu trabalho fazendo com que mais pessoas desaparecessem a procura dos dois últimos conectores que faltavam.
  Neil olhava ao redor vendo que não havia mais o que fazer naquele local, chamara a atenção de Eva para que parasse de excluir as sombras.

– É, não tem nada aqui. – Disse se voltando a direção do corredor de onde vieram. – Detesto dizer isso, mas acho que vou ter que extrair mais alguma coisa dele. – Disse entrando mo corredor indo em direção a o menino.

– É todo seu. – Rosalene disse, já imoaciente.

– Pelo menos não tem azeitonas dessa vez. – Disse se lembrando da sua última interação com o paciente.

  Porém, Watts, antes de qualquer ato, via a memória sendo reativada. Os dois se olharam assustados pensando no porquê de não terem feito aquilo antes. Logo a menina dos cabelos castanhos com algums fios dourados saía da sala a procura do garoto.

. . .

– Heyoo!? – Questionou o garoto confuso. – Você estava lá dentro o tempo todo? – Questionou, porém sem respostas. – Te esperei no saguão, achei que você não tivesse vindo!

– Por que você saiu? Pensei que iamos assistir ao filme juntos. – Questionou a menina, deixando Josh mais confuso do que antes.

– Ue... Eu que te pergunto isso. – Respondeu à garota.

– Como assim? – Retrucou. – A gente estava assistindo ao filme juntos, dai você saiu.

– Não estamavos assistindo juntos... Eu nem sabia onde você estava. – Disse demonstrando total confusão, enquanto a garota permanecia com uma expressão tímida na cara. – E se você me viu lá dentro, por que não veio falar comigo?

– Que diferença faria? – Respondeu sem expressão. – Nós estavamos assistindo ao filme na mesma sala.

  Heyoon continuou com sua cara indecifrável enquanto Josh a olhava com total confusão estampada em seu rosto. Um silêncio fora instalado por alguns instantez, fazendo os doutores até mesmo pensarem que o sistema havia falahdo. Porém logo o silêncio era quebrado por uma longa e alta risada que o garoto soltara.

  – Hahahahha! – Josh agora ria altamente, chamando a atenção de todos ali.

– O que houve? Por que está rindo? – Perguntou o olhando consufa.

– Você é tão esquisita. – Disse rindo ainda mais, deixandoa  garota sem graça.

– Você não quer mais assistir ao filme comigo. – Questionou timidamente.

– É claro que quero! – Respondeu quase de imediato. – Vem, vamos entrar antes que termine. – Disse segurando sua mão e a levando para dentro da sala novamente.

. . .

– Sinto que deveria fazer algum comentário engraçado. – Dizia Watts ainda um pouco confuso com toda a situação.

– Você sente errado. – Eva respondeu o repreendendo.

– Bem, vamos torcer para a recordação estar nos esperando lá dentro. – Disse andando até a sala.

  Ao caminhar até sala, pasando pela porta já era possível encontrar o jovem casal sentados um ao lado do outro ssistindo ao filme juntos. Porém ao lado da garota era via-se o seu ornitorrinco de pelúcia indicando se séria mais uma recordação para ser ativada.

– Sabe acho qhe estou começando a gostar deste ornitorrinco. – Neil disse assim que a memória ficara pronta. – Mais pela conveniência, mas já é um começo.

Recordação ativada para atravessia de memória.

To The Moon|•Heyosh•Onde histórias criam vida. Descubra agora