Capítulo Sete

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Stefano Greco:

Acordei no meio da madrugada com o som de algo vibrando ao meu lado. Demorei alguns segundos para perceber que era o celular de Mario. Ele ainda estava segurando minha cintura, o corpo quente e confortável, mas o incômodo da vibração insistente não me deixou ignorar. Suspirei, cansado, e delicadamente tirei a mão dele de mim, tentando não acordá-lo. Levantei da cama e alcancei o celular. Quando vi o nome na tela, meu humor piorou instantaneamente. "Mãe de Mario".

Ótimo, a última pessoa que eu queria ouvir. Mesmo assim, eu sabia que não poderia ignorar. Peguei o aparelho e saí para o corredor, fechando a porta do quarto com cuidado antes de atender.

— Mario, querido! Sabia que iria atender a sua querida mãe — ouvi a voz aguda do outro lado, já me causando arrepios de irritação. — Já deve ter terminado tudo com aquele garoto esquisito, não é?

A frase me atingiu como um soco. Revirei os olhos, sem a menor paciência.

— Esquisito é o seu cú! — disparei, sem pensar duas vezes, já sentindo o calor da raiva subindo pelo meu rosto.

Do outro lado, ouvi uma pausa, seguida por um grito estridente:

— AH, ENTÃO É VOCÊ, SEU CRETINO, ATENDENDO O CELULAR DO MEU FILHO?! — a voz dela parecia estar explodindo no meu ouvido, e eu quase pude imaginá-la do outro lado, fervendo de ódio.

Eu respirei fundo, tentando manter a calma enquanto uma parte de mim queria explodir em risadas com a situação ridícula. Eu deveria ter esperado algo assim da mãe dele.

— Fala logo o que você quer, velha maldita — resmunguei, revirando os olhos com toda a impaciência que eu conseguia reunir. — Meus ouvidos não são uma privada para ter que escutar tanta merda de uma velha coroca.

— Ora... seu bastardo insolente! — ela retrucou com aquele tom cheio de veneno, soltando um resmungo irritado. — Eu só quero falar com o meu filho!

— Ele está dormindo, e estamos no meio da madrugada, velha coroca! — respondi, cruzando os braços enquanto sentia a tensão se acumulando. — Vai mostrar a cachorra que você é em outro lugar.

— Bastardo de merda! Você me ataca de graça! — ela gritou, e eu tive que afastar o celular do ouvido antes que ela me deixasse surdo. Já dava para prever a dor de cabeça que aquilo ia me causar. — Você tirou meu filho de mim!

Suspirei profundamente, mantendo a calma com muito esforço, mas meu tom saiu gélido.

— Eu não tirei ninguém de você — respondi, controlando cada palavra. — Pelo que me lembro, você já tinha uma relação complicada com o Mario... e, aliás, com o Arthur também. Sempre culpando os outros pelas escolhas que você e seu marido fazem. A responsabilidade é de vocês.

O silêncio do outro lado era ensurdecedor. Por um breve momento, até pensei que ela tivesse desligado. Mas é claro que a mãe do Mário nunca recuaria assim tão fácil.

— Você não sabe de nada, seu moleque! — ela disparou com um tom cheio de amargura, a voz transbordando raiva. — Meu filho foi envenenado por você, afastado da família! Tudo o que ele faz agora é por sua culpa!

Revirei os olhos tão forte que quase pude sentir a fadiga. Já estávamos naquele mesmo discurso de novo. Sempre era eu o culpado por qualquer problema que o Mario tivesse com a família. Como se eu fosse um vilão controlando todos os movimentos dele.

— Sabe o que é engraçado? — falei, minha voz baixando para um tom quase divertido. — Mario é um adulto. Ele tem suas próprias decisões, faz suas próprias escolhas. Se ele decidiu que quer distância, talvez você devesse olhar no espelho antes de sair culpando os outros.

Amor rebelde | Livro 1.5 - Meu coração é seu!Onde histórias criam vida. Descubra agora