Este livro foi feito especialmente para você: contista, ficwriter, aspirante ou escritor, obter dicas e discutir sobre o universo da escrita criativa. A troca de experiência é a palavra de ordem por aqui!
A técnica dos cinco sentidos na escrita nada mais é que descrever uma cena usando os cinco sentidos do corpo humano: visão, tato, olfato, audição e paladar. Essa percepção física de uma cena mesclada ao "o que o personagem está pensando/sentindo", compõe uma narração completa. Mas, cuidado: nem todas as cenas requerem à utilização dos cinco sentidos, seu excesso torna a escrita monótona e cansativa. Há uma linha tênue entre algo bem descrito e uma encheção de linguiça.
Geralmente, dentro de um parágrafo, há uma combinação de um a três sentidos descritos. Em livros com muitas cenas de ação/guerra, há a predominância da visão, pois é de suma importância o impacto visual ao leitor. Em romance, temos o tato, de modo que o leitor se sinta como se fosse um dos personagens e sinta todas aquelas emoções junto com os protagonistas. Em livros sobrenaturais ou mistério, a audição é fundamental, e por aí vai. Saiba usar o sentido escolhido ao seu favor.
Exemplos:
Audição: Os pássaros ficam em silêncio. Em algum lugar, um tordo dá o aviso que precede o aerodeslizador. Não sei como ele sabe. Deve ouvir coisas que os humanos não ouvem. (...) Não demora muito e a cantoria geral dos pássaros recomeça. (Jogos Vorazes, pág. 254)
Olfato: O cheiro de galinha assada vinha de longos espetos posicionados acima do fogo. Bem no meio da brasa, havia panelas de barro, de onde saía um aroma suave. (Perfeitos – pág. 227)
Visão: Ao voltar sua visão para o horizonte reluzente, ficou maravilhada. Nunca tinha visto o amanhecer de fora da cidade. (...) E, de qualquer modo, o horizonte sempre estava escondido atrás da paisagem de Nova Perfeição. A visão de uma alvorada de verdade era impressionante.
Uma faixa de tons de laranja e amarelo incendiava o céu, magnífica e surpreendente, espetacular como fogos de artifício, só que mudando num ritmo imponente, quase imperceptível. (Feios – pág. 128)
Tato: (...) Hesitante, estendi um dedo e afaguei as costas de sua mão faiscante, onde estava ao meu alcance. Outra vez fiquei maravilhada com a textura perfeita, macia como cetim, fria como pedra. (Crepúsculo – pág. 192)
Paladar: (...) Minha mãe tinha feito o melhor que podia, mas não tinha chegado nem perto daquele bife. Era suculento, tenro e saboroso. Queria perguntar a alguém se também era o melhor bife que tinha comido na vida. (A Seleção – pág. 115)
Então, quando estiver em dúvida sobre como descrever alguma cena, baseie-se nos cinco sentidos para desenvolver a narrativa; é um ótimo norte para lhe guiar sobre o que você precisa dizer. Porém, não se esqueça, claro, de intercalar as percepções físicas com o que o personagem pensa, afinal, muitos desses sentidos despertam lembranças ou até sacadas para a resolução de um plot!
Vamos fazer um exercício de descrição? Observe a imagem abaixo. Sua tarefa é descrevê-la utilizando os cinco sentidos humanos! A forma como você irá descrever é livre: primeira, segunda ou terceira pessoa; passado ou presente. Você escolhe. Deixe sua resposta nos comentários que darei um feedback em cada uma delas.
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