Stefano Greco:
Dias depois, Vicente e Pedro voltaram da lua de mel, e eu posso dizer que, durante a viagem, eles fizeram questão de manter todos atualizados — especialmente os gêmeos. Praticamente todos os dias, eles ligavam e enviavam um monte de fotos, mas era claro que Otávia e Gabriel eram os grandes favoritos. Toda a comunicação parecia girar em torno deles. Vicente e Pedro faziam chamadas de vídeo direto da praia, da piscina, dos restaurantes e até dos passeios de barco, sempre mostrando coisas novas e perguntando como os filhos estavam.
Se eles falavam comigo, com meu pai ou com Bill? Claro que sim, mas de forma bem rápida e quase protocolar. Era como se o resto de nós fosse apenas coadjuvante na narrativa da lua de mel deles. Eu mal conseguia terminar de perguntar algo, e Vicente já mudava o foco da conversa para saber o que Otávia e Gabriel tinham feito naquele dia ou se estavam se comportando bem.
— Olha só, é o papai de novo! — Otávia gritava sempre que o celular tocava, e corria para atender antes que eu sequer pensasse em pegar o aparelho.
— Vocês não vão acreditar, — Gabriel dizia empolgado, depois de uma longa conversa com os pais, enquanto mostrava uma foto de Vicente e Pedro montados em um camelo, sorrindo para a câmera. — Eles disseram que vão trazer um monte de presentes!
Meu pai, por outro lado, observava tudo com uma expressão de falsa indignação, fingindo estar chateado por não receber a mesma atenção.
— Ah, claro, eles só têm olhos para os gêmeos, — ele dizia, cruzando os braços de forma dramática enquanto Bill sorria ao seu lado, balançando a cabeça com compreensão. — Eu que cuidei deles enquanto eles estavam fora e nem um telefonema decente eu ganho!
Bill ria e dava um tapinha no ombro dele, sempre com aquele jeito de quem entendia exatamente como meu pai se sentia, mas também sabia que era apenas brincadeira.
— Eles são pais apaixonados, Luciano, e depois de tanto tempo longe, quem pode culpá-los? — Bill respondia com um sorriso.
Enquanto Vicente e Pedro continuavam mandando mensagens e fotos que basicamente mostravam as aventuras deles com um detalhe aqui e ali sobre como sentiam saudades dos gêmeos, nós ríamos da situação e aproveitávamos o retorno ao cotidiano. O engraçado é que, mesmo sem falarem tanto conosco, dava para perceber o quanto eles estavam felizes. Vicente tinha aquele brilho no olhar, mesmo nas fotos, e Pedro parecia mais relaxado do que nunca.
No final, era bom saber que eles estavam tão conectados com as crianças, mesmo a distância. Mas a piada interna entre nós era que eles voltaram da lua de mel mais apaixonados pelos gêmeos do que antes, como se a viagem tivesse servido para reforçar que a prioridade deles, acima de tudo, sempre seriam Otávia e Gabriel.
E quando finalmente voltaram para casa, foi uma festa — os gêmeos praticamente voaram para os braços deles, enchendo-os de beijos e abraços. E eu, Mario, meu pai e Bill apenas observamos a cena, sorrindo, sabendo que, apesar das provocações, não havia nada mais bonito do que ver uma família se reencontrar depois de um tempo afastada.
Pedro beijou os gêmeos na cabeça com aquele carinho suave que só ele tinha e, segurando as mãozinhas deles, os guiou até a sala de estar. Vicente já estava sentado no sofá, com um sorriso radiante, esperando por eles. Os gêmeos praticamente se jogaram ao lado dele, cada um ocupando um lado, e logo se ajeitaram, descansando as cabeças sobre o barrigão de Vicente.
Era uma cena que exalava ternura. Otávia, com sua expressão tranquila, acariciava a barriga do pai com pequenos toques, enquanto Gabriel olhava para cima, sorrindo, como se estivesse contando segredos silenciosos para a irmãzinha ou irmãozinho que esperavam.
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Amor rebelde | Livro 1.5 - Meu coração é seu!
Roman d'amourStefano e Mario sempre souberam que eram feitos um para o outro desde o momento em que se encontraram. Suas almas pareciam se entender de uma maneira profunda e sincera, com sonhos e valores compartilhados que fortaleceram o vínculo entre eles. O ca...