Capitulo Trinta e Nove

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Stefano Greco:

Brincamos com os gêmeos por um bom tempo, mergulhados em mundos imaginários de castelos, monstros e heróis. As risadas ecoavam pela casa, enchendo o ambiente de uma alegria que fazia o tempo passar sem que percebêssemos. Até que, finalmente, Otávia e Gabriel anunciaram que estavam com fome, e, antes que eu pudesse sugerir alguma coisa, Bill já estava me puxando pelo braço.

— Vamos para a cozinha! Temos que preparar algo digno desses guerreiros famintos! — disse Bill, com um sorriso animado. — Luciano, Mario, fiquem de olho nas fofuras enquanto eu e Stef obram maravilhas na cozinha!

Sem dar tempo para protestos, Bill me arrastou para a cozinha com a energia de sempre, e eu o segui, meio surpreso. Desde que ele entrou na nossa família, nunca tínhamos tido um momento só nós dois na cozinha, e eu percebi que, apesar de amá-lo como meu padrasto, nunca tínhamos realmente conversado sozinhos sobre qualquer coisa.

— Vamos lá, chef! — disse Bill, piscando para mim com aquela expressão entusiasmada que ele sempre tem quando fala de comida. Eu ri e abri a geladeira, pegando alguns ingredientes, enquanto ele observava de braços cruzados, com um olhar analítico que parecia capaz de decifrar cada ingrediente que eu escolhia.

Peguei alguns vegetais frescos, ovos, queijo, e algumas sobras de frango que eu sabia que ainda estavam boas. Fui até os armários, pegando macarrão e algumas ervas secas, colocando tudo em cima da pia de mármore. Bill ficou parado ao meu lado, estudando os ingredientes como se estivesse avaliando um desafio culinário de um programa de TV.

— Hmmm... interessante, — ele murmurou, e eu percebi o leve franzir em sua testa. Esse olhar crítico era típico dele, afinal, Bill é dono de um restaurante famoso, conhecido por sua atenção obsessiva aos detalhes. Além de amar cozinhar, ele sempre buscava maneiras de inovar nos pratos, e sabia que estava considerando se aqueles ingredientes simples seriam suficientes para criar algo especial.

Havia também outra coisa que eu sabia estar rondando a mente dele. Desde que Vicente começou a se envolver cada vez mais no restaurante, Bill estava considerando expandir os negócios e, eventualmente, passar o controle total para ele. Havia uma hesitação em seu olhar, mas ele não mencionava o assunto com frequência.

— Já sei o que podemos fazer! — disse ele, de repente, batendo as mãos com entusiasmo. — Vamos fazer uma frittata de frango com queijo e legumes, e um molho especial para acompanhar o macarrão! Algo rápido, gostoso e que eles vão adorar.

— Frittata, hein? Isso parece perfeito, — concordei, sentindo um sorriso se abrir no meu rosto. Eu podia ver o brilho nos olhos de Bill ao começar a se movimentar pela cozinha, pegando facas e panelas com a destreza de um profissional.

Começamos a cortar os vegetais juntos, e, enquanto eu fatiava a cebola, Bill começou a contar sobre as últimas ideias para o restaurante. Ele falava sobre os desafios de expandir, de encontrar a equipe certa e de como Vicente estava se destacando como um verdadeiro líder na cozinha. Ouvir ele falar assim me fez perceber o quanto ele estava orgulhoso, mas também apreensivo com as mudanças que estavam por vir.

— Sabe, — ele disse enquanto mexia os ovos na tigela, sua voz de repente mais suave. — Nunca pensei que ia me preocupar tanto com o futuro do restaurante. Antes era só... meu projeto. Agora, sinto que é algo maior. Algo para a família.

Eu sorri, ouvindo a sinceridade em sua voz. Bill sempre teve esse jeito apaixonado quando falava de comida, mas era raro vê-lo se abrir sobre seus sentimentos.

— Vicente é a pessoa certa para isso, — falei, tentando tranquilizá-lo enquanto colocava os vegetais picados na frigideira quente. — E o restaurante sempre vai ser uma parte de você, mesmo que ele assuma. Ele tem o seu sangue, Bill, e o seu jeito de amar o que faz. Vai ser um legado incrível.

Amor rebelde | Livro 1.5 - Meu coração é seu!Onde histórias criam vida. Descubra agora