Capitulo Trinta

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Mario D'angelo:

Mesmo que estivéssemos prontos para um dia tranquilo de diversão, nossos planos foram ligeiramente alterados assim que o telefone tocou. Era Maicon, avisando que estava a caminho para nos fazer uma visita — e não só ele, mas a família do Stefano também. Eu mal tinha processado essa informação quando ouvi o som da campainha.

Ao abrir a porta, vi Vicente e Pedro passando com os gêmeos nos braços, seguidos por Milena e o namorado, e logo atrás estavam Donald e Maicon. Mas o que me pegou de surpresa foi a cena dos gêmeos, Rickye e Tim, quando me avistaram: eles praticamente pularam dos braços dos pais e correram na minha direção, me derrubando no chão com toda a energia que duas crianças podem ter.

— TIO MARIO! — Rickye e Tim gritaram juntos, como se aquele fosse o momento mais esperado de suas vidas. — O PAPAI DISSE QUE VOCÊ SE CASOU COM O TIO STEFANO E NÃO CHAMOU A GENTE PARA O CASAMENTO!

A pergunta seguinte de Tim me deixou sem reação por um segundo.

— VOCÊS NÃO GOSTAM DA GENTE? — ele perguntou, com os olhinhos arregalados, a voz cheia de uma inocência quase dolorosa.

Eu ri, mesmo deitado no chão, tentando acalmá-los enquanto olhava para Maicon, que observava a cena com um sorrisinho de canto, claramente achando tudo aquilo muito divertido.

— Não foi bem assim... — eu comecei a explicar, rindo e me ajeitando para sentar no chão com os dois pequenos ainda agarrados em mim. Olhei para Maicon, que acenou de longe, e então percebi Douglas ao lado dele, com uma expressão tímida, tentando não chamar muita atenção.

Eu sabia que Douglas e Maicon estavam saindo há algum tempo, mas era a primeira vez que Douglas aparecia em um desses encontros familiares. Ele parecia nervoso, talvez até envergonhado, e eu podia sentir o desconforto no ar.

— Ei, Maicon, acho que temos alguém novo por aqui — brinquei, lançando um olhar para Douglas. — Vem cá, Douglas, não precisa ficar escondido aí atrás.

Douglas sorriu, um pouco sem graça, mas Maicon deu um leve empurrão nele, incentivando-o a se juntar a nós.

— Vocês têm que me desculpar, pessoal — eu disse, agora falando com as crianças. — O casamento foi uma coisa mais... apressada. Mas eu prometo que vamos fazer uma comemoração especial só para vocês. O que acham?

Rickye e Tim pareciam considerar minha proposta por um segundo antes de soltarem gritos animados.

— SIM! QUEREMOS FESTA! — eles disseram em coro, já planejando em suas cabecinhas como seria essa "festa especial".

Com um sorriso no rosto e ainda meio cambaleante depois do "ataque" dos gêmeos, me levantei e fui cumprimentar o resto da família, já sentindo que o dia seria, no mínimo, animado.

Olhei para Maicon, cruzando os braços e lançando um olhar que misturava diversão e exasperação.

— Precisava fazer isso tudo? Eu e o Stefano só nos casamos no cartório, sem grandes alardes — falei, tentando manter o tom leve, mas não conseguindo esconder a pontinha de frustração.

Maicon, com aquele sorriso despreocupado de sempre, deu de ombros.

— Meu amigo, eles só perguntaram e eu dei as respostas. Simples assim — disse ele, como se não fosse nada demais.

Suspirei, sabendo que Maicon nunca deixaria de se intrometer, mas ainda assim não conseguia deixar de gostar dele por isso.

— Porque ao invés de se meter na minha vida, você não cuida da sua? — falei, apontando para Douglas, que estava mais afastado, tentando engajar uma conversa com Donald, mas claramente desconfortável. — Ele está se sentindo perdido, afinal, só ouviu falar da minha família e da do Stefano. Agora, com mais crianças por perto, ele está ainda mais sem saber o que fazer.

Amor rebelde | Livro 1.5 - Meu coração é seu!Onde histórias criam vida. Descubra agora